19 | Horas

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- Não sabia que agora tinha hora de ir para a cama – Ele está sentado num sofá individual ao lado de uma mesa cheias dos mais variados uísques e Bourbon.- Sabes que horas são? – Ele pega noutro copo debaixo da mesa, coloca ao lado do dele que já estava meio cheio e põe o líquido amargo nos copos.

- Não, mas sei que vais dizer-me – eu digo indiferente a estrutura ameaçadora dele agora levantada.

- Oito da noite – Ele bebe um golo do seu copo sem perder o contacto visual comigo.

- Boa, já posso ir ou tens mais alguma coisa a dizer "papá"? – Eu volto-me para ir embora até que vejo um copo a passar a milímetro do meu corpo, a bater na parede e a partir-se em mil pedacinhos.

- Como quem tu tiveste? – Eu olho para ele assustada enquanto ele olha-me cheio de raiva. Engulo o medo e mostro a minha melhor mascara.

- Querido, não fui eu que fui dar uma rapidinha a meio da noite – eu cuspo-lhe as palavras e começo a subir as escadas como se nada tivesse acontecido.

- Quem é ele? – Ele grita debaixo das escadas e começa a correr atrás de mim.

Eu começo a correr mais rápido com algum medo dele, por ele estar bêbedo e não ter consciência dos seus atos. Olho para os lados à procura de uma porta aberta, vejo um quarto acessível, corro na direção dele e fecho a porta. Ainda oiço os passos dele no corredor como ele fosse um caçador e eu a presa inofensiva e frágil. Desencosto-me da porta delicadamente, procuro a chave para trancar o quarto, mas não a encontro. Como deixo de ouvi-lo decido pousar o saco preto que ainda tinha no meu ombro, pois ele já estava-me a magoar. Pego-lhe e deixo-o cair bruscamente sem querer o que foi um erro, pois ao bater no chão fez um barulho estrondoso, avisando onde eu estou. Encosto-me a porta para ele não entrar, o que não vale de nada porque ele arromba a porta empurrando o meu corpo para o meio do quarto no chão, junto à cama.

Eu pareço tão indefesa no chão comparando com o corpo dele em cima de mim. Ele pega nos meus pulsos obrigando-me a levantar.

- Porquê traíste-me? – Ele grita enquanto desesperado aperta-me os pulsos.

- Não, tu é que me traíste! - Eu acuso-o revoltada

- Eu nunca te trai! - Como é que ele tem a coragem?

- Claro que não – Ele deve achar que eu sou muito estúpida para acreditar nas mentiras dele – Tiveste a noite toda a contar carneirinhos, não foi?

- Não, eu tive toda a noite a pensar como é que eu vou lidar com a minha incapacidade de não conseguir parar de pensar em ti. – O hálito alcoolizado e quente dele vai contra a minha cara. - E queres que eu acredite em ti? Tu deves achar que eu sou uma das tuas putas que tu fodes, vais te embora e depois voltas com uma desculpa esfarrapada.

- Então, explica-me o que são estas coisas na minha barriga que eu só sinto quando estou ao pé de ti.

- Pará de mentir-me - eu solto-me dele e ponho as mãos nos ouvidos.

- Eu não estou! – Eu já estava a chorar incontrolavelmente.

- Como é que tu podes, tu partiste-me o coração quando foste embora! Esperavas o quê, eu aqui de braços abertos a tua espera? – Eu grito mais alto que ele a soluçar por causa do choro.

- Por favor perdoa-me!

- Eu vou-me embora.

- Natacha, por favor – Ele choca o meu corpo contra o dele impossibilitando-me de mover.

- E as mensagens?

- Eu nem gosto dela, foi só passageiro, se quiseres eu nunca mais a vejo por ti! – Ele põe as mãos na minha cara, segurando-me o rosto.

- Não sei se consigo, desculpa – Eu tento-me soltar mas ele aperta ainda mais.

- Janta comigo?

- Não sei – eu digo indecisa.

- Por favor pela melhor noite das nossas vidas.

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Melhor tarde do que nunca não é o que dizem?

Obrigado àquelas pessoas que comentaram e responderam a pergunta que eu fiz.

Eu já fiz a minha decisão em consideração aos vossos comentários e outros pontos, mas eu não vou dizer para criar suspense.

Em conclusão espero que tenham gostado da meia reconciliação deles.

Votem, comentem, partilhem pfv :D

Beijos e Abraços,

Adriana

Herdeira [H.S] & [J.B]Onde histórias criam vida. Descubra agora