Alex - 03

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Ao me despedir de meus pais, sabia que ir para a escola, significava sacrificar meu sonho de ser um caçador de monstros, e estou me aproximando mais do sonho de pai. Ser o substituto do grande rei Rethor, era pra ser o motivo de orgulho para muitos, mas não para mim, não queria ser um gordo que vive reclamando da vida.
Já estávamos indo na estrada central, a qual liga todos os reinos? Começando no grande Sul, Artreanor, e terminando na grande Captol, onde fica a escola de magia, uma sociedade neutra, onde cada reino tinha sei poder.
A viajem ia ser longa, trouxe comida comigo, mesmo sabendo que eu estava sem fome.
- Quanto tempo para chegarmos?
Disse eu para o Manobrista.
- Chegaremos a noite, e ainda estamos pela manhã meu jovem.
Percebi então que deveria ter algum passa-tempo, estava com tédio, e não consigo ficar parado por muito tempo.
Peguei uma pequena bolinha, caída no chão da carruagem.
Comecei a jogá-la de mão em mão, e parecia divertido.
Joguei diversas vezes para cima, e pegava de uma forma ágil.
E de repente comecei a fazer isso rápido demais, isso é viciante, e ótimo para me tirar do tédio.
Em um certo momento, olhei para frente, e não via nada mais que um grande Horizonte, e um tapete extenso de estrada.
Joguei a bola para cima, e quando ela voltou, estava em chamas, e logo a joguei rápidamente para fora da carruagem.
- Ufa! Se essa bola encostasse sequer em alguma parte da carruagem, esse transporte ia pelos ares, e como eu ia chegar a tempo?
Pensei comigo mesmo.
Pude notar as risadas do manobrista.
E em um piscar de olhos a carruagem estava em chamas.
Saímos rapidamente, e fiquei olhando seus pedaços serem queimados um por um.
Quando olhei para o lado, vi o manobrista, chorando como uma criança, afinal, ele estava responsável por me levar em segurança para Captol.
E ele não conseguiu nem me levar, e muito menos me deixar em segurança, a estrada principal era tão perigosa tanto quanto era extensa.
- O que faremos agora?
Perguntei a ele.
Ele estava com as mãos na cabeça, e era perceptível algumas lágrimas em seu rosto.
- Temos que continuar, prometi ao senhor Rethor lhe levar até lá, e em segurança, é isso que irei fazer.
Falou determinado.
Passaram-se algumas horas, e ainda andávamos sem poder ver nada além de um grande horizonte, a estrada parecia deserta, e isso nos dava calafrios.
Já estou com fome, então devemos estar perto do horário de almoço, e já estava cansado demais para continuar.
- Eu não consigo prosseguir - Falei com minha voz trêmula - Temos que descansar.
- Desculpe meu senhor, mas não podemos parar, ninguém nunca para na estrada principal, é perigosa demais.
Falou ele com com uma voz cansada.
Estávamos esperando alguém aparecer, como se realmente fossem vir, aliás, as aulas de magia começaram hoje, todos estavam lá, eu não queria ter viajado ontem, aliás, apenas amanhã as aulas terão realmente início.
Passos e mais passos, já tinha perdido a conta de quanto andamos, e minha perna estava dormente, e já tinha conversado de tudo com o manobrista, e descobri que seu nome era Jerome.
- Estou vendo!
Gritou o manobrista.
- O que está vendo senhor Jerome? - Falei - Não me diga que é uma miragem...
- É uma carruagem, olhe, parece de alguém importante, e não podem recusar uma carona ao senhor!
Falou ele.
Esperamos a carruagem se aproximar para pedir ajuda, Jerome gritou como um desesperado.
E logo a expressão de felicidade de Jerome teve fim.
Era uma carruagem da família Feliphort, os inimigos de minha casa, meu pai odeia o rei Lexter, então somos proibidos de ter contato com qualquer um deles.
- Não temos escolha Jerome, eles são nossa única opção, temos que nos apresentarmos como meros nobres.
A carruagem foi se aproximando, e de acordo com que chegava mais perto, ia diminuindo sua velocidade.
- Olá senhores, o que desejam?
Falou o manobrista da Família Feliphort.
- Somos nobres, e queremos uma carona até a escola mágica, nossa carruagem foi queimada - Falei nervoso - Pode nos levar?
O manobrista pareceu um tanto quanto desconfiado, e a rosto do senhor Jerome não nos ajudava, estava mais fechada que tempo chuvoso.
Ele falou qualquer coisa com as pessoas que estavam dentro da carruagem, virou-se e falou:
- Podemos dar uma carona a vocês, mas com uma condição.
Falou o manobrista.
- Qual seria ela?
Perguntei confuso.
- Apenas um poderá ir, aliás, temos apenas um lugar sobrando.
Jerome olhou para mim com uma expressão seria e nervosa.
- Prometi ao seu pai que o levaria até seu destino em segurança, e eu falhei - Falou ele - Quero que se lembre de quem você é, não importa o que aconteça, seja você mesmo.
- Você irá ficar bem? Prometa!
Falei com uma expressão de choro.
- Vá, e leve à memória que eu existi com você. Eu farei o possível senhor, mas não posso prometer.
Fui em direção a porta da carruagem, olhei para trás, e senti que esse adeus era para sempre.
E logo a carruagem prosseguiu.
Abri a porta, e me deparo com dois garotos.
- Seriam eles os filhos de Lexter?
Perguntei em pensamento.
Um tinha cabelos loiros espinhados, olhos verdes, era branco, magro, e tinha uma expressão amigável. Já o outro, tinha cabelos negros, olhos castanhos, uma pele que lembrava neve, e um traseiro grande demais.
Eu me sentei, e ficamos trocando olhares durante minutos.
- Desculpe-me não me apresentar antes, sou Daniel Feliphort, prazer em conhecê-lo.
Ele foi educado, mas o outro fez questão de virar seu rosto, eu não entendi muito bem, acho que já me reconheceram.

Os Poderes: A vingança de MormothOnde histórias criam vida. Descubra agora