Megan se levanta da cama e vem até mim, sinto ela segurar meus braços. Mas em nenhum momento eu conseguia levantar a cabeça e olhar em seus olhos. Com suas mãos ela me puxa e me dá um abraço.
― Você não precisa disso ― murmurou. ― Você não pode isso...
Levo minhas mãos em suas costas retribuindo o abraço e choro mais.
Sinto uma gota cair sobre meu ombro e me afasto um pouco de Megan, quebrando o abraço e olhando em seus olhos.
Ela estava chorando.
― Quanto tempo? ― perguntou enquanto tentava conter as lágrimas. Desviei o olhar do dela e sentei na cama.
― Dois meses. Eu acho ― digo. ― Mas não é sempre, é só as vezes.
Megan olha pra mim e balança a cabeça, percebo que ela também está magoada comigo.
― Por que isso? ― perguntou. ― Está acontecendo alguma coisa?
Abaixei novamente a cabeça, e limpei as lágrimas com minha mão.
― Não está acontecendo nada ― respondo e pego minha blusa e coloco. Levanto a cabeça e olho pra ela que chorava e olhava pra mim. Me levantei e fui até a porta, girei a maçaneta pronta para sair.
― Seu pai sabe? ― perguntou e parei de abrir a porta.
― Descobriu antes de ontem ― respondo e abro. Desço as escadas e vou até a cozinha.
Puxo uma cadeira e me sento, enquanto vejo minha avó abrir o forno.
― Onde está Niall? ― pergunto e ela olha pra mim e sorri.
― No futebol dele, daqui a pouco chega, acho ― respondeu e ficamos em silêncio até ela fechar o forno e sentar em uma cadeira perto de mim.
― Como está as coisas? ― perguntou e desviei o olhar apertando o meu pulso.
― Bem ― menti. ― Em breve vou começar a fazer estágio na empresa.
― Que bom, está contente?
― Muito ― respondo.
― Um dia você irá ser a dona daquilo tudo. Igual foi seu avô e como é seu pai.
Sorri.
― É.
Ouço a campainha tocar e Clarie se levanta pedindo para que eu atenda enquanto ela vai olhar a lasanha.
Me levanto e vou até a porta a abrindo. Olho para o meu pai com suas roupas de trabalho. Abro um sorriso e ele me encara.
― Trouxe sua roupa ― disse levantando minha mochila. Seus olhos se encontram em minha roupa e dou uma olhada para ver se tem algum problema. ― Essa roupa...
― Megan me emprestou essa roupa dela. Algum problema? ― pergunto e ele nega com a cabeça e entra.― Luke! ― disse minha avó enquanto andava para perto de nós e dava um abraço em meu pai. ― Como você está?
― Bem, obrigado! E você? ― perguntou sorrindo também.
― Estou bem. Devia vir nos visitar mais vezes vocês.
― Vou fazer o possível ― disse e Clarie concordou com a cabeça. ― Vou chamar Will, deve ter terminado seu banho. Onde está Megan?
― No quarto ― respondi.
― Claro. Vou chama-la.
Minha avó subiu as escadas e nos deixou a sós, olhei para meu pai e sorri. Ele olhava minha roupa com uma certa atenção, talvez tentando lembrar se viu Megan a usar, ou justamente lembrando que ela usava. Logo Megan desceu as escadas e cumprimentou meu pai, e começaram a conversar. Tentei não olhar para ela, eu estava com vergonha, vergonha do que fiz a mim.
A campainha toca novamente, mas dessa vez era Marcus. Olhei para e ele e sorri, e depois recebi um abraço dele.
― Como é pequena ― disse e comecei a rir.
― Sou do tamanho da tia com 17 anos e eu só tenho 15 ― digo e comecei a rir, assim como Megan e meu pai também.
― Quem te iludiu com isso? ― perguntou.
― Olha ― girei mostrando a roupa que eu vestia. ― Coube certinho.
― Essa... ― disse Marcus mas foi interrompido por Megan:
― Emprestei minha roupa a ela.
―Claro! ― Sorriu desconcertado.
Will e minha avó desceram e fomos para a mesa. Niall com certeza foi para outro lugar e não vai chegar tão cedo. Começamos a jantar enquanto conversarmos sobre o trabalho de Marcus e de Megan e a empresa de meu pai.
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[Inspire]
Romance' Segundo Livro de [Pulsos] ' Quando você tem a sua vida em torno de mentiras e explicações estupidas, você se sente mal. É assim que Marianne Carter Winchester se sente e é por esse motivo que ela se automutila constantemente. Sem saber a verdad...