Alex

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- Meu pai poderia tentar me entender alguma vez, ao invés de ficar dando ouvidos ao o que aqueles abutres falam de mim, aliás, só sabem falar mal pelas minhas costas. Eu poderia pensar em várias formas de dizer como eu queria ser livre, mas tudo para meu pai é resumido em coroa e império, eu não quero isso, Pennie.
- Seu pai só está preocupado com você Alex, você deve saber que logo, seu pai não terá mais forças e você terá que assumir o trono, que é seu por direito.
Falou a arrumadeira de meu quarto, Pennie, uma mulher alta e totalmente desengonçada, negra, de cabelo curto e branco, e também era uma de minhas amigas dentro do castelo.
- Eu não quero ir para aquela escola, eu quero ser livre, quero matar criaturas bizarras, ganhar dinheiro, quero ser como o tio jean, um herói de guerra, caçador de monstros.
Mesmo eu sabendo que meu pai odiara arduamente seu irmão, Jean, eu desejava ser como meu tio. Ele sumiu faz 3 anos, desde a briga com meu pai. Nunca entenderia o que realmente ocorrera, mas eu queria que ele voltasse, ele era o único que me entendia aqui.
- Seu pai também foi um herói de guerra senhor, e por isso ele é o rei - Falou a arrumadeira - ele está sentando lá em seu trono por mérito.
- E é por isso que eu prefiro meu tio, Pennie, meu pai desde que sentou nesse trono não faz nada além beber e reclamar, até mesmo de minha pobre mãe.
Meu pai tinha um hábito de beber todas as noites, e além de manchar o nome de nossa casa, feria o respeito de minha mãe, ficando com prostituas todas as noites, e deixando ela sozinha em seu quarto.
- Eu não quero ser que nem ele, se for para eu ser rei, que eu seja o melhor de todos.
Falei eu, ainda confuso.
- E você será, é só querer. Eu sei que quando você chegar naquela escola, todos irão te amar, você é incrível, e além de ser forte o suficiente para enfrentar qualquer um.
Talvez ela tenha falado isso para me animar, e sim, fez efeito, passei o resto do dia animado, a escola ia iniciar, e eu realmente estava em uma grande dúvida.
- Eu quero ser o mais forte.
Falei para mim mesmo em voz alta, antes que eu fosse dormir.
Deitei-me e olhei para minhas mãos, estavam quentes, e por um relance vi faíscas brilhando sobre meus olhos.
- será essa minha habilidade?
por um momento eu senti que era isso.
Eu podia sentir um calor forte, mas não havia chamas.
Então eu sentia que eu poderia liberá-las agora, mas onde?
Meu quarto não era um local adequado para jorrar fogo, então eu pensei em um lugar onde o uso do fogo era obrigatório, a cozinha.
Levantei-me de minha cama, fui até a porta, e silenciosamente consegui abri-la, e não era de se surpreender, o senhor Querubin estará dormindo.
- Belo guarda o que meu pai arranjou, dormiu primeiro que eu.
Pensei ironicamente.
Dei alguns passos leves para ele não acordar, e fui em direção à cozinha. Parecia que eu nunca ia conseguir chegar, eram muitas escadas, mas eu logo pude ver as grandes portas surgirem em minha frente.
Entrei devagar e espiei, e como era de se esperar, não tinha ninguém, meu pai sempre manda todos irem descansar a noite, com exceção dos guardas.
Fui cheguando perto das lenhas da grande fornalha, coloquei minhas mãos sobre elas, e comecei a pensar em quanto eu poderia ser forte.
Eu podia senti o poder em minhas veias, meu corpo ficar quente, e então pude ver o enorme fogo cobrindo minha visão, eu tinha conseguido, eu criei fogo, eu tinha feito aquilo, e parecia divertido e ao mesmo tempo prazeroso.
- Eu definitivamente quero ser um caçador de monstros.
Fiquei pensando admirado.
Mas algo deu errado, de repente tudo foi ficando embaçado, o fogo aumentou, e algo negro começou a surgir do fogo, eu tinha perdido o controle, e logo todos perceberiam a fumaça.
E assim foi, não demorou muito, a cozinha estava cheia de pessoas, por todos os cantos. E todos não faziam nada, não me ajudavam, apenas ficavam olhando, e murmurando, pareciam estar com medo, mas medo do que?
Pude ouvir nitidamente um dos velhos conselheiros de meu pai falar:
- É ele, eu pensava que isso era apenas um conto, mas esse garoto, esse garoto, logo por debaixo de nossos narizes...
E então ele indagou algo como:
Isso é incrível, então esse é o poder? Esse é o poder dragão?!
Ele ficou me olhando, como se visse a morte a sua frente.
Eu estava em chamas, mas não as sentia em meu corpo. E finalmente tudo foi acabando, tudo escureceu, e eu apaguei.

Os Poderes: A vingança de MormothOnde histórias criam vida. Descubra agora