dois

4.9K 504 878
                                    

- E teu pai, falou o quê? – Calum perguntou assim que ele me viu entrando na escola.

- Nada. – Dei de ombros. – Falei que ia confessar no Domingo e minha mãe disse que manteríamos essa detenção entre nós.

- E qual foi sua desculpa dessa vez? – Meu melhor amigo riu, tirando o olhar de mim para tirar os livros de dentro de seu armário.

- Sei lá. – Ri levemente, meus olhos seguindo alguns dos alunos que passavam por nós no corredor. – Devo ter falado que esbarrei no estojo da menina ou algo assim, minha mãe acredita em qualquer m.erda.

Comecei a andar quando vi que Calum não estava mais ao meu lado, e graças às minhas pernas longas, consegui alcançá-lo sem muito esforço. Ele parecia pensativo, como se algo tivesse o deixando inquieto. Mas conhecendo Calum, eu sabia que ele só abriria o jogo quando ele estivesse afim, nem valeria a pena insistir para que ele me dissesse o que estava acontecendo. A vida seria muito mais fácil se Calum não agisse como uma mulherzinha a maior parte do tempo.

- Eu tô só esperando o dia em que seus pais vão se tocar de todas as besteiras que você faz, eles vão te matar. – A voz de Calum era mansa, mas eu conseguia reconhecer a raiva por trás de seu tom.

- Vão nada. – Retruquei. – A não ser que você conte tudo a eles já que você morre de inveja do fato de que eu sempre me safo e você sempre se f.ode.

Calum não respondeu, ele simplesmente balançou a cabeça de um lado para o outro, entrando na nossa sala de história. A primeira coisa que eu fiz foi colocar minha mochila em cima da mesa, tirando os livros que enchiam a mochila e enfiando meu casaco ali dentro de qualquer jeito. Só assim pra conseguir dormir bem, sem um traço vermelho enorme na testa por causa daquela mesa idiota. Eu pude ouvir Calum resmungar alguma coisa do meu lado, provavelmente sobre como eu ainda ia me dar muito mal, mas eu resolvi ignorar seu comentário idiota. Quem precisava desse tipo de negatividade quando eu poderia dormir a aula inteira?

-

- Que horas você sai então? – Calum perguntou, tirando seu livro de biologia de dentro do armário e colocando-o em sua mochila. Acho que a gente tinha um teste no dia seguinte, mas isso não mudava nada para mim, eu não ia estudar mesmo.

- Acho que quatro horas. – Respondi um pouco incerto. Se tudo desse certo, eu sairia pelo menos uma meia hora mais tarde depois de uma f.odida com o professor gostoso, aliás, suposto professor gostoso.

- Tá bom então, chega lá em casa depois.

Assenti com a cabeça, dando um tapa leve no ombro de Calum quando ele passou por mim. Minha detenção seria na sala 15, a sala de filosofia. Eu odiava aquela sala com todas as forças, depois de dois anos tendo filosofia com o senhor Moore, a primeira coisa que eu fiz quando cheguei ao segundo ano foi cortar filosofia da minha grade. E desde então, os problemas da minha vida pareciam diminuir em tipo assim, 90%. Eu estava puto, já esperando dar de cara com aquela cara gorda e emburrada do senhor Moore, mas quando olhei pra cima, fiquei duro.

Não precisei nem olhar muito, meu p.au já estava latejando dentro daquela calça desconfortável do uniforme e eu estava tentando esconder aquela desgraça desesperadamente com minha mochila. A minha sorte foi que o homem, que com certeza era um professor gato pra caralho, estava ocupado demais arrumando as folhas de papel na sua mesa. Tinham poucos alunos na sala, um ou outro que eu reconhecia por serem do meu ano e alguns outros bansos do segundo ano. Eu não cumprimentei nenhum deles, sentei logo na primeira carteira da primeira fileira, sabendo que dali poderia chamar a atenção do professor sem ser muito chamativo.

Ele suspirou quando terminou de organizar suas folhas, sorrindo para si mesmo antes de colocar suas mãos na cintura, seus olhos observando a sala antes dele pigarrear.

- Boa tarde turma, meu nome é senhor Hemmings. – Ninguém nem levantou a cabeça para olhar para ele, exceto eu. – Vocês estarão aqui em detenção até as quatro, então, por favor, arranjem alguma coisa pra fazer. Estudem, pois tenho certeza que vocês devem ter algum teste essa semana ou na próxima. Sei lá, só não fiquem sentados ai fazendo nada.

Eu fiz exatamente o contrário do que o senhor Hemmings nos mandou fazer. Eu nem tirei os livros da minha mochila, eu simplesmente peguei meu estojo e tirei todos os meus lápis e canetas de dentro. A maioria nem funcionava mais ou nem estava apontado, eu só queira construir uma torre mesmo. Esse era o primeiro passo para chamar a atenção do gostoso ali na frente. E exatamente quinze minutos depois, ele pigarreou de novo.

- Ei, você, - Ergui meu olhar para ele, arqueando as sobrancelhas de maneira desafiadora. – Eu não mandei você trabalhar?

- Sim. – Respondi com um suspiro. – Mas eu não tô afim.

- Como disse? – Ele perguntou, ajeitando sua gravata e me dando vontade de puxá-la até seus lábios encontrarem os meus.

- Você é professor de que mesmo? – Ignorei sua pergunta, sabendo que se eu respondesse, ele me daria outra detenção. – Nunca tive aula com você.

- Isso não vem ao caso. – Bufou, olhando de relance para os outros alunos. Ninguém estava estudando ou fazendo trabalho, a maioria dormia, e o resto que não estava dormindo, estava usando o celular disfarçadamente. Bem, nem tanto. – Por que você não está estudando?

- Porque ninguém estuda na detenção. – Falei como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. – Se você me dissesse qual é sua matéria, eu poderia até tirar minhas duvidas.

Ninguém estava prestando atenção em nossa conversa, então peguei minha chance para inclinar meu corpo sobre a carteira, minha bunda subindo um pouco. Pude ver seus olhos descerem para olhar minha bunda, mas ele logo olhou nos meus olhos de novo. Mordi meu lábio, brincando com um lápis que estava na minha mão, mas ele parecia não se importar com o jeito que eu o olhava. Ele simplesmente sentou-se na mesa, esticando suas pernas longas a sua frente e cruzando os braços sobre o peito.

- Sou professor de inglês, tem alguma dúvida?

- Sim, na verdade. – Pude ver a surpresa em seus olhos e eu gritei internamente. Ele era tão gato. – Você acredita em amor à primeira vista ou quer que eu venha à detenção mais uma vez?

- Você é sempre assim, engraçadinho? – Ele perguntou com ironia. Contive minha vontade de revirar os olhos e simplesmente sorri.

- Eu posso ser o que você quiser que eu seje.

- Seja.

- Tanto faz.

Virei meu corpo para que minhas costas encostassem-se à parede, minhas pernas se esticando a minha frente e meus pés sendo colocados na cadeira ao lado da minha. O senhor Hemmings me fitava, claramente irritado, mas eu não daria satisfação alguma. Eu queria irritá-lo, já pensou, sexo agressivo com um homem desses? Sim, por favor. Eu estava cantarolando uma música qualquer, mexendo com as peles soltas nas minhas cutículas, fingindo que eu não estava vendo que ele me olhava tão intensamente.

- Você quer um café, uma água, sei lá? Está confortável o bastante? – Nossa, senhor Hemmings, que fora de professor velho, decepcionante.

- Na verdade, um b.oquete caía bem, o que acha? – Perguntei, e pude ver suas feições se contorcerem. Eu não sabia mais se ele estava puto comigo, com nojo de mim, ou se eu tinha conseguido deixar ele excitado.

Eu esperei que fosse a terceira opção, considerando que ele não falou mais comigo o resto da detenção. Mas assim que ele liberou o resto das pessoas que estavam comigo e eu me levantei para meter o pé, ele agarrou meu braço com força, seus dedos afundando na minha pele. Eu tentei não reagir, mas não pude evitar o gemido quase imperceptível quando senti sua respiração no pé da minha orelha.

- Se eu fosse você, eu tomava cuidado. – Ele sussurrou. Seu tom era ameaçador, mas ao mesmo tempo sedutor. Eu entendi completamente que o que ele dizia tinha a malícia que eu esperava. – Quem fala o que quer, ouve o que não quer.

-

oi gente!

então, o que acharam?

eu tive que colocar um '.' nos palavrões ou palavras relacionadas a sexo porque o wattpad tava dando caô comigo :-(

enfim, espero que gostem!

amo vocês, adios

Naughty | MukeOnde histórias criam vida. Descubra agora