Último dia.

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Acordei antes de Lucas e lhe deixei um bilhete em cima do criado mudo. Sai pela janela pois não queria assustar seus pais. Chegando em casa vejo Pedro sentado nos degraus. Fecho a porta e ele se levanta com a face molhada.
-Graças a Deus! - ele exclamou alto, me abraçando forte. Não correspondi.
Me soltei dele, e sua Tia que estava deitada no sofá, se levantou e disse com desprezo.
-Ah...é só você.
Revirei os olhos, queria vomitar com aquilo.
-Achou o rato?- eu disse nervosa.
-Não, fomos para o seu quarto, mas também não estava lá, minha tia concluiu que o que viu não fora um rato, talvez um vulto, pois não enxerga bem.
Fiquei extremamente nervosa! Fui para o meu quarto correndo, abri a porta com agressividade. Gritei de raiva.
Pedro apareceu na porta do meu quarto desesperado.
-EU MATO VOCÊS!
Minhas roupas preferidas estavam jogadas no chão, todas surrada de tanto ele bater, meu guarda roupa estava o próprio caos. Meus objetos de decoração jogados no chão, minha cama toda bagunçada. Mais nada era pior que aquilo! Minha caixinha da bailarina que dançava com a musiquinha clássica, assim que abria, estava no chão, quebrada também. Minha vó que me havia dado antes de morrer, aquilo era muito especial pra mim. Chorei de raiva, meu rosto queimava, passei por Pedro lhe empurrando e desci as escadas indo em direção a Luma que estava na sala, deitada no sofá, lixando as unhas.
-SAI DAQUI AGORA!
Ela se levantou pra protestar.
-A CASA É DO MEU SOBRINHO, EU SAIO A HORA QUE EU BEM ENTENDER!
Senti vontade de quebrar o dedo dela, o que ela apontava para minha cara.
-OLHA SÓ, EU SIMPLESMENTE, NÃO SOU OBRIGADA A TE SERVIR! EU TÔ FAZENDO TUDO! TUDO QUE EU NÃO FAZIA NEM POR MIM NEM POR NINGUÉM. E VOCÊ NÃO RECONHECE NADA! AH, VAI SE FERRAR, ACORDO CEDO PRA FACULDADE, CHEGO CANSADA E AINDA TENHO QUE FICAR DE EMPREGADINHA PRA VOCÊ, ME POUPE! OU VOCÊ SAI AGORA, OU EU TE JOGO DAQUI!- olhei para Pedro pra ver se ele confirmava que eu podia fazer aquilo, e ele piscou, confiante.
A mulher ergueu o queixo e continuou lá.
-AH, NÃO VAI NÃO? OK, EU TE AVISEI.- Ri tensa.
Fui pro quarto dela e peguei sua mala, tirei tudo do guarda roupa e embolei jogando na mala. Joguei a mala das escadas e depois desci, abri a porta e joguei a mala longe. Olhei pra Luma que estava com um olhar aterrorizado, fui até ela, peguei forte em seu braço, tão forte que deixei marcas. Joguei-na para fora de casa.
-NÃO VOLTE NUNCA MAIS AQUI ENQUANTO EU ESTIVER! VOCÊ NÃO É BEM VINDA!- Gritei, batendo a porta. Subi correndo para meu quarto, lágrimas no meu rosto.
Me sentei em meio aos destroços, peguei a caixinha na mão e a abracei, chorando.
Pedro se sentou ao meu lado, e envolveu um braço em minha cintura, apenas fiquei lá, chorando, então deitei minha cabeça sobre seu ombro. Acabei dormindo em seu colo.

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