13:30 - Segunda-feira
Estava de boa na sala assistindo ao jogo do São Paulo, quando a Mel entrou com lágrimas nos olhos. Sabia que era bobagem, minha irmãzinha é muito dramática. Chora por tudo. Certa vez chorou por que havia visto um cachorro sendo atropelado. Confesso que é triste. Mas chorar por isso é exagero. E por falar em exagero, é o que a minha irmã sabe fazer de melhor, exagerar. Em tudo. Desde as emoções, reações, a maquiagem. Cara, fala sério precisa passar 10 quilos de pó para ir a padaria? Desnecessário.
Mas quando vi ela entrar, chorando, provavelmente sem nenhum motivo plausível, não pude deixar de zoa-la.- ue, o que aconteceu melzinha? Brigou com o namorado? Hahahah.. Ah, é. Esqueci. Você não tem um. Hahaha - disse tirando a maior onda com a cara da minha irmãzinha birrenta.
-Não é da sua conta imbecil. - Ela disse enfurecida, e jogou o controle remoto da televisão bem no meio do meu nariz.
Gritei de dor, afinal ela o jogou com toda a sua força. Em poucos segundos meu nariz estava jorrando sangue, e eu conclui que estivesse quebrado. Comecei a gritar feito um louco, dizendo que ela havia quebrado meu nariz e que iria contar para a nossa mãe. Pode ter soado infantil, mas só a mamãe dava jeito naquela patricinha mimada. Ela deu de ombros e se trancou no quarto. Garotinha insuportável.
Fui até o banheiro lavar o nariz que não parava de sangrar. Peguei alguns cubos de gelo no congelador e os enrolei em um pano úmido. Coloquei o pano com gelo sobre o nariz e deitei no sofá. A dor era muito grande. Realmente parecia que estava quebrado. Fiquei vendo alguns filmes na netflix, sem nem mexer a cabeça. Aquilo estava doendo muito. Muito mesmo.
Mamãe chegou por volta das 20:30 e mal esperei ela abrir a porta e já fui correndo mostrar o que aquela projeto de piranha tinha feito em mim.
Mamãe ficou horrorizada, e quando ela perguntou o que eu havia feito pra isso ter acontecido, eu disse que tinha feito apenas uma brincadeira boba, e que a Melissa tinha surrado, sugeri até o hospício para aquela doente mental.
A "bonita" da minha irmã levantou do seu sono de "beleza", e foi pra cozinha comer. Como se nada tivesse acontecido.
Quando eu percebi que a mamãe tinha acabado de sair do banho, corri para avisa-la que a Melissa já tinha acordado e estava na cozinha. Minha mãe veio até a sala, e acho que a sonsa da Melissa nem percebeu a presença da mamãe na casa. Até que..MELISSA ANTENUCCI MARTINS!! - gritou minha mãe, com autoridade.
Vibrei ao perceber que finalmente a "rainha do drama e do exagero" iria finalmente ter o castigo que merece. Antes da Mel vir até a sala, onde eu e mamãe estávamos, minha mãe ordenou que eu fosse para o meu quarto, trocar de roupa, pois ela me levaria ao médico. Fiquei revoltado, poxa, ela ia dar a maior bronca na Melissa, e eu não estaria lá para ver? Sacanagem em mãe! Mas como sou obediente. Acenti e fui para o meu quarto.
Não conseguia entender nada do que elas diziam. Vesti minha roupa rapidamente, e antes mesmo que eu pudesse calçar os sapatos, eu ouvi um barulho que parecia ser um tapa, então corri para ver o que estava acontecendo. Ao chegar a sala percebi que minha mãe havia batido na Melissa (finalmente em mãe, depois de 17 anos.) Não me controlei e comecei a zua-la.-Bem feito, Bem feito. - disse enquanto mostrava a língua e fazia "lero-lero" com as mãos. Sim, eu fiquei igual uma criança. Mas tudo pra tirar a patricinha do sério.
E ela realmente saiu do sério, começou a dizer que a nossa mãe prefiria a mim, do que a ela. Disse que eu não passava de um maconheiro idiota, e disse que nos odiava.
