5 | Algemas

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- Eu nunca vou ser tua! - Os olhos dele estavam pretos de tanta raiva. Ele aproximou-se de mim e eu comecei a recuar alguns.

Eu não o conhece-o, eu nem sei do que ele é capaz de fazer e pela cara dele, ele não está nada feliz.

- Não me mates, por favor! - Eu parei e protegi a minha cara com as mãos. Ele aproximou-se e tirou as minhas mãos da cara. Ele passou o polegar no meu rosto, eu olhei para os olhos dele que agora voltaram a verdes.

- Ninguém vai tocar-te.

Ouço um barulho de um carro a aproximar-se. Afasto-me dele, olho para um Camaro e tento perceber quem está lá dentro mas os vidros são fumados então não consigo. O carro parou ao nosso lado e abriu o vidro:

- O que aconteceu? - Era um rapaz com cabelo castanho claro e uns olhos azuis, ele devia ser amigo do meu "parceiro", eu nem sei o nome do rapaz com quem vou-me casar o que pode não se mais ridículo do que isto.

- Explico depois. Natacha entra dentro do carro. - Eu comecei a andar até que lembrei-me.

- Para onde vamos? - Virei para trás onde ele estava.

- Para tua casa - Ele começou a andar e abriu-me a porta para eu entrar.

- Para quê? Ah... Quero dizer porque tu não me deixas perto de casa e vais para tua, esquecemo-nos esta noite atribulada e depois vemo-nos no noivado, o que achas? - Duvido que ele vá fazer o que eu estou a pedir-lhe, mas também não perdi nada em perguntar.

- Claro que eu podia, mas eu não quero - Já disse que este rapaz é insuportável - Entra no carro, Natacha, estou a perder a paciência.

- Quando é que a tiveste? - Sussurrei e entrei dentro do carro.

- Disseste alguma coisa? - Ignorei-o e encostei a cabeça ao vidro da janela.

Ele sentou-se ao meu lado e fechou a porta. O rapaz que estava no volante começou a conduzir.

- O que estás aqui a fazer? - Eu levantei a cabeça na direcção dele e perguntei-lhe.

- Eu não corro riscos - ele inclinou-se para a frente, abriu a caixa que está entre os bancos da parte da frente e tirou umas...o quê?

- O que estás a fazer!? - Eu comecei a gritar com ele.

- Como te disse eu não corro riscos - Ele pegou na minha mão e começou algemar-me a ele.

- Ahahah - O rapaz à nossa frente estava a rir de nós - Ainda nem casaste com ela e já queres algema-la, nem quero saber quando casarem. - Porque raio eu não fui a pé?

Eu voltei a encostar a cabeça na porta e tentei fingir que isto foi tudo um enorme pesadelo desde que o meu irmão veio ao meu quarto de manhã. Mas não foi possível, o meu "querido parceiro" de 5 em 5 segundos estava a puxar-me o pulso.

- Pára quieto! - Eu gritei com ele.

- Ou quê? - Ele só pode, quer saber qual é o meu limite, só pode.

- Tu tens quantos anos? 5? Desalgema-me, idiota! Pensas que eu sou o quê? A tua prisioneira?

- Natacha estás abusar - Ele pegou no meu braço e começou a apertar o meu pulso. - Tu vais ter de aprender a obedecer-me!

- Estás a magoar-me, pára - Ele largou-me, eu pus a minha mão algemada por cima do meu pulso que estava todo vermelho.

Olhei para a rua e reparei que estávamos na frente da minha casa e o rapaz que estava a minha frente já não estava dentro do carro, mas sim a falar com seguranças para nós entramos.

Ele desalgemou-me e disse:

- Desculpa, eu perdi o controlo. - Ele estava a segurar minhas mãos, as mãos dele para além de ser o dobro das minhas estavam quentes ao contrário das minhas que estavam a congelar.

- Eu também exagerei, desculpa. - Ele começou a fazer círculos com o polegar na minha mão. Ele arrepiou-me no bom sentido. - Acho que esta noite foi muito longa para nós, os dois, não achas? - Eu estava a olhar para os olhos dele, não consigo desviar o olhar, eles estavam tão brilhantes, tão profundos.

Ouvi alguém bater no vidro do carro, olhei, eu estou tão lixada. Era o meu pai. Ele não estava com cara de muitos amigos.

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Herdeira [H.S] & [J.B]Onde histórias criam vida. Descubra agora