Capítulo 7

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Mike me levou para uma espécie de porão de sua mansão. Era assustador, tinha uma jaula, ele me trancou lá dentro.

- Me tira daqui seu escroto! Recebe ordens do papaizinho todo dia? Pois eu recebo ordens todos os dias, e não é do meu pai nem da minha mãe, sabe porque? Porque sua família ridícula matou eles, foi isso que aconteceu! Eu choro todos os dias sentindo falta mas você não deve estar se lixando pra isso, alias, você nunca sofre, é rico, não é escravizado, não vê seus amigos sendo mortos, SUA VIDA É PERFEITA! - digo enquanto choro.

Uma lágrima cai do olho de Mike.

- Eu sinto muito Macayla. Eu realmente não sei o que você passa, mas, olha bem, meu pai é muito rigoroso comigo, se eu te soltar daqui, eu vou me ferrar, meu pai está me treinando para quando ele morrer, eu vou ser o dono de tudo. Ele está me preparando, então por favor entenda. Ele não vai te matar, precisa de você, do seu serviço.

- Então porque ele  matou Lucca?

- Porque Lucca estava matando todos os nossos soldados.

- Sabe, seu pai não está te treinando para ser o próximo presidente. Ele está te treinando para ser um louco, assassino, podre e maluco por poder. - desabafo.

- Eu vou chamar uma enfermeira pra cuidar do seu braço. Licença. - Ele enxuga a lágrima e vai embora.

- Miserável, ridículo, escroto, volta aqui seu desgraçado, me tira daqui! - Grito.

Me encosto na parede, chorando muito. Não sei o que doí mais, o meu braço aparentemente quebrado ou ver meu melhor amigo sendo morto. Primeiro, Hayley que foi super mal-tratada, machucada e humilhada tendo que limpar uma mansão toda com uma escova de dente. Depois, Marian, que foi violentada e perseguida. Agora, Lucca, que foi assassinado. E por fim, meus pais que foram mortos anos atrás. Não posso mais aturar essa merda de vida, eu quero que todos sejam tratados como ser humano, e não como bichos que esses desgraçados nos tratam. Agora minha sede de vingança aumentou mais ainda, eu vou acabar com tudo isso nem que eu tenha que matar todos. Inclusive Mike.

Escuto alguns passos e enxugo as lágrimas rapidamente. 

- Olá, sou Brunna,  a enfermeira. Deixe-me ver seu braço. - diz a mulher.

Ela examina meu braço cuidadosamente, e eu me seguro pra não gritar de dor.

- Seu braço está quebrado mocinha. Eu não pularia de uma janela tão alta, bem, essas são as consequências.

- Da pra você ficar quieta e fazer esse curativo logo? - digo sem paciência.

- Ta bem, ta bem, calma!

Ela faz o curativo. Mike chega e pede para ela sair.

- Macayla, escuta. Eu vou te tirar daqui, e nunca mais nos veremos ok? Meu pai mandou eu te libertar, e nunca mais falar no assunto. - diz ele abrindo a "jaula".

Eu fico calada, e ele me leva até o carro. Encosto minha cabeça no vidro, lágrimas descem, meus pensamentos voam longe, o cansaço bate, e a saudade de meus pais também. Ahh, como eu queria minha mãe aqui agora, pra me dar um abraço forte e ótimos conselhos. 

Cheguei em casa, ele parou o carro e eu desci, sem dizer uma palavra, entro na casa, fecho a porta, pego o primeiro objeto que vejo pela frente e quebro, gritando e chorando de raiva. Até que minha madrinha aparece.

- Adeus abajur de 1914- diz ela recolhendo os cacos.

- Me desculpa, e-eu... - as lágrimas me vencem, e antes que eu pudesse terminar a frase, fico em prantos.

- Mac, o que houve?

- Lucca madrinha. Ele morreu, foi assassinado por aquele filho da pu... - ela me interrompeu com um abraço.

- Meus pêsames docinho. Mas pensa positivo. Lucca está num lugar melhor do que esse inferno que chamam de vida. 

Eu abraço ela ainda mais forte.

- EU ODEIO BEXTER! - Grito.

- Eu também, docinho. 


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