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Lucas

12:07 - Quarta-feira

- pililim pililim !! - era a campainha da vizinha
Levantei correndo e quando olhei no relógio levei um baita susto, estava muito atrasado, disse a mãe da Melissa que voltaria para o hospital por volta das 10hrs, a essa altura ela deve estar achando que eu já estou num avião, fugindo para a Ingleterra. (Ta, exagerei eu sei)
Troquei de roupa, peguei as chaves do carro, e sai mais que de pressa.

Cheguei no hospital em menos de 20 minutos, confesso que passei em alguns sinais vermelhos e ultrapassei um pouco o limite de velocidade, mas não me contive, a ansiedade de ter notícias da Melissa me consumia por dentro.

Cheguei no hospital, ao que já encontrei a dona Regina na porta, fumando um cigarro de marca barata com uma expressão preocupada. Me aproximei, já com a melhor intenção de me desculpar e explicar o meu atraso.

- Dona Regina desculpe pelo atraso, eu acabei dormindo demais.. _ comecei.

- nenhuma notícia Lucas. _ disse ela me interrompendo com uma feição muito triste.

- e quando eu vi já era meio dia_ continuei.
sai correndo como um louco e.. _  fiz uma pausa quando me dei conta do que ela havia falado  eu ao menos havia prestado atencao.
Desculpa, o que a senhora disse? - perguntei confuso.

- nenhuma notícia. _ falou, já entre lágrimas.

Eu não sabia nenhuma forma de reconfortá-la, como eu conseguia dormir sabendo que havia tirado o sono de uma mãe, atropelando sua filha. Naquele momento me senti um monstro. E minha vontade era mais do nunca, chorar.
Fiquei a olhando sem jeito. Mal sabia o que falar naquele momento, quem dira o que fazer.
Até que por fim ela quebrou o silêncio e mudou drasticamente a expressão de seu rosto, dando lugar a um sorriso tímido.

- Vamos almoçar? _ sugeriu, enquanto limpava as lágrimas.

Achei incrível a forma como aquela mulher era forte, ela é realmente uma guerreira, mesmo dentre todas as dificuldades conseguiu colocar um sorriso no rosto. Isso sim é ter fé, e isso com certeza é ser forte.
Naquele momento passei a admirá-lá ainda mais. E via muito da minha mãe naquela mulher, que entre suas rugas e marcas de idade, tinha sinais de que havia lutado muito pra vencer na vida.
Desviei-me dos meus devaneios e então a respondi.

- sugere algum lugar?
- olha tem um japonês muito bom aqui perto. - disse ela sorrindo.
- Ok. Então vamos? _ chamei.
- Sim, deixa só eu chamar meu filho.

O garoto, irmão da Melissa, estava tao calado que confesso ate ter me esquecido dele.

Após chamar o Guilherme seguimos para o restaurante, nos sentamos e pedimos uma barca gigante de sushi e alguns temakes.
Ficamos comendo em silêncio por um tempo, até que por mais surpreendente que seja, Guilherme puxou assunto.

-Eai, como é seu nome mesmo?

- Lucas.

-Ah, pode pa. Eai Lucas, você faz o que da vida? Além de atropelar meninas na rua?

Poderia ignorá-lo pela piadinha mas por mais sarcástico que ele havia sido resolvi responder.

- Bom, Guilherme. Sou escritor.
E você o que faz da vida?

Não que eu tenha mentido, mas é que não faria sentido dizer que sou YouTuber, ate por que creio eu que nem ele, nem a mãe nunca devem ter ouvido falar sobre isso,e me olhariam com aquela cara tipo "oi? O que é isso? Garoto de programa em outra língua?" apesar de jovem, Guilherme não parecia muito com os outros jovens que conheço, ele parece com aqueles "black blocks" que quebram tudo, que dizem foda-se pra tudo, que são contra TV e qualquer outra forma de entretenimento, aquele tipo de moleque bem foda-se pra tudo, e ainda não sei dizer bem qual é o seu estilo, se é aquele tipo regueiro (quero viver do verde e vender minha arte) ou do tipo skatista (do tipo vou viver das minhas manobras "radicais" ) acho que ele é uma mistura dos dois. E sobre o fato de eu ter dito que sou escritor realmente não menti, estou escrevendo um livro, uma autobiografia, mas não igual a essas que todo mundo faz, vai ser diferente, um livro CABULOSO.

- ah pode crê. Eu faço um pouco de tudo tlg? E um pouco de nada também saca? _ perguntou ele, convencido de que eu havia entendido, quando na verdade não havia entendido nada, afinal ele não tinha dito nada com nada.

- saco. _ respondi, sendo que não sacava coisa alguma.

- Esse ai é um preguiçoso, não faz nada, não lava nem as próprias cuecas. _ acusou dona Regina.
Eu apenas dei risada, enquanto Guilherme soltou um "mãaaaae" como se ela houvesse o ofendido, mas na verdade ele nem se importava.

Terminamos o jantar conversando coisas bobas e aleatórias, seguimos de volta para o hospital e foi mais uma noite entediado e sem notícias. Melissa estava do mesmo jeito que de quando entrou naquela UTI.

-

Oizinho

Sim, sei o que vcs devem estar se perguntando: DOIS CAPÍTULOS NUM DIA? DEU A "LOCA" NA GABS?
SIIIIIIIM! DEU A "LOCA" EM MIM HAHA resolvi fazer uma marotona pra compensar os dias que fiquei sem Postar, sendo assim irei postar um capítulo por dia durante uma semana (ou mais, dependendo da quantidade de comentários e votos, portanto votem e comentem) , quando sobrar um tempinho eu vou TENTAR (tentar, não prometo nada.) postar até dois capítulos por dia, como fiz hoje.
estou inclusive com um capítulo pronto, pra soltar amanhã. Mas se você pedirem aqui nos comentários (mas bastante pessoas pedirem) eu o posto ainda "hoje" de madrugada.

É isso amorzinhos. Obrigada pela leitura. Espero que gostem da marotona. Não esqueçam de votar e deixar aquele comentário, por que isso e ajuda muito.

Beijinhosssss <3

Por trás de uma tela || HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora