Capítulo 11

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*Catelyn*

- Cat! – Ouço alguém chamar-me; uma voz distante.

Começo a abrir os olhos, lentamente. Franzo um pouco a testa, devido à sensibilidade momentânea à luz matinal. O Zayn estava ligeiramente inclinado sobre mim, do meu lado, com a porta do carro aberta. Já estávamos estacionados à frente do edifício das nossas casas.

- Chegámos – murmura, cautelosamente, minutos depois, chegando-se para o lado, para me dar passagem para o exterior.

Espreguiço-me, discretamente, e ele entrega-me a minha mala, colocando a pequena mochila às costas.

Quando olho para a porta, no cimo das escadas, vejo a Emma, com um pequeno sorriso nos lábios. Subo o pequeno lance de escadas e abraço-a, fechando os olhos com força. Ela afasta-me um pouco, pegando nas minhas mãos.

- Como é que estás? – Pergunta-me, com um olhar preocupado.

- Viva. – Respondo, dando um pequeno sorriso melancólico. Ela assente, compreensivamente.

- Vamos entrar, – instrui-me – estão todos à tua espera. – Desvia-se um pouco da entrada, dando-me passagem.

Paro para colocar a mala e o casaco no cabide, á frente das escadas, e encaminho-me para a sala. Quando passo pela porta, todos os presentes levantam-se. A Summer é a primeira a abraçar-me.

- Oh! Cat! Como é que estás? Ficámos tão preocupados! – Disse, envolvendo-me no seu abraço apertado. – Todos lá em Bradford ficaram chocados com a notícia. – Acrescentou, tentando escolher bem as palavras. Os seus olhos estavam visivelmente vermelhos.

- Como já disse à Em, estou viva. – Murmurei, forçando um fraco sorriso. – A Lydia? – Perguntei, olhando por cima do seu ombro.

- Não pôde vir já, tinha coisas para tratar, lá no orfanato, que não podiam ser adiadas. – Assenti. – Mas em princípio vem amanhã de manhã. – Voltei a assentir. Sentia saudades dela, e ainda mais nesta altura. Estava a precisar do seu apoio, do conforto do seu colo.

Cumprimentei os rapazes, a Danielle e a Eleonor, e sentei-me no sofá.

- O Zayn? – Perguntou o Liam.

- Ah! – Olhei em volta. – Não sei, pensei que ele tinha entrado atrás de nós. – Respondi, desviando os olhos para a Emma. Ela respondeu-me com um encolher de ombros.

*Zayn*

Quando elas entraram dentro de casa, esgueirei-me até á minha. Abri a porta, fechando-a atrás de mim, e dirigi-me ao meu quarto, no andar de cima. Pousei a mochila em cima da cama e fui até ao roupeiro, tirando uma caixa da prateleira do topo. Sentei-me na pontinha da cama, com a caixa no meu colo. Afaguei o envelope, que estava preso pelo laço que envolvia a caixa. Não esperava que tivesse de lhe entregar esta caixa tão cedo.

O meu telemóvel começa a vibrar no meu bolso. Pego nele, distraidamente, enquanto continuo a vidrado no "presente" que se encontra sobre as minhas pernas.

- Estou? – Atendo, sem ver de quem é a chamada.

- "Amor? Sou eu!" – Perrie. – "Queria pedir-te desculpa, pelo que disse ontem... Fui egoísta... Estava perturbada com o que aconteceu com a Catelyn e com o Tom e não parava de pensar na possibilidade de isso nos poder acontecer a nós...na possibilidade de te perder... Por isso queria-te perto de mim... Mas depois compreendi que neste momento a Catelyn precisa mais do teu apoio do que eu, já que ela perdeu o amor da vida dela e eu ainda tenho o meu." – Não dei nenhuma resposta. Será que ela estava a ser sincera? Não sei porquê, mas tudo aquilo suou-me um pouco a falso. – "Posso ir ter contigo a tua casa, para falarmos melhor? " – Perguntou-me, com voz de veludo.

- Não, estou ocupado. – Respondi rapidamente, com um tom ligeiramente rude.

- "Estás com ela?" – A sua pergunta pareceu mais uma acusação, mas detetei um pouco de tristeza na sua voz.

- Não, mas vou agora ter com ela.

- "Oh!" – Quase conseguia sentir a sua irritação a crescer. – "Então, quando posso ir ter contigo?"

- Eu depois ligo-te. – Murmurei e desliguei a chamada, impedindo-a de dizer mais alguma.

Respirei fundo, pousando o telemóvel ao meu lado, na cama. Peguei na caixa, pondo-me de pé, e fiz o caminho até á casa ao lado.

Toco à campainha. Foi a Emma que me abriu a porta.

- Zayn! Onde te meteste?

- Fui a casa, buscar...isto. – Elucidei-a, levantando um pouco a caixa.

- Vais entregar-lha? – Os seus lábios formavam uma linha e os seus olhos mostravam apreensão. Eu assenti.

- Sim, ela vai precisar disto para...perceber, e ultrapassar esta fase.

Foi a vez dela de assentir.

- Ela está lá em cima. – Comunicou-me, cedendo-me a passagem.

- Obrigada! – Dei-lhe um beijo na testa, como forma de agradecimento, e subi até ao primeiro andar.

Da Tempestade á Bonança (One Direction Fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora