Capítulo 4

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Acordei mais cedo do que de costume hoje, e fu na Quarta Região encontrar minha amiga, Marian.

Fui até a pequena casa dela e bati 3 vezes na porta.

Uma mulher que aparenta ter uns 40 anos abre a porta, me olha feio e bate a porta na minha cara.

Percebo que ela não trancou a porta, abro,  peço licença, entro na casa.

- Se eu fechei a porta na sua cara, significa que eu não te quero aqui! - Grita a mulher, puxando meus cabelos.

- Me solta! - Grito e dou um chute em sua canela.

A mulher cai no chão gemendo de dor. 

Alguns meses atrás, Lucca me ensinou alguns golpes para eu me defender quando fosse necessário. 

Corri em direção ao quarto  de Marian. Ela estava  em choque, sentada no chão frio de seu pequeno quarto. Mas o que me chamou mais atenção é que ela...NUA! Exatamente, seu roupa alguma!

-Marian! - Grito indo pra perto dela.

Ela continuou sem mexer um músculo.

- O que aconteceu? Por que você está..Uh... - Falei meio sem jeito.

- Nua. - Completa ela, com a voz tremula.

- Uh...Isso.

- Eu fui...vi-vio...

Quando ela começou a falar isso, eu já previ o que iria dizer, mas preferi ficar quieta.

- Violentada. - Termina ela.

Bingo! 

- Meu Deus Marian! - Exclamo. - Quem fez isso com você? - continuo. 

- O sobrinho daquela mulher na sala. - Diz ela, segurando as lágrimas.

Era a mulher que eu derrubei. Sabia que estava alguma coisa errada...Peguei suas roupas e dei pra ela se vestir.

Quando saimos do quarto, a mulher não estava mais lá. Marian foi comigo pra casa da minha madrinha, que é onde eu estou morando, na Segunda Região.

Chegando lá, contamos pra minha madrinha e ela ficou espantada.

- Meu Deus! - ela corre pra cozinha.

- Eu me sinto suja... - diz ela me olhando nos olhos.

- Eu entendo, Marian... 

Minha madrinha volta com uma xícara de chá de camomila.

- Espero que isso te ajude a se acalmar... - diz ela entregando a xícara para Marian.

- Obrigada. 

Tudo fica quieto. Até que eu quebro o silêncio:

- Por que você não toma um banho quente e dorme um pouco, Marian?


- Eu...Não posso. Meu serviço começa daqui a pouco, se eu me atrasar de novo, eles vão me amarrar numa árvore e ficar dando chicotadas.

- Não se preocupe, se eles vierem te procurar, eu te defendo. Sei uns golpes bem maneiros. - digo e dou uma leve risada.

Ela da um pequeno sorriso e vai pro banheiro tomar banho.

Coitada...Ela não merece isso. Não basta a escravidão, tem que ser abusada também? Eu vou mudar tudo isso. Tudo! Todos vão ter vidas dignas e ter boas condições. 


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