Daniel - 05

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Por vezes, havia de escultar uma voz estranha vinda de dentro do meu subconsciente. Não era comum ver pessoas enlouquecendo sob pressão, mas essa voz me parecia tão familiar quando bela e suave.
Alex e Niall já estavam dormindo, e eu fiquei pensando em como eu conseguiria passar esse ano todo sem auxílio de poderes, sem remédios adequados para meus tratamentos, e principalmente, como eu consegui me apaixonar logo por meu colega de equipe.
Meus olhos foram se fechando, na imensidão de minha imaginação, e logo ouvi um alto e aterrorizante alarme soar, já era hora de me arrumar. Todos nós levantamos, eu escovei meus dentes, tomei meu banho, me vesti, e logo estávamos indo para as aulas.
Teríamos mais três dias de aula, e seria logo o feriado, mas ainda existem mais professores a apresentar.
Chegamos na sala, e ainda podíamos ver alguns alunos chegando. Dessa vez sentei-me no meio, entre Naill e Alex, e ficamos esperando por alguns minutos.
- Bom Dia.
Falou uma voz vindo da porta.
Nossos olhos não poderiam ficar mais fixados, eu nunca tinha visto alguém tão estranhamente belo como ele.
- Bom, me chamo Detrerios, sou o professor de vocês de canalização, uma arte que apesar de parecer simples, é extremamente difícil.
Falou ele.
Não poderíamos estar mais assustados, acho que todos estavam mudos, e sem reação, nem sequer prestamos atenção a sua apresentação.
Ele tinha olhos azuis com tons verdes, era forte, branco, e com os cabelos platinados, tão reluzentes quantos as luzes que iluminavam a sala, sem falar em seu rosto, perfeitamente moldado.
- Pode me emprestar um lápis?
Perguntou Naill.
- Tu.. Tudo bem...
Falei eu, ainda destraido.
Enquanto eu direcionava minha mão para pegar o lápis, sem estar atento, peguei no nariz de alguém.
- Ei! Você bateu em meu nariz!
Falou uma menina atrás de mim.
- Oh! Me desculpe, não queria fazer isso, eu só ia pegar um lápis, fui desatento, me desculpe.
Falei para ela.
- Tudo bem, desculpe por parecer grossa, aliás, me chamo belle Leverdine.
Falou a garota.
- E eu sou Daniel Feliphort, prazer em conhecê-la.
Respondi a ela gentilmente.
- Príncipe Daniel? Da grande casa Feliphort? Eu sempre ouvi falar de você, é uma honra!
Falou ela surpresa.
- Oh! Eu não sei o que falaram, mas acho que não foram coisas muito boas...
Falei, dando um sorriso tímido.
- Sabe, eu sempre amei monstros, e definitivamente, você não é um.
Falou ela sorrindo.
- Eu estou sem graça, não ouço isso de todo mundo, obrigado mesmo.
Sorri e me virei.
Quando olho para frente, vejo Belle passando sobre mim, mas como seria possível se acabei de ver a mesma atrás de mim?
- Belle, como você pode está em frente à mim, é um poder?
Perguntei espantado.
- Não sou a Belle, sou a Anne, irmã gêmea dela!
Falou ela com certo tom de stress.
- Me desculpe... Eu não sabia...
Falei envergonhado.
- Ainda vai me emprestar o lápis?
Falou Naill.
- Eu.. Eu... Acho que vou no banheiro.
Me levantei rapidamente, e fui em direção ao professor Detrerios, e pedi licença para lavar meu rosto.
- Pode ir Daniel, mas quero que volte logo, tenho que transmitir um comunicado.
Falou ele.
- Tudo bem, volto assim que possível.
Sai pela porta, e andei até o final do corredor, onde se situação os banheiros, tanto feminino, quanto masculino.
Entrei, e fui em direção a pia, meus olhos estavam vermelhos, meu rosto pálido, e não conseguia controlar minhas mãos.
A falta de tratamento estava me fazendo falta, essa era uma crise, por sorte aprendi muitas coisas com Milean, minha antiga médica.
Peguei uma injeção de meu bolso, e apliquei em mim.
Estava me sentindo aliviado, e agora já poderia retornar.
Mas foi quando percebi o quão abafado estava o banheiro, parecia que existiam nuvens lá dentro, de repente tudo foi sumindo.
- Eu já apliquei minha injeção, o que poderá ser isso?
Pensei comigo mesmo.
Fui em direção a porta, mas a neblina evitava saber o local exato por onde eu poderia sair.
E logo pude ouvir um grito:
- Não me deixe aqui, me tire desse lugar, me tire, por favor!
Falou algo que parecia estar agonizando de dor.
E foi quando vi uma sombra, ou algo que me lembrava alguém, estava cadê vez chegando mais perto, e eu não consegui ver nada mais que uma imensidão branca.
- Não chegue perto de mim!
Gritei.
Mas nada adiantava, cadê vez mais ele chegava perto, e mais perto, até que estava diante de mim.
Sua mão veio em minha direção, e eu não sabia o que poderia acontecer, fiquei em estado de choque.
- Não ouse chegar perto dele!
Acompanhado da voz, vi uma espada perfurar o ar, e em um relance a neblina sumiu.
Quando abri meus olhos, vi diante de mim Belle e Anne, as gêmeas que encontrei mais cedo na sala.
- Parece que você estava bem enrascado meu senhor!
Falou Belle.
- O que era aquilo!?
Falei espantado.
- Isso era um demônio, um Arrabac, demônios sedentos por magia, me impressiona ele estar aqui.
Falou Anne, com uma expressão de preocupação.
- Como vocês souberam que eu estava aqui? Esse é o banheiro masculino...
Falei, ainda nervoso pelo o que havia acontecido.
- Nós estamos aqui para lhe protejer, somos suas guardas pessoais!
Falou as duas ao mesmo tempo.
- Foi meu pai quem as mandou aqui?
Perguntei confuso.
- Não podemos lhe dar mais detalhes, mas estamos aqui para lhe servir.
Falou Anne.
- Vamos, a aula tem que continuar.
Falou Belle.
Me levantei, e fomos todos juntos, mas ainda tinha que falar com o professor sobre o ocorrido.

Os Poderes: A vingança de MormothOnde histórias criam vida. Descubra agora