Faculdade.

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Acordo, numa segunda-feira calorosa. Ainda na cama ouço Pedro bater na porta do meu quarto dizendo que era pra eu estar pronta por que ele me levaria a minha faculdade. Não queria falar com Pedro, eu estava lhe evitando, então apenas soltei um leve gemido.
Me levantei me espreguiçando e fazendo um coque no meu cabelo bagunçado. Peguei uma toalha que estava em cima da cadeira e fui para o meu banheiro. Fiz minha higiene pessoal e tomei um longo banho.
Coloco um shorts jeans e uma blusa toda desfiada escrito "Estou de férias, me deixe em paz" na frente. Peguei minha mochila e desci as escadas, tomei meu café da manhã e logo o babaca do Pedro apareceu. Sem muitas palavras fui para a garagem e entrei no carro, esperando ele vir, coloquei uma música na esperança de ele ficar queto a viagem toda. Mais foi uma tentativa frustrada. Ele parou o carro a algumas ruas antes da minha faculdade, e desligou o rádio. Eu continuei olhando para frente sem dizer-lhe uma palavra.
-Atena.- ele disse
Mas eu continuei no meu profundo silêncio.
Ele chamou mais duas vezes e na quarta puxou meu rosto para ele, enfim eu disse.
-Pode soltar?
-Me responde então - seus olhos estavam marejados, cheios de dor e angústia. Estava de dar dó.
Eu abaixei minha cabeça e disse.
-Tá, o que foi?
-Eu quero saber por que diabos está me tratando assim. Desde aquela festa você está tão distante, tão fria comigo.
Eu continuei olhando para baixo.
-P-pedro...- minha voz sai falhada.
Ele assenti.
-Olha...eu só quero saber porque você age assim comigo?
Ele pareceu confuso.
-Assim como At?- ele disse, agora usando o apelido que Lucas havia me dado.
-Você parece estar brincando comigo Pedro...
-Não estou- ele disse com uma voz magoada.
-Mas parece- completei.
Não queria tocar em assunto de sentimentos com Pedro, não estava pronta para tomar este choque.
-Olha, deixa tá, eu vou sozinha- eu disse saindo do carro e indo em direção a minha universidade, olho de relance para trás e vejo ele ainda me encarando e depois dando ré para voltar, ouço uma buzina e pego meus fones, venham cá meus amores, digo para os fones.
Estou ouvindo uma música que combinava bem comigo. Big Girls Cry- Sia.

Garota durona
Vivendo no risco
Sem tempo para amar
Sem tempo para odiar
Sem drama
Sem tempo para jogos
Garota durona
Cuja alma dói ()

Sigo para a faculdade e bato meu cartão na catraca de entrada, vou até minha sala e me sento. Uma sala bem ampla, parecia mais uma sala de cinema, ou uma arquibancada, com cadeiras mais em cima e outras mais em baixo, todas com estofados vermelhos, lá em baixo havia uma mesa e do lado uma mesa pequena com um microfone. E atrás uma lousa gigante branca.

Me sentei lá em cima e tirei algumas coisas para fora, até que um professor super gato entra para animar meu dia. (Foto acima).
Ele começa falando sobre o que é trabalhar na área de medicina, e pergunta para cada um de nós porque escolhemos está área, ele se apresenta, e passa um texto pequeno para nós, logo dando uma explicação. O professor na tira os olhos de mim, mas o sinal bate e nós vamos embora, saindo da universidade ouço uma buzina, dentro do carro havia um Pedro sorridente e uma loira azeda, ou seja, sua namorada, eu suspiro indo em direção ao carro. Encosto minha cabeça na janela e ponho meus fones. Não vejo nada até chegar em casa.

Bad GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora