vinte e seis

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- Vai dar tudo certo. - Luke murmurou ao andarmos para a porta da sala. Ele parecia estar tentando
convencer a si mesmo, mas eu sabia que ele tinha dito aquilo em voz alta para me acalmar.

- E se não der? - Eu perguntei hesitante, me virando para olhar para o loiro. Ele parou de andar, virando para mim com um sorriso triste.

- Se não der, eu vou ser preso e você vai se formar, fazer faculdade e ser feliz. Mesmo se não der certo pra mim, sempre vai dar certo para você. - Eu franzi a testa, mas Luke apenas insistiu em seu sorriso.

- Mas eu não quero que tudo dê certo para mim se não for dar certo pra você. Ou nós dois ficamos juntos, ou não deu certo pra nenhum de nós. - Ele fechou os olhos, e pareceu querer me abraçar. Mas nós dois sabíamos que ele não deveria fazer isso. - Eu amo você.

- Pera, - Ele riu. - Repete isso de novo, ainda não me acostumei.

Naquele momento, eu não queria saber de leis, eu não queria saber de emprego, eu não queria saber de nada. Tudo que importava era Luke, parado a minha frente pedindo que eu repetisse que eu o amo. Tudo que importava era o sorriso inocente em seus lábios rosados e o jeito como seus olhos brilhavam. Tudo que importava era o jeito como ele havia desabotoado a camisa social nos primeiros botões e como sua calça social preta acentuava suas pernas longas. Tudo que importava era Luke, e como alguém tão lindo, alguém tão maravilhoso em todos os sentidos, queria tanto ouvir que eu o amo. Eu, a criança desengonçada, burra, gordinha e tesuda.

- Eu. - Murmurei, fechando o espaço entre nós e depositando um beijo em seus lábios. - Amo. - Outro beijo. - Você. - Senti as mãos de Luke em minha cintura, sua testa encostando na minha e Luke fechando os olhos com um suspiro.

- Eu também amo você. Tanto, Michael.

Se eu pudesse, ficaria ali para sempre com meus braços em volta do pescoço de Luke e os seus em volta de minha cintura, mas o barulho de passos se aproximando do corredor fez com que nós dois nos afastássemos. Luke abriu a porta, entrando no auditório onde eu responderia às perguntas do advogado cuzão que queria colocar meu Luke por trás das grades.

Fui direcionado para a cadeira ao lado da juíza, ignorando os olhares do júri. Eu só queria que isso terminasse logo para que eu pudesse transar com o homem sentado logo em minha frente. Ele brincava com o piercing em seu lábio, fazendo com que fosse cinquenta vezes mais difícil de me concentrar na voz do advogado.

- Michael. - Ele bufou.

- Hã? - Fui pego de surpresa, virando para ele com uma cara de paisagem. Aquilo pareceu deixá-lo irritado.

- Parece que você não está levando isso a sério.

- Por que eu levaria? - Perguntei ao revirar os olhos. - Luke já contou a história toda. Nós tínhamos um relacionamento, eu que insinuei que devíamos começar uma relação e Luke apenas consentiu.

- Você sabia do relacionamento de Luke com Alissa Irwin? - Ele sorriu como um idiota, achando que estava jogando uma bomba em cima de mim ao me mostrar uma foto de Alissa.

- Óbvio que sabia. - Dei de ombros. - Dei pro irmão dela e foi assim que viemos parar aqui. - Seu sorriso desapareceu, mas do canto do olho pude ver Luke conter o riso. Pelo jeito ele não estava mais puto com o fato de que eu e Ashton transamos.

- E você teve relações com Ashton Irwin enquanto se relacionava com Luke Hemmings? - Ele arqueou uma sobrancelha. Provavelmente achando que tinha me pego numa mentira.

