- Não sabia que agora tinha hora de ir para a cama – Ele está sentado num sofá individual ao lado de uma mesa cheias dos mais variados uísques e Bourbon.- Sabes que horas são? – Ele pega noutro copo debaixo da mesa, coloca ao lado do dele que já estava meio cheio e põe o líquido amargo nos copos.
- Não, mas sei que vais dizer-me – eu digo indiferente a estrutura ameaçadora dele agora levantada.
- Oito da noite – Ele bebe um golo do seu copo sem perder o contacto visual comigo.
- Boa, já posso ir ou tens mais alguma coisa a dizer "papá"? – Eu volto-me para ir embora até que vejo um copo a passar a milímetro do meu corpo, a bater na parede e a partir-se em mil pedacinhos.
- Como quem tu tiveste? – Eu olho para ele assustada enquanto ele olha-me cheio de raiva. Engulo o medo e mostro a minha melhor mascara.
- Querido, não fui eu que fui dar uma rapidinha a meio da noite – eu cuspo-lhe as palavras e começo a subir as escadas como se nada tivesse acontecido.
- Quem é ele? – Ele grita debaixo das escadas e começa a correr atrás de mim.
Eu começo a correr mais rápido com algum medo dele, por ele estar bêbedo e não ter consciência dos seus atos. Olho para os lados à procura de uma porta aberta, vejo um quarto acessível, corro na direção dele e fecho a porta. Ainda oiço os passos dele no corredor como ele fosse um caçador e eu a presa inofensiva e frágil. Desencosto-me da porta delicadamente, procuro a chave para trancar o quarto, mas não a encontro. Como deixo de ouvi-lo decido pousar o saco preto que ainda tinha no meu ombro, pois ele já estava-me a magoar. Pego-lhe e deixo-o cair bruscamente sem querer o que foi um erro, pois ao bater no chão fez um barulho estrondoso, avisando onde eu estou. Encosto-me a porta para ele não entrar, o que não vale de nada porque ele arromba a porta empurrando o meu corpo para o meio do quarto no chão, junto à cama.
Eu pareço tão indefesa no chão comparando com o corpo dele em cima de mim. Ele pega nos meus pulsos obrigando-me a levantar.
- Porquê traíste-me? – Ele grita enquanto desesperado aperta-me os pulsos.
- Não, tu é que me traíste! - Eu acuso-o revoltada
- Eu nunca te trai! - Como é que ele tem a coragem?
- Claro que não – Ele deve achar que eu sou muito estúpida para acreditar nas mentiras dele – Tiveste a noite toda a contar carneirinhos, não foi?
- Não, eu tive toda a noite a pensar como é que eu vou lidar com a minha incapacidade de não conseguir parar de pensar em ti. – O hálito alcoolizado e quente dele vai contra a minha cara. - E queres que eu acredite em ti? Tu deves achar que eu sou uma das tuas putas que tu fodes, vais te embora e depois voltas com uma desculpa esfarrapada.
- Então, explica-me o que são estas coisas na minha barriga que eu só sinto quando estou ao pé de ti.
- Pará de mentir-me - eu solto-me dele e ponho as mãos nos ouvidos.
- Eu não estou! – Eu já estava a chorar incontrolavelmente.
- Como é que tu podes, tu partiste-me o coração quando foste embora! Esperavas o quê, eu aqui de braços abertos a tua espera? – Eu grito mais alto que ele a soluçar por causa do choro.
- Por favor perdoa-me!
- Eu vou-me embora.
- Natacha, por favor – Ele choca o meu corpo contra o dele impossibilitando-me de mover.
- E as mensagens?
- Eu nem gosto dela, foi só passageiro, se quiseres eu nunca mais a vejo por ti! – Ele põe as mãos na minha cara, segurando-me o rosto.
- Não sei se consigo, desculpa – Eu tento-me soltar mas ele aperta ainda mais.
- Janta comigo?
- Não sei – eu digo indecisa.
- Por favor pela melhor noite das nossas vidas.
___
Melhor tarde do que nunca não é o que dizem?
Obrigado àquelas pessoas que comentaram e responderam a pergunta que eu fiz.
Eu já fiz a minha decisão em consideração aos vossos comentários e outros pontos, mas eu não vou dizer para criar suspense.
Em conclusão espero que tenham gostado da meia reconciliação deles.
Votem, comentem, partilhem pfv :D
Beijos e Abraços,
Adriana
VOCÊ ESTÁ LENDO
Herdeira [H.S] & [J.B]
FanfictionNão sei o que é pior, eu viver num mundo onde matar alguém é como respirar ou eu estar apaixonada por um deles.