Ta, ela dizer que me odeia já não é novidade pra mim. Agora precisava me chamar de maconheiro? Mamãe fez uma expressão nada boa. E eu encarei a Melissa com todo ódio que havia em meu coração. Dessa vez ela havia passado dos limites. E o pior quebrado a promessa que havia feito para mim. Mamãe disse para ela ir pro quarto e pensar no que havia feito. Eu terminei de calçar meus sapatos e seguimos para o hospital.
Não acredito que ela pode fazer isso comigo. Eu confiei nela.
Já faz mais ou menos um ano que eu fumo maconha, e uns 6 meses por ai que eu dou uns tiro. (Ou melhor dizendo, cheiro cocaína)
Tudo começou em uma festa que estavam todos os meus amigos, eu havia discutido com a minha mãe, estava de saco cheio de tudo e sai para me divertir e esquecer os problemas. Até que um parceiro meu me ofereceu um baseado, disse para eu dar uns tragos que eu ia esquecer de tudo e ia ficar suave. Não era a primeira vez que me ofereciam drogas, eu nunca aceitei por medo e também pelos concelhos que minha família me dava. Mas aquela noite, além da curiosidade ser grande, eu estava mesmo precisando ficar 'suave' as coisas lá em casa iam de mal a pior, cada vez que alguma coisa dava errado na minha vida, eu ia para a pracinha dar uns tragos, acabou virando um hábito, e quando notei eu já estava fumando todos os dias e não somente quando estava nervoso e precisas relaxar. Com alguns meses de uso da erva, me apresentaram o pó, de início eu recusei, mas depois de mais algumas ofertas eu acabei experimentando. E gostando, fazendo dessa droga, mas um hábito. Vi que a brisa dela era mais duradoura e não deixei mais de usa-la. Tudo pra fugir desse mundo de bosta, onde um pai tem coragem de abandonar uma mulher grávida e com um filho de um ano para criar. Realmente, esse mundo é a bosta. E vou fazer o que estiver ao meu alcance pra fugir dessa realidade imunda em que eu vivo.
Tudo ia bem, eu usava o que eu queria, quando não conseguia pegar um dinheiro da carteira da minha mãe ou do cofre da pirralha, os "cara" me salvavam. Tava tranquilo. Bom. Bom ate demais pra ser verdade. Bom até ela aparecer.
Estava na pracinha fumando um, quando vi a minha irmã passar de longe, tive a impressão que ela havia me visto, mas como quando cheguei em casa ela não disse nada, imaginei que ela não tinha visto nada e era apenas coisa da minha cabeça. Até que um dia, normal, como qualquer outro, eu estava deitado na minha cama maratoneando algumas séries, quando a Melissa abriu a porta sem bater.
Gelei quando ela jogou o saquinho de pó em cima de mim e perguntou o que significava aquilo, contei tudo pra ela, entre lágrimas e suspiros. Eu prometi parar, e ela prometeu não contar pra mamãe.
Nenhum de nós dois compriu a promessa. E ela quebrou a dela hoje. Por mero capricho. Típico de uma pirralha mimada.-
Eai amorecosss!
Ta ai o POV do Guilherme, espero que tenham gostado. Tentei explicar mais ou menos o por que de ele usar drogas. Eu sinceramente não entendo o que faz uma pessoa usar drogas. Mas dei o meu melhor. Comentem pra mim, por favor o que acharam do capítulo. E o que acharam da nova forma como estou escrevendo os diálogos, piorou ou melhorou? DIZ AI! :) Ahh e sobre esse pai que nunca tinha sido citado na história? Haha só posso dizer uma coisa, vem novidade por ai. E tenho uma surpresa no próximo capitulo. Dica: POV Lucas Hahaha o que acham que vai acontecer? Comentem ai.
Obrigada pela leitura, amo vcssss ❤ bj
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Por trás de uma tela || HIATUS
Fanfiction" Que sorriso.. O sorriso mais lindo do mundo. O sorriso que me conquistou POR TRÁS DE UMA TELA, e que agora estava a minha frente enchendo meu coração de alegria. "