- Você precisa de um banho de água benta! – Calum exclamou assim que abriu a porta de sua casa.
Ele estava um trapo. Seus cabelos estavam bagunçados e oleosos, eu podia até ver alguns nós em sua mecha loira, tinha olheiras escuras, até para seu tom de pele bronzeado. Estava enrolado num edredom felpudo e segurava um copo de chá na mão direita. Quando ele falou, percebi o quão entupido estava seu nariz. É; eu não podia falar para Calum parar de ser mulherzinha porque ele parecia horrível mesmo. Isso porque ele disse que já estava se sentindo melhor.
- Hã? – Perguntei um pouco confuso. Eu ainda não havia dito nada sobre minha diversão com o senhor Hemmings, Luke, na sala de detenção. Não era possível que ele me conhecesse bem o bastante para saber quando eu tinha feito putaria.
- Seu pescoço! – Ele riu; bom, pelo menos eu acho que foi um riso porque graças à sua virose e nariz entupido, pareceu mais um mugido misturado com uma tosse. – Você já se olhou no espelho?
Empurrei Calum para o lado, não com muita força já que ele estava doente, e fui direto para o banheiro. Quando acendi a luz e me olhei no espelho, soltei um grito. Luke não tinha deixado um chupão no meu pescoço, ele deixou vários chupões no meu pescoço. Eram todos daqueles chupões fortes, que levariam semanas para saírem dali. Minha vontade era de xingar o senhor Hemmings até a morte, ele não sabia que eu tinha pais casados com Jesus?! Eu balancei a cabeça de um lado para o outro quando vi Calum empurrar um pouco a porta que eu havia fechado.
- E agora? – Perguntei um pouco desesperado. – Meus pais não podem ver isso, eles vão me mandar pros encontros dos jovens da igreja pra ver se me purifico de novo. Você tem noção do quão horrível é o encontro de jovens?
- Sim, Mike. – Suspirou. – Eu fui com você todas as vezes que seus pais te mandaram para lá, lembra?
Dei de ombros, agora não era a hora de ficar relembrando as férias de verão horríveis que passamos cantando músicas louvando o Senhor e rezando em grupo toda noite. Eu não tinha nada contra religião, cada um com a sua, mas eu odiava quando a religião dos meus pais era imposta sobre mim. Se eu quisesse acreditar em Deus, eu acreditaria sem meus pais me fazendo ir a encontros ou à missa todo Domingo. Só isso.
- O quê eu vou fazer? – Bufei; meus olhos ainda grudados nas marcas roxas que senhor Hemmings havia deixado.
- Acho que devíamos perguntar para Mali, ela deve ter maquiagens para isso.
Assenti com a cabeça, seguindo Calum para fora do banheiro. Minha sorte era que Mali estava em casa hoje, ela raramente parava em casa entre ir à faculdade e ficar com seu namorado. Mali era aquela irmã do seu amigo que você secretamente achava gostosa pra cacete, mas que quando precisasse, ela era sua irmã também. Foi ela quem me ensinou a maior parte das coisas que eu sabia sobre pagar boquetes e ela se orgulhava disso. Calum achava nojento.
- Mali? – Calum perguntou, batendo em sua porta. Não teve resposta, mas sabíamos que era porque Mali estaria com fones de ouvido, provavelmente ouvindo Arctic Monkeys como a hipster que ela sempre quis ser.
- Abre logo. – Urgi. Eu precisava dar um jeito naquele pescoço.
Calum abriu a porta, Mali virando com os olhos arregalados. Sua mesa era virada de costas para a porta, então ela teve que olhar por cima dos ombros para ver que era a gente. Ela estava do jeito que sempre esteve: shorts de moletom bem curtos, uma regata branca decotada e seus cabelos num coque frouxe no topo da cabeça. É... Mali era muito gata mesmo, não tinha como negar. Ela sentava sempre do mesmo jeito também, um pé apoiado na cadeira onde ela sentava e sua cabeça encostada no joelho enquanto digitava em seu laptop na mesa. Eu tentei sentar assim uma vez, senti que minhas bolas iam rasgar e minhas costas doeram durante uns três dias. Era coisa de maluco, só a família Hood mesmo.
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Naughty | Muke
FanfictionNa qual Michael faz de tudo para pegar detenção e ver seu professor preferido, Luke Hemmings.