Só parou á frente de uma bonita mansão, a mansão dos pais do Tom.
Paguei a viagem ao motorista e sai do carro.
Fiquei, por uns minutos, parada à frente da pesada porta de madeira, e a seguir encaminho-me para a parte de trás da casa, em passo lento, sempre a olhar o vazio. Chego à porta que dá acesso á cozinha, agarro na maçaneta e testo-a, para ver se está destrancada. A porta abre-se, e eu continuo o meu caminho para o interior. Uma empregada encontrava-se à frente do fogão, a mexer o conteúdo de um taxo.
- Menina Catelyn? – Ela diz, surpreendida. – O que é que faz aqui?
"Nem eu sei, Emília, nem eu sei..." pensei eu, e atravesso a divisão sem nada dizer.
Continuo subindo a escadaria até ao andar de cima e, quando dou por mim, já estou no interior do quarto do Tom.
Olho em redor. Continua tudo tal e qual como eu me lembrava. Imagino o Tom a andar descalço em cima da alcatifa, a correr atrás de mim e a mandar-me para cima da cama... Sinto as lágrimas a formarem-se nos olhos. Pouso a mala em cima da comoda que está do lado esquerdo da porta e dirijo-me á cama, onde me sento. Alcanço a almofada que está mais perto e aperto-a contra o meu peito, sentindo o seu cheiro.
- Sinto tanto a tua falta, Tom-Tom... - Murmuro, já com o rosto lavado em lágrimas.
Deito-me, descansando a cabeça noutra almofada, e fecho os olhos, imaginando-me nos braços dele.
Minutos depois, ouço uma batida na porta e a seguir, esta, a abrir-se.
- Posso? – Murmura uma voz maternal.
Levanto-me bruscamente, ficando de pé, e tento limpar as lágrimas o mais possível.
- Katherine! Oh meu Deus! Desculpe, eu...
- Não tens nada com que te desculpar, querida, - Interrompe-me, depois de fechar a porta atrás de si - tu podes vir aqui sempre que quiseres.
Eu assinto, desviando o olhar para as minhas mãos irrequietas. Ela aproxima-se de mim e eleva-me o queixo com uma mão, os seus olhos mostram preocupação.
- A Emília contou-me que parecias perturbada, quando aqui chegaste. O que se passou?
Os meus olhos enchem-se de lágrimas de novo e começo a soluçar compulsivamente. Katherine nada diz e apenas me puxa para um abraço apertado. Permanecemos assim durante uns largos minutos. Depois, a mãe do Tom conduziu-me gentilmente até á cama e incitou a sentar.
- Já estás mais calma? – Perguntou-me, nunca largando a minha mão. – Queres que vá buscar um copo de água?
- Não, não é preciso. Obrigada! – Funguei, limpando as ultimas lágrimas com a outra mão.
Ela assentiu.
- Então, agora podes contar-me o que aconteceu? – Murmurou, parecendo selecionar as palavras com cuidado, á medida que falava.
Respirei fundo, começando a falar. Contei tudo, desde a nossa aproximação depois da morte do Tom, até ao momento do beijo e da fuga. Quando terminei, a Katherine olhava-me com um ar pensativo.
- Diz-me só uma coisa: o que é que tu sentes realmente pelo Zayn?
- Eu... Eu não sei... - Baixei o olhar.
- O que é que o beijo significou para ti? O que é que tu sentiste? – Insistiu, elevando-me o olhar.
- Eu... Bem.... Senti um misto de emoções. Parecia que estava a saciar uma fome qualquer... - Fitei o vazio e por momento permiti-me reviver aquele momento. Abanei a cabeça. – Não, aquele beijo não pode voltar a acontecer.
- O Tom previa que isto acontecesse. – Disse ela, mais para si do que para mim.
- O quê? – Olhei para ela, confusa.
Foi a vez de ela respirar fundo e levantou-se, dirigindo-se á mesa de trabalho, do outro lado do quarto.
- Ele também me deixou uma carta – contou-me, abrindo uma das gavetas – onde dizia para te entregar um envelope, que estaria aqui escondido, no caso de teres dificuldades em seguir com a tua vida com outra pessoa, mais propriamente com o Zayn. – Retirou um envelope branco e dirigiu-se de novo para o meu lado. – Um dia, o Zayn contou-lhe que gostava de ti, pouco depois de vocês começarem a namorar, mas que não valia a pena o Tom se preocupar, porque ele seria incapaz de fazer alguma coisa para vos separar e que só estaria ao teu lado como amigo, como estaria também para ele. A partir daí, o meu filho começou a ficar atento a vocês os dois, mesmo sem aperceber, e começou a reparar na cumplicidade que vocês tinham, em alguns olhares demorados, nada de especial, mas que denunciava um sentimento que era reciproco.
Eu tentei replicar, mas a Katherine impediu-me, colocando a mão sobre a minha.
- Mas o Tom sabia que tu o amavas mais que tudo e nunca duvidou disso, nem por um segundo. – Continuou, olhando-me maternalmente.
Estendeu-me o envelope e levantou-se.
- Podes aqui ficar o tempo que necessitares. Eu e o meu marido saímos cedo amanhã, mas estará um pequeno-almoço pronto lá fora, se tiveres fome quando acordares.
- Obrigada! – Disse eu, com olhos a ficarem marejados de lagrimas novamente.
Ela sorriu.
- Não tens de quê, querida! Não tens de quê. – E virou costas, em direção há porta.
- Posso dar-te um conselho? – Perguntou, antes de sair.
Eu assenti.
- A vida é curta, minha querida, por isso, se gostas do rapaz e ele gosta de ti, não hesites, nem duas vezes. O Tom iria querer que tu fosses feliz. – E saiu do quarto, deixando-me sozinha com aquelas palavras.
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Hello!!
Desculpem a demora, mas isto quando se está na faculdade não se tem tempo para nada... Mas agora já estou de férias e espero conseguir atualizar com mais frequência. ^^
Tenho uma novidade! Inscrevi a Da Tempestade à Bonança nos Wattys de 2016. Não acredito que vá ganhar alguma coisa, mas não custa nada tentar, não é??
Enfim, espero que gostem deste capitulo e digam-me qualquer coisa nos comentários.
Beijinhos!!
Boas leituras!! ;)
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Da Tempestade á Bonança (One Direction Fanfic)
FanficA história de uma rapariga que encontra dois amigos de infância em Londres. Um deles foi o seu primeiro amor, que nunca esqueceu, o outro é membro de uma banda famosa e vai revelar-se um grande apoio no momento mais difícil da sua vida. É a histó...