Prólogo

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PLAGIO É CRIME.

Violar direito autoral da pena de detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa.
ART. 3º da Lei nº. 9.610/98

Querer não é poder. Quem pôde, quis antes de poder só depois de poder. Quem quer nunca há-de poder, porque se perde em querer.
-Fernando Pessoa

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Três anos Atrás

Andrew

Hoje faz três meses que minha pequena Júlia nasceu, Carol anda muito estranha ultimamente, mas deve ser coisa boba. Hoje tive que vir ao escritório assinar alguns documentos, mas graças a deus já estou indo embora para casa ficar com os dois amores da minha vida.

Saio do escritório e entro no carro em direção à nossa casa. Quando Júlia nasceu resolvemos comprar uma casa em um condomínio perto do escritório para ficar mais fácil.
Quando elas vieram embora do hospital, eu e Carol resolvemos que Maria, minha governanta ficaria com o cargo de nos ajudar com Julia e eu iria contratar outra governanta, pois confio muito em Maria, a conheço desde pequeno, foi ela que cuidou de mim quando vim embora morar sozinho, minha mãe a mandou comigo e está até hoje.

Cinco minutos depois estou entrando em casa.

-Amor! Carol! Onde você está meu bem?- a chamo. Porém ela não responde.

Saio procurando ela nos cômodos no andar de baixo, mas não a acho. Subo as escadas em rumo só quarto de minha pequena. Entro e vejo Julia deitada no berço dela com os olhinhos abertos olhando para o teto.

- Ah! Que susto Senhor Andrew! - fala dona Maria, a idosa babá que ajuda a cuidar de Júlia, saindo do banheiro.
-Desculpe-me Maria. Não queria te assustar. - Falo indo até ela e lhe dando um abraço.
-Desculpado meu filho. Estávamos aqui indo banhar não é Julia? - fala ela pegando minha pequena do berço e ela da um lindo sorrisinho.
-Dona Maria, onde está Carol? - pergunto e ela me olha com cara de quem está me escondendo alguma coisa. - Onde Maria? Fale para mim. - falo já ficando preocupado.
-Meu filho, sente - se na cama e só espere eu banhar a Julia e já venho conversar com você. - Fala e concordo fazendo um gesto de sim com a cabeça.

Sento-me na poltrona que tem ao lado do berço.

Quinze minutos depois dona Maria se senta na cama de frente para mim, ela já deu banho e vestiu roupa em Julia, nesse momento ela está dormindo já.

-Acho melhor descermos para a sala para não fazer barulho e acordá-la. - fala levantando se da cama.

Levanto-me também e descemos para a sala. Sento-me no sofá. Ela vai até a estante e pega um envelope e me entrega.
-Antes de abrir esse envelope me escute. Eu li o que está escrito aí dentro, pois já imaginava o que seria eu sei, eu não deveria ter aberto esse envelope, mas abri pelo seu bem. Fui eu que cuidei de você e tenho um enorme carinho por você. Te amo como se fosse meu filho. Mas vamos ao que interessa nesse momento.
Bom. Hoje quando você saiu para o escrito, ficamos somente eu e Carol com Julia lá em cima, e os outros empregados aqui em baixo. Assim que eu desci para pegar um chá que pedi pra cozinheira fazer e subi para o quarto, passei na porta de seu quarto e de Carol e ela estava arrumando uma mala...
-Maria não me diga que ela fez isso. - falo interrompendo- a no que estava falando.

Deixe-me terminar de falar primeiro. - diz e concordo balançando a cabeça para ela. - Continuando, eu parei na porta do quarto e olhei para ela, quando ela viu minha presença ali dentro ela chegou bem perto, chorando demais e me entregou esse envelope e apenas disse que estava de saída por um tempo e que só iria ao quarto de Julia se despedir dela, não deixou que eu me manifestasse, apenas me fez prometer que cuidaria de vocês dois até ela voltar. Fechou a mala e saiu do quarto, foi até o quarto da Julia, eu estava o tempo todo atrás dela. Ela ficou uns quinze minutos no quarto de Julia, quando saiu seu rosto estava coberto por lágrimas - ela fala e nesse momento já estou caindo em lágrimas. - pegou a mala e desceu as escadas, foi até a cozinha e se despediu de todos os empregados. Despediu-se de mim pela última vez e me fez prometer novamente que iria cuidar de vocês e saiu em rumo ao táxi que já a esperava. - fala. Agora abra o envelope e veja o que ela deixou. - diz mandando abrir
Ela se levanta e sai da sala. Abro o envelope lá de dentro tiro uma carta dela.

"Andrew Bellato, meu Amor, meu bem, meu cheiro, te amo muito. Tive que ir sem me despedir de você. Como eu queria ter te dado um último abraço, um último beijo. Mas seu fosse fazer isso você não me deixaria partir, mas por meio dessa carta deixo escrito a você e a nossa filha todo meu amor a vocês. Amo muito vocês, tive que partir, não foi porque eu quis, foi pelo bem de vocês e de todos. Mas pretendo voltar logo. Peço que cuide da nossa filha, a ame muito e dê tudo a ela. Faça o que ela pedir a você, pois ela é uma parte de mim que estou deixando. Meu coração está despedaçado por ter que partir e deixar vocês. Mas eu volto. Eu prometo que irei voltar. Amo muito vocês. De todo coração de sua amada... "
Carolina Matos.

Choro compulsivamente, Maria chega à sala e se senta no sofá e me puxa para deitar a cabeça em seu colo. Fico ali chorando por tudo. Pelo amor que dei a ela. Pelas vezes que demonstramos nosso amor um ao outro. Pelas nossas noites nos amando. Por tudo. E agora ela some assim do nada. Deixa-me. Meu coração está despedaçado. Se ela acha que é fácil sumir assim e depois voltar achando que tudo será igual ela está enganada. Nosso amor nos deu um fruto. E cuidarei de Julia, darei minha vida a ela se for preciso.
Nesse momento tomo uma decisão.
A partir de hoje, irei cuidar de minha filha e fechar o meu coração a sete chaves, nenhuma mulher entrará nele mais. Aqui dentro só existe amor para Júlia Bellato. Única mulher na minha vida agora. Carol para mim acabou. Irei esquecê-la.

Depois daquele dia horrível que tive, dei minha vida a Julia. Nenhuma mulher conseguiu entrar no meu coração. Isolei-me do mundo. Poucas vezes saia.

Um ano depois que Carol foi embora, revivi o pior dia da minha vida novamente. Revivi o dia que ela foi embora. Ela foi dada como morta. Assim. De repente. Vi a reportagem na televisão. Estava dizendo que ela morreu em um acidente de carro no Brasil. Apenas vi isso. Nesse dia sofri. Mas consegui me reerguer e seguir minha vida normalmente, cuidando e dando minha vida pela minha pequena Júlia, que estava cada dia mais fofa e adorável.


Querer não é poder. Quem pôde, quis antes de poder só depois de poder. Quem quer nunca há- de poder, porque se perde em querer.
-Fernando Pessoa.

Blenda A.L.

Atualização 05/04/2017


Uma Paixão IrresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora