A Harley Davidson Night Rod Special subiu na frente.
Eles passaram por uma enorme cruz de concreto que ficava a esquerda do caminho, estavam no morro do Capuava em Pirapóra do Bom Jesus, por onde a pequena caravana de sobreviventes transitava, a direita havia um caminho que se estreitava ao redor de uma outra elevação, eles seguiram por um morro numa estrada que ficava cada vez mais íngreme, minutos depois chegaram ao topo da montanha. Numa região plana e pavimentada, onde a certa distância podiam ver uma casa de alvenaria branca, onde se reuniam anteriormente os praticantes de voo livre que a usavam como base.
A ruiva parou com a Harley, a alguns metros da casa, ela desceu e sinalizou pra que estacionassem.
Os veículos estacionaram lado a lado, e os garotos desceram um tanto apreensivos, observando atentamente tudo ao redor.
Estava escuro.
Aqueles que tinham lanternas as acenderam.
Mayara aproximou-se da Pé de cabra e a abraçou, as duas garotas tinham a mesma altura, a ruiva foi receptiva e abraçou de volta carinhosamente.
-Muito obrigada! Você salvou a gente! - disse Mayara enquanto se afastava do corpo da bela ruiva, pra olha-la nos olhos. -Nem sei o que teria acontecido se você não tivesse chegado. - disse a unica garota do bando em tom de gratidão.
-Relaxa, seus amigos teriam morrido por você se fosse preciso, eu só dei uns tiros nos lugares certos. - sorriu a garota de longos cabelos cacheados e dentição perfeita.
Os garotos se aproximavam e Tony estendeu as mãos pra ruiva, que com um sorriso, estendeu a mão direita a ele que beijou-a carinhosamente.
-Que Deus a abençoe e a seus tiros certeiros, se não fosse por eles, nós estaríamos perdidos. falou o garoto de óculos em tom de respeito, quase beirando o carinho e devoção por algo sagrado.
-Orra, nem me fale! - falou Lock se aproximando. Descobrir que o Pé de cabra existe e ser salvo por ele... quer dizer por ela não tem preço.
-Pé de cabra? - questionou a ruiva. - Como assim Pé de cabra?
-Nós passamos por um grupo de sobreviventes lá de Barueri, e eles contaram como foram salvos por uma horda de zumbis, por alguém que usava um pé de cabra vermelho. - explicou Tony.
A ruiva sorriu enigmática.
-E só por isso acham que eu sou o tal Pé de cabra?
O bando ficou em silêncio, olhando a ruiva que os olhava de volta.
-Até que agora, com você falando desse jeito, fica bem menos óbvio pra mim. - respondeu Mayara.
-Então você não é a Pé de cabra? - disparou Lock.
A ruiva sorriu.
-Meu nome é Maisa até onde sei, essa alcunha admito que não conhecia. - sorriu a ruiva.
-Então foi você mesma que salvou o grupo de Barueri? - inquiriu Daniel, curioso com aquilo tudo.
A ruiva retirou a mochila que estava em sua motocicleta, olhou os garotos que ainda esperavam por um esclarecimento.
-Vamos entrar logo criançada. Aqui fora tá frio e pelo jeito logo começa a chover de novo.
Lock fez menção de insistir no assunto, porém Tony o segurou pelo braço e meneou a cabeça negativamente.
-Deixa quieto mano, se ela quiser falar ela fala.
Maisa ouviu o comentário de Tony, e caminhou na direção da casinha branca.
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Pé de cabra A era dos mortos
HorrorPé de cabra é a saga zumbizesca que explora novas possibilidades sobre as origens do apocalipse zumbi, com personagens fortes e reviravoltas em solo tupiniquim. Venha se encantar com as possibilidades que um motivo inicial diferente é capaz de...