Naill

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Minha mãe diz que um homem forte, é um homem rico, bom, nós somos pobres, e eu me acho rico, rico em felicidade, talvez eu seja feliz demais para o quanto é permitido para nós.
Eu não sou um príncipe e nem sequer faço parte de alguma família nobre, aliás, eu sou um camponês.
Eu sonho em ser alguém importante, eu sonho em ter meu nome escrito na pedra dos sete. Uma enorme rocha, situada no meio da capital, onde fica o nome dos sete Kaymore, os homens mais poderosos do mundo, com habilidades tão grandes, capazes de explodir reinos inteiros, ou pelo menos é isso que ouço quando os soldados do rei vão ao mercado.
Eu perdi meu pai muito cedo, e só tenho minha mãe, Liene, e mais dois irmãos, grenie e levi, que são mais novos que eu.
- As aulas de magia vão começar, quem sabe um dia eu entre... Eu ainda serei o maior guerreiro de todos, assim como meu pai queria que eu fosse.
Fiquei pensando alto, enquanto observava as estrelas.
Fui surpreendido com minha mãe falando da porta:
- Isso é bobeira garoto, não ouse sonhar com isso, devemos saber onde é nosso lugar.
Fiquei um pouco nervoso com a presença de minha mãe, mas fui direto e disse:
- Papai me contou uma vez, que se sonharmos muito, um dia alcançaremos, e eu acredito nisso.
Meu pai era meu melhor amigo, foi morto protegendo o reino na guerra contra os kharq, criaturas do submundo, invocadas somente por bruxos poderosos.
- E olhe onde seu pai está agora Naill, olhe para onde os sonhos dele o levaram, a morte não é um destino digno.
Minha mãe ficou irritada, não gostava quando falávamos de nosso pai, talvez ela ainda o ame, mesmo depois de sua morte, o que já fazia anos.
- Meu pai morreu como um herói, e eu quero ser como ele, e eu vou fazer de tudo para isso.
Eu pude sentir a raiva no tapa que minha mãe me deu em seguida.
- Ele morreu por que sonhou, ele morreu por que foi fraco, e você não vai ser como ele, eu não vou permitir!
Falou ela com uma expressão de repudio.
Eu não tive forças para responder, e logo ela saiu, e entrou em casa, mas não importava o que ela dissesse, eu ia conseguir.
Amanhã será um grande dia, o rei Lexter vai fazer uma visita a cidade, ele e o príncipe Reine, como ele faz todo dia 15 do mês. Essa é a oportunidade de me mostrar eficaz, eu treinei duro para isso. Minha habilidade é mexer com raios, além de conseguir me locomover muito rápido, e sei que vou impressioná-lo.
Mas o que me intrigava, era o por que as pessoas tinham raiva do filho mais novo do rei Lexter, ele nunca mais o trouxe aqui, sempre ouvi falar sobre ele ser uma espécie de demônio, uma deformidade, até eu vê-lo pela primeira vez, e não, ele não tinha nada demais, era só um garoto comum, aliás, tinha uma bunda um pouco fora da média, mas nada além disso.
Eu estava cansado, mas eu tinha que treinar, tinha que me mostrar forte o suficiente.
Como eu estava fora de casa, aproveitei para ir até o campo de treinamento da cidade, estava escuro, mas nada ia conseguir tampar meus objetivos.
Os portões estavam fechados, mas consegui passar por um buraco na cerca.
Lutei com cada obstáculo, acertei cada prova, e de acordo como o dia ia clareando, eu ficava mais cansado.
Então resolvi parar, sabia que tinha que respeitar meus limites, e já iam abrir o campo de treinamento, eu tinha que sair dali.
Sai pelo mesmo lugar por onde entrei, e corri muito rápido para ninguém me ver, mas enquanto eu olhava para trás, esbarrei em algo e cai.
Quando eu olhei para frente, era um cavalo, mas não um cavalo qualquer, um cavalo da guarda real, então, isso significava que o rei já estava a caminho.
- Hoje é o dia em que eu vou mostrar para ele o que eu posso fazer, mas antes terei que ir para casa, se minha mãe sonhar que eu sai de casa, ela me matará, e eu estou pronto, eu o impressionarei tanto que ele vai ter que me aceitar para fazer parte da guarda real.
Falei comigo mesmo.

Os Poderes: A vingança de MormothOnde histórias criam vida. Descubra agora