Eu estava morrendo de preguiça de andar até a casa de Calum. Eu estava com fome, com sono, e ainda por cima, com tesão. Mas assim que virei à esquina que daria a minha casa, e um pouco mais a frente à casa de Calum, vi o carro de minha mãe estacionado ali. Bufei e continuei andando. Com certeza andar até a casa de Calum era, digamos, 'menos pior' do que ter que ficar ouvindo minha mãe falar sem parar. Ela me perguntaria como foi a detenção e se eu iria mesmo à igreja no Domingo. Óbvio que ela já sabia minha resposta, eu ia à igreja todo Domingo de qualquer jeito. A sorte era que os pais de Calum também iam, então, a gente sentava lá no fundo e ficava falando bosta a missa inteira.
Assim que cheguei a frente à casa de Calum, vi que nem o carro de Joy, nem o de David estavam estacionados ali. Então nem fiz cerimônia, abri a porta da frente como se eu morasse ali, fechando-a com meu pé e largando minha mochila no chão. Calum fazia o mesmo, e quando olhei para baixo, lá estava a mochila de Calum ao lado da minha. Joy não se importaria. Eu ouvia a música tocando levemente por trás da porta do banheiro, isso significava que Calum estava no banho. Resolvi esperar que ele saísse para anunciar que eu havia chegado, então fui em direção à cozinha para pegar um biscoito e beber todo o suco de manga precioso de Calum. Ele parecia uma criança feliz sempre que sua mãe fazia uma jarra de suco de manga para Calum, e ele fazia sempre questão de lembrar que era seu favorito. Para Calum, beber todo seu suco era praticamente um oitavo pecado capital e eu estava afim de pecar.
- Ei! - Levei um susto com a voz de Calum, esbarrando no copo que estava na bancada e derramando todo o meu suco.
- Mas que droga, Calum! - Exclamei, vendo que eu estava encharcado. A sorte era que eu estava usando o uniforme ridículo da Norwest e não uma das minhas roupas preferidas. - Agora nenhum de nós pode beber o suco!
Quando olhei para Calum, vi que ele estava apenas com a toalha enrolada na cintura, seu peito pelado completamente amostra. Calum seguiu meu olhar, revirando os olhos quando sorri maliciosamente para ele. Ele odiava quando eu zoava seu peito sem pelos, então simplesmente virou as costas, me largando sozinho na cozinha. Se Joy chegasse a casa e visse a cozinha naquele estado, quem levaria o esporro seria eu, não Calum. Ela sabia muito bem que eu era o desastrado da relação, na casa dela eu era obrigado a limpar toda minha bagunça. Foi o que eu fiz, peguei um papel toalha e limpei todo o suco do chão, me despindo ali mesmo e já colocando meu uniforme na máquina de lavar na área de serviço. Eu pediria o uniforme para Calum mais tarde na semana.
Entrei no quarto de Calum só de cueca, vendo que ele estava deitado na cama usando uma bermuda preta e uma regata também preta. Seus olhos arregalaram quando ele me viu ali quase nu em sua frente, mas não falou nada enquanto eu mexia em seu armário, procurando alguma roupa minha que eu havia deixado ali algum outro dia. Encontrei uma camisa que eu estava procurando há meses, e maloquei uma bermuda do Calum, fazendo esforço para fechar o botão.
- Tá gordinho, hein? - Calum riu, olhando para mim antes de olhar para o celular de novo.
- Engraçado, pelo que eu me lembre eu como muito mais gente que você, e aí? - Retruquei, sentando na cadeira de rodinhas e rodopiando algumas vezes.
- Ah, mas você é bi, teu mar tem muito mais peixe que o meu. - Calum deu de ombros.
- Vale lembrar que eu não só como mais gente que você, como também sou comido por mais gente que você. - Ele revirou os olhos, claramente desconfortável com o assunto. Calum não se importava com o fato de que eu curtia pau tanto quanto curtia peitos, mas ele odiava quando eu começava a falar de sexo anal, de acordo com ele, se sentia violado.
- E o professor então, o que achou? - Ele perguntou numa tentativa de mudar o assunto.
- Eu não sei nem o que dizer. - Suspirei, pensando no rosto perfeitamente esculpido daquele homem. - Ele não devia nem ser professor, devia ser ator pornô.
- Até eu assistiria esse pornô. - Calum riu, chegando para um canto da cama quando me viu levantar e andar até ele. - Mesmo se fosse um pornô gay.
