Se controla.

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Acordei um pouco mais cedo e aproveitei para tomar um banho demorado. Me vesti com uma saia preta, uma blusa cinza de manga curta e um coturno preto. ( Foto acima )
Acordei Pedro que já foi logo me dando um selinho, e indo para o banheiro fazer sua higiene. Saiu com um jeans no corpo e vestindo uma camisa branca.
Me levou para a faculdade, não consegui prestar atenção em nada que a professora falava. As horas se aproximavam e eu soava frio. Sua tia não deveria ser tão ruim assim, tentei me consolar.
Bateu o sinal e fui embora, tive a impressão de ter visto Daniel conversando com uma aluna e dando risada, lhe prendendo cada vez mais contra uma parede num cantinho escondido, mais nem liguei.
Sai e logo avistei Pedro encostado no carro, lhe dei um beijo e entramos.
Chegando no aeroporto ele parou no portão de desembarque e ficou esperando, ele soava mais frio que eu, mais seu rosto demonstrava desprezo.
Logo vejo uma mulher nem velha nem nova se aproximando de nós.
-É ela.- Pedro disse se ajeitando.
Arrumei meu cabelo na esperança de ele não estar tão ruim assim.
A mulher não se parecia com Pedro, ela era loira e seus cabelos presos em um coque perfeito, sua pele com um pouco de rugas, e seus olhos castanhos profundos.
Ela viu o sobrinho e sorriu, seu nariz empinado, seu queixo mais erguido ainda.
-Pedro- ela disse lhe abraçando.
Eu não sabia o que fazer, meus braços estavam inquietos. Abraçar ou não? Ser tímida ou não?
Logo depois que ela percebeu minha presença, seu sorriso se desfez, sua expressão de apatia sobre mim, seus olhos faíscavam observando minhas madeixas roxas.
-Tia, essa é a Atena, Minha namorada, Atena essa é minha tia Luma.- Pedro falou tenso.
Ela me cumprimentou com um sorriso falso no rosto e um leve aceno com a mão.
Fomos embora, fui despachada para o banco de trás, junto com uma das diversas malas de Luma.
Pedro sorria tenso para mim, na esperança de que eu não perdesse o controle e saísse correndo dali.
Ao chegar ela reprovara a casa, diz que está muito fora do padrão e que os móveis são velhos. Já estava irritada, mais talvez ela não fosse tão ruim assim, talvez eu pudesse ser amiga dela.
Pedro mostrou o quarto de hóspedes, claro que ela não se contentou e resmungou, mais ele foi compreensível e disse que na próxima visita iria caprichar na hospedagem. Revirei os olhos.
Fui para o meu quarto, ou melhor, quarto de Pedro, e bati forte a porta indo para o banheiro, depois de tomar um longo banho pra esfriar a cabeça, eu saio do banheiro e me deparo com Pedro sentado na cama, pensativo.
Não digo nada e vou olhando uma roupa no guarda roupa. Estou me vestindo quando ele solta.
-At...- ele fala ainda tenso.
-Diga- falo seca
-Ela quer...ela quer que você passe a cozinhar para ela...
-MAS O QUE?- eu gritei tão alto que acho que até os vizinhos do fim da rua ouviram.
-Sinto muito.- ele disse vindo me abraçar
Desviei.
-Pedro, você não tá entendendo!- eu falei descontrolada.- Eu só cozinhei duas vezes na vida, uma para você, e outra quando minha mãe estava viajando com meu pai!
Ele riu.
-Você vai se sair bem meu amor.
Suspirei infeliz.
-E amor, o que aconteceu com aqueles seus enjôos que você andava sentindo?
-Passou, creio que comi algo que não me fez bem.
Ele assentiu, chateado.
Não podia nem pensar em fazer a ousadia de ter filho agora. Eu tinha que cuidar de mim, de Pedro, e agora de sua tia, ridiculamente chata. Além da faculdade. Eu não tinha uma vida estabilizada.

Bad GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora