7 | Noiva

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O meu coração está a mil a hora até parece que vai sair do peito. As minhas mãos estão a tremer. Se eu fico assim e só ouvi a voz dele, nem quero saber quando estiver frente a frente com ele esta noite. Pus o microfone mudo, recompus-me e tentei parecer o máximo indiferente possível a ele.

- Diz rápido o que tens a dizer, tenho mais que fazer - eu disse seca.

- Eu só queria saber se está tudo bem contigo - ele parecia ter boas intenções mas de boas intenções está o Inferno cheio.

- Porque não perguntas a um dos seguranças que está 24 por 24 horas a controlar cada passo que eu dou. - Desliguei e recuperei o fôlego.

Cai de joelhos a olhar para as cortinas, pensei eu quero ser normal, eu quero ser feliz, eu quero casar com alguém que eu amo e ame-me de volta. Uma lagrima escorreu-me no rosto, limpei-a logo, como o meu pai dizia quem chora são os fracos. Como isso nunca vai acontecer por isso não posso estar a toda a hora a lamentar-me e a gastar água tenho de avançar e se calhar daqui a alguns anos, eu possa encontrar harmonia e paz numa vida contrariada. Mas se ele não me deixar encontrar, ele também não vai conseguir-lo.

Fui na direcção da casa de banho, abri a torneira e comecei a temperar a água. Despi o meu pijama e as cuecas, tirei o meu colar de ouro branco simples e sem pendentes e entrei dentro de água. Sentei-me na banheira com a água a cair-me nas costas. Fiquei tanto tempo naquela posição que quando decidi lavar o meu corpo doía-mas.

Depois de sair da banheira, enrolei uma toalha rosa à volta do meu corpo e uma da mesma cor no cabelo.

Agora estou no armário a escolher a minha roupa interior e um pijama para eu ir dormir e rezar que eles esqueçam de mim é improvável, mas é preferível do que descer as escadas e olhar para o playboy como se fosse uma honra ou melhor um privilégio casar-me com ele, como ele fosse o dono do mundo.

- Natacha, tenho aqui a roupa que vai usar esta noite - Já ninguém sabe bater à porta nesta casa? Saio da divisão do vestuário.

- Sim, mãe, entre. Está a vontade - eu digo ironicamente. Ela dá-me aquele olhar que fazia eu esconder-me atrás da empregada com medo quando eu era pequena. Pelo menos agora só dá-me piada olhar para a cara dela.

- Como eu estava a dizer, está aqui o seu novo conjunto de lingerie, o vestido e os sapatos - Eu aproximo-me da cama onde ela pousou as caixas para ver o que ela trouxe.

- Eu não vou usar isto. Isto não é lingerie, isto é um pedaço de pano muito, mesmo muito pequeno - Eu peguei nas cuecas e olhei para a minha mãe.

- Tem razão, vai sem nenhuma, o Harry também vai preferir assim. - Ela tirou-me as cuecas, pôs na caixa e fechou-a.

- Sabe, mãe, eu tive a pensar e não é assim tão pequena. - Tiro-lhe a caixa das mãos e ponho longe do alcance dela.

- Eu sabia que íamos chegar a um acordo - Ela estava a dirigir-se para a porta.

- Quer dizer um ultimato? - Eu sussurro.

- Disse alguma coisa? - Ela perguntou já fora do quarto.

- Não.

- Bem me pareceu. - Com isto ela fechou a porta e eu mandei-me para cima da cama.

Mandei as caixas para o chão, abri a cama, mandei as toalhas contra a porta da casa de banho, entrei dentro da cama e fechei os olhos. Eu até podia ter vestido o pedaço de pano para não ficar nua mas aquilo não parece nada confortável.

A minha barriga começou a roncar, então decidi descer as escadas para ir comer. Vesti um soutien e umas cuecas brancas confortáveis e fui em direcção ao quarto de vestir para despachar-me, vesti umas calças de cintura subida de ganga e uma camisola justa branca e calcei uns saltos nudes que a minha mãe obriga-me a usar para já estar habituada para quando for o casamento.

Herdeira [H.S] & [J.B]Onde histórias criam vida. Descubra agora