- Aposto que você assiste mais pornô gay do que eu. - Deitei na cama ao lado de Calum, nós dois com a barriga para cima e olhando para o teto. A gente parecia aquele casal do filme do câncer, mas posso confirmar que nós fazíamos isso muito antes daquele livro virar modinha.
- Duvidoso. - Calum murmurou, e do canto do olho pude vê-lo inspirar profundamente antes de fechar os olhos.
Ficamos em silêncio por um tempo, a respiração pesada de Calum sendo o único som que enchia o quarto. Ele não estava dormindo, Calum só tinha a respiração mais escrota que eu já ouvi na vida. Era impressionante como aquela respiração dele atrapalhava quando tínhamos que fazer alguma coisa em silêncio. Por isso, quando éramos mais novos, Calum nunca era um dos primeiros escolhidos para os jogos de polícia e ladrão que fazíamos nas noites de verão com as outras crianças da vizinhança. Ele sempre chorava por isso, e lembro que um dia fui consolá-lo, e assim viramos melhores amigos. Graças à respiração fodida do falso chinês.
- Eu quero muito dar praquele professor.
- Eu também daria.
- Você daria até pra mim, só não quer admitir.
Calum me empurrou, mas eu simplesmente ri; meu braço sendo colocado em volta de sua cintura. Ele não tirou meu braço dali, mas virou seu corpo em minha direção, nossos rostos com apenas alguns centímetros de distância. Puxei o corpo de Calum mais para perto, e ele não protestou. Na verdade, ele até colocou sua cabeça contra meu peito, seus braços já em volta da minha cintura também. Calum, de acordo com ele mesmo, era tão hétero quanto a pessoa mais hétero do mundo (se é que isso faz algum sentido, sei lá, ele nunca faz sentido), mas ele nunca negava ficar abraçadinho comigo na cama. Eu tenho certeza de que se eu chegasse nele algum dia, ele diria sim, mesmo sendo oh tão hétero. Eu ia achar algum cara para fazer Calum ver que ele não era tão hétero quanto ele pensasse nem que fosse a última coisa que eu fizesse.
Fechei os olhos e adormeci ao som da respiração de meu melhor amigo.
-
- Michael.
Quando abri os olhos, Calum não estava mais contra meu peito, mas ainda estava dormindo, de barriga para baixo e sua cara virada para a parede. Joy estava parada na porta, parecia um pouco impaciente. Tinha certeza de que ela estava tentando me acordar havia no mínimo dez minutos, e ela parecia aliviada de que eu tinha finalmente acordado, sentando na cama e olhando para ela. Eu não sabia que horas eram, ou quem eu era, eu só queria colocar minha cabeça no travesseiro de novo e dormir mais.
- Sua mãe está maluca atrás de você, onde está teu celular? - Perguntou, cruzando os braços.
- Na mochila. - Respondi com a voz ainda áspera de sono.
- Se eu fosse você, eu iria para casa, ela está bem furiosa. Aproveite e acorde Calum para mim, seu jantar está quase pronto. - Assenti com a cabeça, deitando na cama novamente quando Joy fechou a porta.
- Acorda aí, princesa. - Resmunguei, empurrando Calum. Ele grunhiu, mas não se mexeu. - Acorda logo antes que eu tenha que te beijar pra fazer você acordar.
Num instante Calum estava acordado, coçando os olhos e sentando na cama. Olhou para mim um pouco pensativo, mas eu o ignorei. Ele sempre dava essas refletidas sobre a vida depois de acordar de uma soneca. Eu me levantei, pegando meus sapatos que eu tinha deixado ali no canto, e calçando-os lentamente.
- E o que você vai fazer agora? Sobre aquele professor? Sei que você deve estar doido pra pegar ele.
- Ué. - Dei de ombros. - É exatamente isso que eu vou fazer. Pegar ele.
- Boa sorte. - Calum riu, deitando novamente quando me viu ir até a porta.
- Eu não preciso de sorte. - Respondi, sorrindo pra mim mesmo antes de fechar a porta do quarto e fazer meu caminho para casa.
-
oi gente!
então, quis fazer um double update pra vocês hoje porque essa fic já tá com quase 200 reads em três capítulos!! o quê?!?!? sem contar que é a primeira fic que escrevo aqui então isso é sensacional!
também porque amanhã tenho kalango, então não sei se vai dar para att amanhã, só para deixar avisado caso eu não apareça lsdkjf
espero que vocês tenham gostado, mesmo sendo só malum..
amo vocês, adios
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Naughty | Muke
FanfictionNa qual Michael faz de tudo para pegar detenção e ver seu professor preferido, Luke Hemmings.