Cap. 3- Mia, querida! Querida Mia...

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Quando chegámos ao restaurante que me era tão tão familiar, entrámos sem qualquer cerimónia no velho establecimento.

-Mia, Querida!- a loira do balcão, chamada Carmen, veio a passos largos para me abraçar.

-Olá, Carmen, tudo bem?- tentei ser simpática, como sempre fazia quando ia ali.

-Estás tão crescida, Mia!- a mulher sorri, mostrando algumas rugas no canto dos olhos.

-Todos sabemos que eu parei de cescer aos 12 anos, Carmen, não precisa de fingir. Onde está o Joey?

-Na cozinha querida.

-Hum. Ok. Jason, anda.
Arrastei o Forasteiro até ao balcão e obriguei-o a sentar-se num dos bancos altos enquanto eu me sentei em cima do balcão mesmo.

-Do melhor?- Jason franze as sobrancelhas.

-Do melhor. Acredita em mim- dei uma pancada com a campainha velha e enferrujada que servia para chamar os empregados.

-Já vai. Já vai...- um homem nos seus cinquenta e poucos anos veio a resmungar desde a cozinha até ao velho balcão de madeira- Mia! Querida...

-Olá, Joey- sorri para o tipo de cabelos meio grisalhos e curtos- Está exatamente na mesma...

-Querida Mia... Tu também estás exatamente na mesma, não cresceste nem um pouco. Quem é o teu amigo?

-Jason, senhor- o Forasteiro acenou com a cabeça e um acesso de gargalhadas precorreu o meu corpo- O quê?

-Tu só me envergonhas, Forasteiro- disse, ainda entre as minhas gargalhadas incontroláveis- "Senhor". Meu, isto aqui não é a Inglaterra, ok?

-Inglaterra, hein?- Joey cofiou a sua barba mal feita- Um britânico...

-Vocês aqui em Springton são todos assim? -resmungou Jason- Qual é o problema com os britânicos?

-O que vai ser?- perguntou o homem, ignorando-o.

Arqueei uma sobrancelha, pensando no que pedir para alimentar a donzela e acabei por pedir dois hambúrgers "À Moda do Joey"

-Um bar dos 80's? A sério?-sussurrou Jason ao meu ouvido.

-É barato e a comida é boa. Achavas que eu te ia pagar lagosta?

-Até que a ideia não é nada má, ruiva, há um restaurante de luxo perto da minha casa, se quiseres...

-Vai-te foder, Inglês.

-Quem é que se vai foder?- perguntou Carmen, deixando dois tabuleiros com os hambúgeres gordurosos e cozinhados de uma maneira que só Joey sabia.

-Ninguém- Jason apressou-se a dizer, antes que saísse alguma merda da minha boca.

-Como está o teu pai, querida?- ela perguntou, com o seu sotaque latino carregado, roubando uma batata de um dos pratos.

-A viver com a minha madrasta, Carmen, e as aberrações dos filhos dela- respondi, pondo-me de pé, ouvindo as tábuas de madeira do chão ranger.
O Forasteiro revirou os olhos perante a minha resposta e eu encolhi os ombros.

Primeiro. Quem mais quer um hambúrguer do Joey?
Segundo. Digam o que estão a achar da história, por favor.
Terceiro. Os meus testes já começaram e eu sinto que vou morrer (atenção, eu não vou deixar de publicar por causa disso, até porque eu já tenho até ao xapítulo 10 pronto, não se assustem )
Beijos e bolachas.

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