Capítulo Vinte e Cinco

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- Podemos ler juntas? - perguntei e a garota abriu um largo sorriso.

- Sim, eu adoraria - disse.

E então os dias que se passaram foram resumidos em fugir do olhar do Asher e o ignorar o máximo que eu conseguia (apesar de que meu coração acelerava toda vez que eu ouvia a voz dele ou o via de canto de olho) e ir para o hospital ler o livro que minha mãe deixou para mim com Emma.

Por diversas vezes eu agradeci muito o fato de Emma sempre estar ao meu lado enquanto eu lia, tudo o que estava escrito ali era pesado, pesado demais. Eu talvez não entenderia se eu tivesse lido a dois anos atrás.

Eu senti muita raiva de meu pai e ao mesmo tempo imaginei se alguém me amaria assim ou se eu mesma amaria alguém desta maneira.

Tio Boby era incrível, Marcus, Tia Megan e o avô Will.

E eu me derretia toda quando haviam partes em que tinha o Niall, é incrível como eu consigo imaginar ele pequeno e agindo daquela maneira.

Haviam várias histórias que eu não fazia ideia que haviam acontecido e eu queria, queria ter escutado algumas delas pelo meu pai. Como no dia em que ele "atropelou" ela sem querer e ela ficou extremamente furiosa.

- Será que ainda conseguimos achar essa banda? - Emma perguntou curiosa.

- Eu não faço ideia. - Peguei meu celular e pesquisei "One Direction", ainda haviam notícias bem recentes, mas somente sobre como estava a vida dos integrantes, não quis ver isso. Coloquei para buscar as músicas e consegui acessar os álbuns.

- Coloca essa - gritou Emma empolgada e eu dei uma leve risada.

- More than this - li e cliquei para iniciar. De acordo com o que minha mãe deixou era a música preferida dela.

Antes da música acabar eu já estava chorando, a canção é triste, muito triste, mas é tão linda.

Eu e Emma tiramos o resto do nosso tempo juntas para ouvir todas as músicas da banda, ela disse que a preferida dela foi Summer Love e eu fiquei entre Story Of my life e You & I.

Nesse momento tocava History, e minha mente viajou totalmente para um mundo onde minha mãe estivesse viva e eu pudesse vê-la, quanto mais eu lia o livro, mais próxima eu a sentia. Isso é estranho não é?
Mas é como se ela ainda estivesse por aqui, e eu pudesse senti-la.

- Uma vez eu li em um livro, que não vivemos para sempre, mas que nos mantemos vivos no coração das pessoas que nos amam, até que o coração delas também pare de bater. - Emma disse enquanto mantinha seu olhar para fora da janela, era como se ela estivesse lendo meus pensamentos... bom, foi o que eu pensei naquele momento, mas não era nada disso.

- Eu também acho que é isso - digo e deixo um leve sorisso escapar entre meus lábios.

É engraçado como eu vivi vários momentos com Emma, que eu só entendi realmente depois que eu fui passar tudo para esse notebook igual ela me pediu, talvez se eu tivesse essa percepção que eu tenho agora, muita coisa seria diferente. Provavelmente eu deitaria com a cabeça no colo da Emma e choraria horrores com o que ela acabara de dizer, mas como eu não fazia absoluta ideia de nada, eu apenas sorri, sem entender que aquilo era quase como um adeus.

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