Alex - 07

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- Onde estou?
Perguntei, ao me deparar com uma grande escuridão.
Olhar e não ver nada ao seu redor é angustiante.
- Isso é um sonho? Quem estiver aí, por favor, me responda.
Continuei, mas ninguém respondia.
Dei alguns leves passos, e nada. O chão parecia não ser consistente, cada passo me dava uma certa sensação de que eu iria cair, mas para onde?
Tudo aqui é escuro, nada além de um infinito. Parecia que o tempo não existia. Lá não era nem quente, nem frio. Estar lá, era como fechar os olhos.
- Como vim parar aqui?
Gritei ao entender que não tinha uma saída.
- Talvez se eu usar meus poderes, quem sabe, eu consiga iluminar esse lugar. É claro, iluminando o que está escuro, vai mostrar o que há aqui.
Pensei comigo mesmo.
E logo, minhas chamas brilharam. Mas nada pareceu mudar, a luz de meu fogo sumia no decorrer da escuridão, nem sequer o chão se clareou.
- Onde estou?
Gritei, já desesperado por não saber o que estava havendo. O fogo sumiu de meu corpo, mas parece que alguém finalmente me ouviu.
- Você não sabe onde está?
Falou uma voz forte, tão forte que foi capaz de criar um eco.
- Eu... Eu não sei!
Falei.
Mas dessa vez, não houve resposta
- Me responda, por favor!
Falei, mas nada aconteceu.
Dessa vez eu me meti em uma encrenca das piores.
Como é possível? Se tem uma voz, então aqui tem alguém, mas como vou saber quem é?
Me sinto perdido em mim mesmo.
- Você ainda pode me ouvir? Me responda!
Falei, mas agora, como menos intensidade.
Não havia nada mais aqui, como pode ser possível?
Como pode ter sumido? E como pode ter me respondido se não queria me ajudar?
- Será que.... É isso! O fogo!
Falei.
Meu corpo ficou coberto em chamas, e perguntei de novo:
- Onde estou?
- Você não sabe onde está?
Falou a voz, que reapareceu.
- Eu não sei... Eu não sei nem como cheguei aqui...
Falei, tentando raciocinar o que estava ocorrendo ao meu redor.
- Então você quer saber onde está? Mas pelo jeito não sabe quem você é.
Falou a voz.
- Eu sei quem eu sou, eu sou um príncipe!
Falei.
- Ser um príncipe não define quem você é, apenas define o seu título na sociedade. Quem você é Alex?
Continuou a voz.
- Eu... Eu sou... Eu realmente não sei.
Falei enquanto caía de joelhos.
- Você não está vendo nada aqui, por simples motivos, você não sabe onde está, não sabe quem é, e consequentemente não sabe o que quer.
A voz falou severamente.
- Eu não entendo...
Falei ainda sobre o terrível efeito das palavras da voz.
- Quem sou eu?
Continuei a perguntar.
- Você? - Falou a voz em tom de deboxe - Você é o Fogo, você é o Dragão.
- Eu sou o Dragão? Mas eu não entendo... O porque me chamam disso, se eu não pareço um.
Falei.
- Você é um dragão por dentro, você tem o fogo, o fogo mais sincero e forte do mundo. Faz idéia do que quão grande você pode ser?
Falou a voz.
- Eu... posso?
Falei.
- Você não só pode, você vai ser.
Falou a voz.
- Então, eu tenho o poder do dragão? O que há com meu fogo?
Perguntei.
- Seu fogo é uma das divindades da vida, é um dos poucos poderes que podem salvar esse mundo.
Respondeu a voz.
- Eu tenho que salvar o mundo? E meu poder é essencial para isso?
Falei.
- Sim, seu poder é um dos poucos que pode realizar tal ato. Agora entende garoto, quem você é? Você é o escolhido para algo maior.
Falou a voz.
- Eu sou o escolhido!
Gritei, mesmo confuso com tal idéia.
Agora, eu tinha um objetivo, e tudo isso não será em vão, não me importava ser rebelde ou alguém de classe, não, não importa mais, agora é algo maior. Mas o que será?
Quando finalmente eu tinha entendido, do escuro começou a surgir uma luz.
Minha visão ficou ofuscada, tudo se clareou de forma tão brusca que parecia penetrar em meus olhos de forma ardente.
E quando minha visão voltou ao normal, pude ver com clareza.
As nuvens, o jardim, o rio tranquilo, as flores, as árvores, tudo ali, ao meu redor.
Mas e a voz? Quem poderia ser? Não tinha a mínima idéia. Eu estava confuso, não estava satisfeito.
Mas a tranquilidade durou pouco. O jardim se rachou, e das fendas que se criaram, surgiam fogo, o céu azul, ficou laranja, já poderia até chama o rio, de "rio de fogo".
Mas se criou um círculo verde ao em um redor, o fogo não chegou até mim, nem as fendas.
As nuvens no céu, formaram um círculo, uma espécie de portal gigante, e de lá, surgiu um dragão. Tão vermelho quanto sangue, tão grande quanto uma montanha, e vinha em minha direção.
Meus pés pareciam estar colados no chão. Eu não consegui me mover.
Ele pousou em minha frente.
Tudo pareceu voltar ao normal aos poucos.
Tudo se tornou verde e colorido de novo.
- Então você não sabe onde está?
Falou o dragão.
Mesmo que eu tentasse, nada saia de minha boca, eu estava nervoso demais.
- Então tenho que lhe responder. Você está na sua mente.
Isso foi chocante, e ao mesmo tempo aliviador, afinal, não posso morrer na minha própria mente.
- Mas se essa é minha mente, o que você faz aqui?
Perguntei nervoso.
- Eu sou uma parte de você, e você é um parte minha. Temos que ir agora, ainda não podemos ficar por muito tempo aqui.
Falou, enquanto tudo se tornava escuro novamente, mas dessa vez, me senti sumindo aos poucos.

Os Poderes: A vingança de MormothOnde histórias criam vida. Descubra agora