- Luke e eu nunca fomos exclusivos. - Dei de ombros. - Bem, por minha parte. Sempre deixei claro a Luke que eu não me apegava e que eu tinha relações com outras pessoas e ele sempre aceitou isso. - Houve um silêncio pesado, um suspiro escapando meus lábios. - Olha, eu não sei onde esse interrogatório está indo. Luke não me estuprou, Luke nunca me obrigou a nada... Pelo amor de deus, Luke é a passiva! - Pude ouvir as risadas de Calum no fundo, as bochechas de Luke corando como um tomate. - Eu só gosto muito de sexo e queria sexo com ele, não estou entendendo qual é o problema aqui.

- Precisamos garantir que Luke não está te obrigando a dizer essas coisas. - O advogado disse calmamente, olhando entre Luke e eu.

- Se fosse mentira, eu já teria dito desde o começo. Eu teria ido até a direção da escola se Luke tivesse feito alguma coisa comigo, eu teria dito aos meus pais o que estava acontecendo antes de aceitar ter aulas particulares com Luke dentro de minha casa, eu teria tomado alguma medida sobre isso. Eu tenho dezessete anos, eu sei cuidar de mim mesmo! Eu amo Luke, e é só por esse motivo que eu estou aqui. Porque eu não quero que ele seja preso por algo que ele não teve culpa. Se for para prender alguém, me prenda então!

- Pois bem. - O advogado suspirou, jogando seus papéis na mesa antes de virar para a juíza. - Sem mais perguntas.

A decisão do júri pareceu levar uma eternidade. Meu olhar estava fixado com o de Luke, nenhum de nós dizendo nada. Parecia que não tinha mais nada no mundo a não ser nós dois e nossas respirações em sintonia. Eu sabia pelo jeito que o peito de Luke subia e descia lentamente, junto com o meu. Eu ainda estava sentado ao lado da juíza, ouvindo alguns murmúrios sendo trocados entre ela e o júri que havia entrado na sala novamente.

Eu não ouvi o que ela disse, eu não tive reação a nada. Mas a cena em minha frente pareceu se desencadear em câmera lenta. Do canto do olho pude ver Calum levantar de seu assento com as mãos no ar e um sorriso no rosto. Mas meus olhos ainda estavam focados somente em Luke. Ele colocou as mãos na mesa, usando impulso para se levantar da cadeira com um sorriso enorme. Ele deu a volta na mesa, andando até onde eu estava sentado em passos largos, com seus braços abertos.

Foi como se o mundo tivesse sido colocado no mudo, eu não ouvia os aplausos das poucas pessoas que apoiavam o caso de Luke, eu não ouvia as reclamações das pessoas que não apoiavam. Eu não ouvia nada a não ser meu coração em meu peito e eu não sentia nada a não ser minhas mãos segurando o encosto da cadeira com todas as minhas forças. Sem que eu percebesse, eu estava levantando da cadeira, atravessando o pequeno espaço do auditório em direção a Luke, que já vinha em minha direção também.

Eu não pensei antes de pular, minhas pernas se enrolando em volta da cintura de Luke e meu peito batendo contra o dele, me fazendo arfar. Aquilo foi como se meus pulmões finalmente abrissem de novo, permitindo que eu respirasse. A primeira coisa que senti foi o cheiro de Luke, o que foi um alívio. Senti uma de suas mãos em minha coxa, a outra em minhas costas, segurando meu corpo contra o dele. Eu não me toquei de que estava chorando de novo até sentir minhas lágrimas molharem a camisa de Luke. Uma de suas mãos foi para minha nuca, massageando levemente os meus cabelos. Quando ele inspirou perto de meu ouvido, foi como se eu estivesse ouvindo de novo.

- Eu e você, amor. - Ele murmurou. - Agora, somos só eu e você.

-

OPA OLHA ATT DUPLA

eu vou fazer mais alguns capitulos so pq prometi revezamento ne mesmo q luke tops seja nojinho eu vou fazer pq tem gente pedindo

esse nao era o final q eu tinha planejado mas no caso o outro final teria um segundo livro e eu to com preguiça de fazer outro rsrs

mentira, talvez tenha, n sei ainda

Naughty | MukeOnde histórias criam vida. Descubra agora