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Meu coração batia aceleradamente, enquanto meus olhos se mantinham fechados e minha voz alcançava lugares que antes eu nem mesma imaginaria que seria capaz, e então, quando a voz de Asher se juntou a minha, eu senti como se estivesse flutuando, como se não estivéssemos na sala do último andar do colégio. Sua voz ecoava por cima da minha e eu apenas abri os olhos para olha-lo, antes de terminarmos de cantar a música.
― Faltam dois dias ― murmurei ansiosa.
Asher desligou o musical da caixinha de som e se virou pra mim.
― É, passou rápido. Mas estamos muito bem, aliás.
Sorri e fui até a mesa do professor e puxei minha mochila para perto de mim enquanto a abria e me certificava que eu não havia deixado meu celular em algum outro canto. O peguei e vi que já havíamos passado um pouco da hora e juntamente vi seis chamadas perdidas do Niall e retornei imediatamente para ele enquanto me sentava encima da mesa. Asher desmontava a caixa de som enquanto meu olhar percorria sua ação.
― Mari? ― perguntou Niall ao telefone.
― O que houve, Niall? ― perguntei e imediatamente vi Asher olhando para mim, assim que viu que eu estava com os olhos nele, tornou a olhar para a caixa.
― Onde você está?
― Sério que me ligou seis vezes só para saber onde estou? ― perguntei um pouco aliviada, e fiquei ainda mais quando ele concordou com um "hunrum". ― Estou aqui no colégio. Aconteceu alguma coisa?
― Daqui 10 minutos apareço ai ― disse rapidamente e desligou na minha cara.
Sai de cima da mesa e coloquei o celular no bolso da calça, enquanto fechava minha mochila.
― Como o conheceu? ― perguntou Asher.
― Quem? ― questionei sem entender sua pergunta. Seu olhar tornou a olhar para mim.
― O Niall. Nunca imaginaria que você e ele namoravam, entende? Você e ele, sei lá. ― disse. Acabei tendo que rir bastante da cara dele o que o deixou um pouco irritado. ― O que foi?
― Não namoro o Niall ― murmurei e ri mais ainda. ― Ele é meu tio.
Dessa vez quem riu foi o Asher, ele não acreditou nenhum pouquinho no que eu disse.
― Niall só tem uma irmã, e ela não tem filhos, pelo que ele me disse quando nos conhecemos. Conta outra, Winchester.
― É tipo, tio de consideração. É uma longa história. ― Ri e ele riu em seguida enquanto pronunciava que havia entendido. ― Por que disse "você e ele, sei lá"? Não seria boa para ele? ― perguntei enquanto voltava a deixar a mochila sobre a mesa, já que ela estava pesada por conta dos livros que eu tive que levar a aula hoje.
― Não é isso ― disse. ― Como consegue entender as coisas tão erradas? ― perguntou e eu apenas dei com os ombros. O garoto com o piercings abaixo da boca se aproximou de onde eu estava de uma forma que me deixou surpresa. Dei um passe para trás instantaneamente, mantendo uma distância boa entre nós, mas ele novamente se aproximou mais um pouco e levou sua mão em minha cintura. ― Eu sempre achei que você me encarrasse, que talvez pudesse sentir algo por mim, e quando te vi junto com o Collins, como se fossem mais do que bons amigos... era como se eu estivesse entendido tudo errado. ― Ele deu uma pausa entre sua fala, e eu não disse nada. Não sabia exatamente o que dizer, não sabia o que fazer, apenas continuei parada encarando seus olhos. ― Por isso eu disse que não conseguiria imaginar vocês dois namorando, porque eu poderia jurar que você me queria.
Desviei o olhar do dele enquanto meu coração voltou a acelerar, abaixei o olhar e respirei fundo, enquanto tentava lutar contra o meu medo de voltar a encara-lo, eu não estava com medo dele, eu estava com medo do que eu sentia. Porque toda vez que ele me encara assim, eu sinto uma vontade inexplicável de falar para ele que o amo. Mas como pode ser amor?
― Você me quer? ― perguntou, fazendo assim com que o medo se tornasse uma grande insegurança, eu queria afasta-lo de mim e fugir, para o mais longe possível dele, mas ao mesmo tempo eu queria ficar e dizer tudo o que eu sentia, perguntar por que ele me olhava também.
Por um momento, em meio a insegurança que eu senti, eu senti esperança, como se depois que eu dissesse: eu amo você, ele fosse dizer que me amasse também.
Meu celular começou a tocar e rapidamente o afastei de mim e virei, ficando de costas a ele enquanto atendia ao meu celular.
― Estou aqui na frente, te esperando ― disse Niall.
― Estou descendo ― respondi rapidamente e desliguei. Guardei calmamente o celular no bolso novamente e me virei para ver Asher, para pelo menos dizer: depois conversamos, eu preciso ir. Mas assim que me virei, ele estava fechando a porta da sala atrás de si, me deixando sozinha, e por algum motivo aquilo me fez começar a chorar. Acho que pela primeira vez eu tive a chance de me libertar, mas eu segurei as correntes que me prendiam e não deixei que ela se rompesse.
Continuei chorando enquanto pegava a minha mochila em cima da mesa, eu precisava parar de chorar antes de me encontrar la embaixo com o Niall, mas eu não conseguia, e quando Niall me viu chorando ele apenas me deu um abraço apertado e me perguntou o que havia acontecido, e a única coisa que eu conseguia fazer era chorar. Como eu iria explicar para ele que eu estava apaixonada pelo Asher e que isso estava me matando?
Niall me levou para dar uma volta de carro na cidade com ele, enquanto me fazia explicar o que acontecia, eu não sabia como explicar para ele e eu nem sequer sabia se o que eu havia falado fazia algum sentido, se bem que nada estava fazendo sentido algum. Ele me disse igual Emma, que talvez Asher também tivesse um sentimento por mim, mas a verdade é que eles talvez tivessem dizendo isso para que eu ficasse melhor e eu não podia me iludir com o Asher, não sabendo que ele está com outra.
Londres era tão linda vista de qualquer lugar, que nem sequer a janela de vidro de um carro era capaz de impedir que essa beleza transpareça em nossos olhos. Fomos ao Rio Tâmisa, nunca havia visto ele a noite, eu nunca havia visto o quanto era grande e lindo. No aparelho de som do carro de Niall tocava Teenage Dream da Katy Perry na voz do Boyce Avenue, ela me fazia lembrar-se de Asher mais ainda. Por um momento eu quis que estivéssemos de volta na sala em que ensaiamos, queria por um momento fazer diferente, talvez as coisas pudessem estar diferentes. Mas não podíamos voltar, e o que me restava era apenas me arrepender de não ter feito diferente enquanto eu tive a chance.
― Está se sentindo melhor? ― perguntou Niall enquanto abaixava um pouco o som. Apenas murmurei que sim e ele disse que ia me levar em casa, pois já estava tarde e o Luke poderia ficar preocupado.
Não pronunciei nenhuma palavra no caminho, somente um tchau quando o carro encostou em frente a minha casa.
― Se cuida, Mari ― pediu Niall.
― Se cuida também, eu amo você. ― Sai do carro e entrei em casa, não havia ninguém, meu pai provavelmente estava no trabalho ainda e Eduarda falando mal de alguém com suas amigas em qualquer lugar caro.
Fui para o meu quarto, tomei um banho e me joguei na cama enquanto colocava uma música qualquer para tocar em meu celular.
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Voltei, mais um capítulo postado. Espero que tenham gostado, de verdade. Vou continuar a escrever e postar assim que terminar. Mandem suas sugestões e criticas para mim no meu facebook, não consigo responder por aqui.
Obrigada a todos <3
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[Inspire]
Romance' Segundo Livro de [Pulsos] ' Quando você tem a sua vida em torno de mentiras e explicações estupidas, você se sente mal. É assim que Marianne Carter Winchester se sente e é por esse motivo que ela se automutila constantemente. Sem saber a verdad...