Herdeira [H.S] & [J.B]

28 | Cave

O meu rosto fica branco instantaneamente e as minhas mãos estão a tremer. Observo o corpo dela à procura de evidências de uma gravidez, a barriga está maior do que o normal comparada ao corpo elegante dela das fotos, ela está inchada e tem olheiras que evidencia cansaço. Olho-a cheia de raiva e começo a rir como o que ela tivesse dito fosse uma piada, eles olham-me confusos. Tantas emoções raiva, ciúmes, felicidade, dor... Como é que isto passou-me ao lado, eu sou tão meticulosa, como é que eu não percebi, se calhar eu até tenho alguma doença sexualmente transmissível. Que merda o Harry não podia ter usado a merda de um preservativo quando esteve com esta puta. Ele pode ter envolvido com outras, apetece-me esgana-lo. Até em coma traz-me problemas.

- Oh a sério? Peço imensa desculpa – Eu finjo preocupação, enquanto ela olha-me vitoriosa – George quando apertares as algemas faz questão que estejam muito apertadas. Não queremos que a gravida tenha oportunidade de fugir, não é? – Eu rio e vou-me embora, ignorando os gritos daquela puta.

Preciso de beber vodka. A mais forte. Vou em direção a cozinha, sirvo-me e bebo lentamente para queimar suavemente. Se calhar o filho nem é dele e eu já estou a fazer filmes na minha cabeça, tanto faz, filho dele ou não, tenho de matar aquela mulher que já está a dar-me demasiados problemas. Imagina um bastardo. Como eu fui tão estupida? Tenho de mata-la e matar o filho dela o mais rápido possível antes que o Harry acorde e queira mante-lo. Matar o obstáculo antes que se torne num problema, fácil e eficaz.

- Uma moeda pelos teus pensamentos.

- Os meus pensamentos não te dizem respeito. – Continuo a olhar para a janela da cozinha que dava visão para um jardim florido e cuidado que nunca tive oportunidade de ir.

- Alguém está de mau humor – Olho para ele a perguntar-me o porquê de ele continuar atrás de mim a chatear-me.

- Não tens nada para fazer? – Eu digo aborrecida.

- Não sejas assim Natacha, eu fui o padrinho do teu casamento e sou o braço direito do Harry. Agora nós somos quase irmãos e eu sempre quis ter uma irmã. Sê mais simpática para o maninho – Ele sorri para mim.

- Eu vou estar de bom humor quando tiver a cabeça do Dastan e do Bieber na parede da sala. Se calhar até faço uma festa quando o Harry acordar e a parede já estiver completa. O que achas? – Viro-me novamente para o Louis que olha-me com um sorriso sádico. Ele assente e abana a cabeça levemente – Sabes onde é a porta de saída, por isso faz-me o favor e vai trabalhar. – Vou a andar em direção ao escritório para a organizar alguma papelada, enquanto não posso fazer nada para mudar esta situação.

*

O céu estava completamente escuro pela lua nova. Só reparei que era de noite depois de olhar para a janela do escritório, fiquei tão focada e absorvida nos papéis. Agora só preciso de ir brevemente a alguns casinos e bares para ver como estão as coisas e posso direcionar a minha atenção totalmente para o Harry. Temporariamente pelo menos, tenho a certeza que vou ter de voltar ao trabalho.

Desço as escadas lentamente da minha cave devidamente desinfetada para ela saber que a hora dela chegou. Olho para aquela hipócrita que estava amordaçada e amarrada a chorar numa cadeira de aço, pelo menos isto fizeram bem.

- Podes sair. – Eu ordeno ao George que estava ao lado dela e de uma cadeira igual à dela agora levantado. – Mas primeiro traz um relógio de parede e pendura-o na parede.

- Mas senhora... - Ele fala atrapalhadamente, enquanto arregaço as mangas da minha camisa.

- E rápido – eu grito com calma e ele sai rapidamente. Ouve-se o grande estrondo da porta a ser fechada – Agora já estamos completamente sozinhas que bom, não? – Sorrio na sua direção enquanto ela chora cada vez mais e eu rio satisfeita. Aproximo-me da mesa de aço encostada a parede, olho-a atentamente para os mais variados utensílios – Bisturi ou alicate? – Ela grita alguma coisa que eu não percebo por causa do pano que tinha na boca. – Tens razão o alicate é perfeito, depois o bisturi. Estás a ver como nos entendemos bem, não precisas de ser tão agressiva. – Tiro-lhe o lenço preto e ela geme.