-Tem lá calma, ruiva! - exclamou Peter, no meio da sua gargalhada.
-Ias-me matando do coração, Peter! - pus a mão sobre o peito e apoiei o quadril no capô da carrinha dele, para me acalmar - És um idiota.
-Mas um idiota com classe - o moço piscou-me um olho e Jason veio prostrar-se ao meu lado.
-Pelo menos vingaram o Alexander - o inglês encolheu os ombros.
-Toma - entreguei o telemóvel a Peter. - Faz o que quiseres com o vídeo. Nós vamos andando, aparece no Joey's para jantar e leva o Alex contigo, se quiseres.
-Eu levo-o.
-Onde é que vamos, agora? - perguntou Jason, quando começámos a andar.
-Primeiro, vamos a minha casa buscar o meu telemóvel e avisar o meu pai e a Victoria de que eu e os rapazes não ficamos para jantar, depois, vamos para o beco fazer tempo até à hora de jantar, pode ser?
-Ok.
[...]
Quem nos visse pensaria que éramos um grupo de adolescentes que diziam piadas sem sentido e riam por tudo.
Mas não era assim.
Ninguém entendia os adolescentes, ora se referiam a nós como crianças, ora se referiam a nós como adultos. Passávamos grande parte do tempo afogados na pressão do sucesso e tinhamos de relaxar às vezes.
Esta era uma dessas vezes.Eu e Louis estávamos sentados em cima do balcão porque dava bastante trabalho (ou não) ir buscar mais dois bancos. Os outros, Kaya, Jason, Peter e Alex, estavam sentados à mesa. O gémeo fazia-me cócegas na cintura enquanto eu guinchava e pedia para que parasse.
Os cotas olhavam para nós com uma cara de desagrado, provavelmente por causa do barulho que seis miúdos conseguiam fazer.
-Meus queridos! - Carmen passou por nós apertando as minhas bochechas e depositando um beijo na minha bochecha direita - O que vai ser?
-O mesmo de sempre para mim, Carmen, e para os meus irmãos é o mesmo - sorri.
-Mas... - Alex ia intervir, mas calei-o:
-Shh... Eu sei o que faço.
-Um especial extra grande para nós - Kaya falou por ela e pelo irmão.
-Nem penses, minha menina, depois diz que ficas gorda! - ao ouvir as palavras da mãe queixosa a mesa rebentou em gargalhadas, Kaya ficou vermelha que nem um tomate.
-Tudo bem, um menu normal... -murmurou ela.
-E tu, Jason, querido? -perguntou a latina.
-O mesmo que a Mia, dona Carmen.
-Que seja, cinco menusda casa e um expecial extra grande... - Carmen apontou tudo no seu caderninho, não que fosse preciso porque de certeza não se esqueceria.
-Crianças, fora do balcão! - gritou Joey da cozinha. Lou e eu obedecemos, ele foi buscar um banco e eu (com preguiça) saltei para o colo do inglês.
-Hey sua abusada! - protestou.
-Sê um bom amigo, Jason - balancei os pés por baixo da mesa - E uma boa almofada também.
Poucos minutos de conversa depois, Carmen trouxe a nossa comida gordurosa e deliciosa.
-Gracias, Carmenzita - brinquei.
-Oh, querida Mia, não tens de quê - Ia virar costas, mas pareceu lembrar-se de alguma coisa- Jason, querido, hoje à tarde apareceu cá uma rapariga loira à tua procura. Dizia chamar-se... Como era? Beatrice...Bettany...? Oh, olha! É ela!Todos virámos a cabeça na direção da porta para ver uma loira com uns vinte anos entrar pela porta.
E então Jason murmurou:
-Brittany.
Ao que a loira exclamou:
-Maninho!!!
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Inconscientes
Novela JuvenilQuando alguém se encontra no estado de inconsciência, não tem consciência do que se passa à sua volta. Está desacordada e não tem qualquer contacto com o mundo em que vive. Mia Mortmier era assim. Inconscientemente apaixonada por um estranho que apa...