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- Charlotte, eu vou dizer tudo de uma vez. Vou dizer-te que és uma rapariga encantadora. Não poderia ter tido melhor companhia. Estes meses têm feito com que eu entenda que eu andei a olhar para o sítio errado. Tive um casamento falhado. Não foi amor, foi paixão. Desde aí fechei-me para qualquer possibilidade amorosa. Mas tu nunca foste uma possibilidade amorosa. És menor, és minha aluna. Por que raios haveria eu de me apaixonar por uma aluna? - diz, quase sem respirar - Não sei o que tens em ti, não sei mesmo. Sei que és mágica. Sei que isto é errado.

  Wow. Woow. WOOOOOOOOOOOOOOOOOW. Ele não tinha acabado de dizer isto. Eu não tinha acabado de ouvir isto. Mil e um pensamentos invadiram a minha mente incapacitada de pensar em algo. Será que era verdade? Eu sou só uma rapariga. Ele é um homem, adulto. Se para mim não fazia sentido estar apaixonada por um professor meu, menos sentido fazia um professor estar apaixonado por mim.  Eu era mágica? Eu era mágica?!? Não entendo.

- Desculpa. Desculpa mesmo. Isto é errado. É crime. - diz, com os olhos cobertos de lágrimas que não saiam dali.

  Para além do meu professor gostar de mim, estava a chorar por minha culpa. AI O QUE? Foda-se, isto era eu a sonhar ou? Só podia ser um dos meus sonhos. Não haveria outra possibilidade. Ou havia? 

  De repente senti uns braços a envolverem o meu corpo. Senti calor humano. Senti o cheiro daquele perfume que eu já havia sentido antes. Stanley estava a abraçar-me. Eu estava a chorar. As lágrimas escorriam na minha face. Estava nervosa. Muito nervosa mesmo. Nervosa para caralho. E quando fico assim eu começo a chorar. Ele deve ter reparado e por isso abraçou-me. Para variar, não sei precisar quanto tempo ele esteve abraçado a mim. Foi algum tempo. O tempo suficiente para eu me acalmar. Quando nos separámos eu vi que a cara dele estava séria. Isto era a sério.

  Tive um lapso temporal. Depois disto não me lembro ao certo o que aconteceu. Só me lembro de acordar, durante a viagem, no carro. Olhei para o lado e lá estava ele, sereno, a conduzir, de óculos de sol e  cantarolar muito baixinho. A sua voz tremia. Insegurança. Eu olhei para ele, subtilmente. Ele reparou e olhou para mim. Foi aí que soube. Talvez fosse verdade. 


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Quando ele me deixou à porta de casa, fui incapaz de me despedir. Ele tirou as minhas malas da bagagem, entregou-mas e olhou para mim. Eu desviei o olhar. Agradeci baixinho e virei as costas. Ouvi o carro arrancar segundos depois. Procurei a chave na minha mala mais pequena e, quando a encontrei, enfiei-a na fechadura da porta e rodei. A porta abriu, como era suposto. 

  Depois da habitual conversa sobre a viagem consegui escapulir-me para o meu quarto. Pousei as malas a um canto e cai na cama como se não dormisse à meses. Depois de uns meros minutos ali, deitada sem fazer nada, levantei-me e fui arrumar as malas. Aproveitei para colocar  a minha playlist a tocar. 

  Coloquei as roupas para lavar e no fundo da mala encontrei uma foto que eu e Stanley tivéramos tirado numa daquelas máquinas que até costumam haver nos centros comerciais. Fiquei a olhar. Eu estava com a língua de fora e a piscar o olho e Stanley estava a fazer bico de pato e a abrir muito os olhos. Soltei um sorriso com a foto, e de seguida comecei a chorar. Voltei para a cama e fiquei a olhar para a foto muito tempo. Tanto tempo que, quando olhei para o relógio, já era tarde. Amanhã teria aulas. Teria de aguentar o dia todo naquele lugar e teria de lidar com o possível olhar de Stanley no corredor.  Isso seria o pior. Seria tão estranho. Eu não sou capaz de olhar para ele com indiferença agora. Não depois do que tinha acontecido. 

  Estava a viver um sonho ou um pesadelo? Era incrível eu ter um amor correspondido mas e se esse amor fosse de um adulto? Será normal? 

  Preparei tudo o que havia para preparar e fui jantar. Estava sem fome. Comi um pouco de salmão, as batatas e os brócolos e pedi licença para me levantar. Fui para o quarto, liguei o computador, fui ao meu Facebook ver as novidades. Nenhuma. Desde que me tinha afastado da Naomi não tinha ninguém mesmo para falar comigo. Os meus dias consistiam em ir à escola, vir para casa, comer, estudar, ler e dormir. 

  Eram por volta das 22 horas quando eu fui tomar banho. O meu banho de domingo era sempre o mais longo. Utilizava sempre uma bath bomb que tinha por hábito comprar na Lush, e ficava ali deitada a ouvir música, a ganhar energias para a semana que viria. 

  Depois de uma meia hora no banho, decidi que devia sair e ir preparar-me para dormir. Vesti o pijama e decidi que estava na hora de ir tratar das unhas. Raramente pintava as unhas, mas tinha-o feito antes de ir ao concerto e agora elas estavam lascadas. Tomei a decisão de as pintar de novo, de branco. Enquanto esperava que elas secassem fui de novo até ao Facebook e wow tinha um pedido de amizade. A minha vida era tão excitante nas redes sociais que enfim. Fiz um clique e fiquei surpresa quando vi que o pedido de amizade era de Stanley. Aceitei. No momento em que aceitei recebi, no messenger, uma mensagem dele.


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Olá olá :) É a primeira vez que vos deixo uma mensagem aqui no fim do capítulo. 

Algumas previsões para qual será o tema da conversa que vão ter?

Digam-me o que estão a achar da fic aqui em baixo nos comentários e votem.

Beijinhos :D

Vivienne


15:00Onde histórias criam vida. Descubra agora