Capítulo 39 - Planos

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Do céu, lentamente algumas gotas caíam. Uma a uma dançava no ar até que atingia o chão e escorria... Grudava em outra, formando uma poça que descia pela estrada.
Puxei meu capuz, para impedir (sem sucesso) de ser molhada. Sentei na beira da calçada e peguei algumas pedrinhas que ali estavam. Comecei a jogá-las nas poças, quando um garoto da minha escola se aproximou.
-Oi – disse ele.
Assenti com a cabeça.
-Fazendo o que a esta hora, aqui?
-Pensando...
-Sobre?
-A vida.

-Mas precisa pensar sobre isso? Desde que me entendo por gente, as pessoas a levam sem pensar. Tudo no improviso, saca?
Fechei meus olhos e senti uma gota quente descer por minha face. Estava chorando.
-Não sei... Planejar é preciso.
-Mas não essencial.
-Eu sei. Mas prefiro que as coisas aconteçam como eu quero.
-Mas nem tudo sairá do jeito que você quer...

Ele estendeu uma das mãos para que eu levantasse. Aceitei e levantei-me. Ele segurou meu capuz de lado e tirou-o. Suas mãos geladas retiraram meus cabelos molhados que tapavam minha vida. Deu um passo para frente e pude sentir sua respiração em meu nariz. Um cheiro delicioso de menta (tentador e irresistível) invadiu minhas narinas. Inclinei lentamente minha cabeça para trás...
Ele deu mais um passo a frente e pude sentir seu coração em meu corpo.
-Como isso... – Ele disse sorrindo.

Nos beijamos. Tive a sensação mais maravilhosa do mundo. Quando nos afastamos eu sorri e senti minhas bochechas queimarem. E disse:

-Eu entendo. Mas planejo fazer isso mais vezes.
-Eu também planejo.

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