Péssima Notícia

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Depois de o sinal bater, e meu coração agradecer de joelhos, eu saí porta a fora da faculdade.
Quando sinto alguém me puxar pelo braço. Meus olhos correm pelas mãos firmes, as mesmas pelas quais brincavam no meu corpo.
-Oi.- ele disse, me soltando de leve, era Daniel.- vim em missão de paz.
Revirei os olhos.
-Você nunca está em missão de paz, agora se me der licenç...-fui me virando mais ele me interrompeu me puxando pela cintura com simplicidade.
-Ei ei mocinha, eu sei que você tá chateada comigo, mais isso não vai adiantar nada...eu gosto de você, você sabe disso.- ele disse.
A mentira estava nítida em suas palavras.
-Eu não quero mais você, Daniel! Me esquece- disse indo embora e lhe deixando com uma cara de tacho.
Ouço alguém buzinar forte e olho e vejo Pedro com olhos cheios de raiva e ao mesmo tempo um misto de felicidade ao me ver. Corro até o carro e lhe dou um abraço, seus braços firmes sobre minha cintura, minha cabeça recostada sobre seu peito rígido. Logo vejo um pequeno Beijo quente e molhado sendo depositado sobre o topo de minha Cabeça.
Era ali meu lar, onde eu devia estar e nunca mais soltar.
Com muita delicadeza ele abriu a porta para que eu adentrasse ao carro.

Ele foi a viagem toda até em casa em silêncio. Eu já estava incomodada com aquilo, parecia que algo ruim tinha acontecido, ou alguém da família tivesse falecido. Seu olhar duro e vazio na estrada, suas mãos firmes ao volante, e uma veia grossa pulsando em sua testa.
Suspeitei que aquela raiva toda não fosse comigo, pois a sua felicidade ao me ver estava nítida.
Chegamos a casa grande, e ele abriu a porta com força, esperei que ele fosse abrir a porta para mim mais foi em vão, ele seguiu direto para a casa.
Sem saber o que estava acontecendo, respirei fundo e resolvi arriscar.
-Vem cá, você vai me falar o que tá acontecendo pra você estar nessa raiva toda, ou eu vou ter que adivinhar?- disse de braços cruzados na frente dele, ele estava andando de um lado para o outro na cozinha.
Ele respirou fundo, como se estivesse segurando o choro.
-At...- ele me puxou para mais perto.- minha tia vai vir passar um tempo aqui...
-Ah meu amor...e qual é o problema nisso? As vezes me sinto tão solitária, essa casa é tão grande para nóis do...- ele me interrompeu
-Você não conhece ela. Ela é a pior pessoa que existe no mundo. Ela é ruim, a ovelha negra da família.- por um momento lembrei de meu pai me dizendo isso.
Ele passava as mãos no cabelo aflito.
-... quanto tempo ela vai ficar?
-Em torno de duas semanas ou mais.- ele disse derrotado.
Suspiramos incrédulos.
-Vai dar tudo certo- disse lhe abraçando, aquela tia só podia ser o diabo mesmo para deixar Pedro naquele estado.

Tomamos um café segurando a mão um do outro e contando como foi o nosso dia, Pedro não parava de sorrir para mim.

Antes de dormir ele me disse que amanhã seria o dia de sua tia vir, ele me contou que programou com ela pra que ela viesse e chegasse a tarde, um pouco depois que eu saísse da faculdade. Assim para que eu não faltasse e muito menos chegássemos no aeroporto tarde.
Assenti e por fim dormimos agarrados.

Bad GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora