Capítulo Cinco

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A claridade fez com que eu acordasse, me sentei na cama e abri os olhos, me arrependi logo em seguida quando os raios solares quase me cegaram. Olhei para o relógio ao lado da cama e ví que eram 12 horas e 43 minutos.
Droga, estou com sono.
Joguei meu corpo para trás me deitando novamente na cama e puxei a coberta do Niall que se mantinha dormido ao meu lado.
Não, não devíamos ter ficado até 4 da manhã assistindo os filmes.
― Niall ― chamei enquanto terminava de puxar a coberta.
― O que foi, Mari? ― perguntou sonolento com os olhos fechados.
― Acorda, já são quase uma hora da tarde.
― Ta bom, é uma ótima ideia. ― Seus braços agarram um travesseiro e o silêncio surgiu.
Ele dormiu novamente.
― Merda, Niall ― O empurrei o que o fez cair da cama. Comecei a rir.
Ele se levantou e olhou pra mim com uma falsa raiva, o que me fez rir mais ainda.
― Qual o seu problema? ― perguntou e jogou seu travesseiro em mim.
Ele foi até o guarda roupa atrás de uma roupa pra ele. O que me fez lembrar que deixei minhas roupas na sala. Não estou nem um pouco afim de levantar e ir pegar.
Fechei os olhos me acomodando na cama para o esperar tomar seu banho.

― Ficaram até que horas acordados? ― perguntou Clarie enquanto pegava suco para nós.
Levei a comida na boca e engoli.
― 4 horas ― respondo.
― 4 horas acabou aquele filme Missão 1, ficamos conversando até umas 5 e 20.
― Quanto assunto ― disse e rimos.
Ficamos almoçando enquanto conversávamos. Assim que terminamos ajudamos minha avó a arrumar as coisas e fomos jogar vídeo game no seu quarto.
Megan e Marcus tinham ido para o trabalho e depois passariam na casa deles para pegar umas roupas. Não voltariam tão cedo.
― Podia me contar umas coisas, não acha? ― digo enquanto tento fazer com que meu carro jogue o dele pra fora da pista.
― Que tipos de coisas? ― perguntou enquanto freava e me fazia quase sair da pista.
― Coisas da minha mãe, como ela morreu...
Meus olhos se mantinham na televisão a nossa frente e vejo um enorme "Pausado" escrito me impedindo de tentar novamente fazer com que ele perca.
Olho para ele que me encarava um pouco bravo.

― O que foi? ― perguntei.

― Por que sempre entra nesse assunto? Achei que ja havia se conformado.

― Me conformado? ― pergunto indignada. ― Eu não sei nada da minha mãe e você vem me dizer que achou que eu já estivesse me conformado?

― Mari. ― Meu apelido soou totalmente suave em sua voz. ― Ela se foi, e saber ou não como, não vai a trazer de volta. Você tem que entender isso.

― Eu entendo ― digo. ― Mas eu estou cansada. Eu sinto que vivo uma mentira, e a qualquer momento essas mentiras todas podem se evaporar e eu me ver em meio a verdades que eu nunca imaginaria.

Niall soltou o controle e sua mão se aproximou da minha, um toque suave fez com que eu e ele nos olhássemos mais ainda. Ele apertou um pouco os dedos contra os meus e abriu os lábios.

― Isso parece mentira para você? ― perguntou e uma lágrima escorreu de meus olhos, fechei eles e abracei apertado o Niall, enquanto deixava mais e mais lágrimas caírem. ― Isso aqui é real, e eu sei que você sabe disso.

Assenti com a cabeça e continuei o abraçando.

Eu sei que isso aqui é real, que ele está aqui comigo e sei que sempre estará. Mas eu também sei que em meio a essas verdades existe mentiras, e eu tenho medo delas, da verdade que existem por trás delas.

― Hoje tem uma festa com uns amigos meus, quer ir? Assim pelo menos você se distrai um pouco e para de pensar nessas coisas.

― Se a avó deixar. ― Ri e me afastei dele.

― Isso eu consigo ― disse confiante e me puxou para um abraço novamente. ― Sabe que sempre vou estar aqui né? ― perguntou.

― Eu sei.

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