Depois de comermos a lasanha que Katie havia preparado para o jantar, eu, Jason e Evelyn ficámos no sofá a ver um filme qualquer que a morena tinha escolhido, embora estivesse mais preocupada em mandar-me olhares zangados do que no filme
Eram por volta das onze da noite - nem era assim tão tarde - quando todos fomos parar os respectivos quartos.
-Queres falar com os gémeos? - perguntei, antes de atender a solicitação de chamada no Skype.
-Força - Jason fechou a porta e deitou-se na cama, do meu lado direito, afundando o colchão de água que eu tanto adorava.
-Olá pessoal! - sorri para os dois rostos no ecrã - Como está a America?
-Na mesma - respondeu Louis - Com ou sem ti fica a mesma coisa.
-Eu sei que me adoras, Loueh! - rebolei na cama, quase ficando em cima do Inglês.
-Então e vocês? - perguntou Kaya.
-Tudo tranquilo - o loiro encolheu os ombros.
-O Jason tem um colchão de água! - exclamei e comecei aos saltos em cima do colchão tal e qual uma criança.
-Enfim, temos que ir - disse Louis, rindo das minhas figuras - O fuso horário aqui é diferente e nós temos coisas para fazer.
-Tchau! Portem-se bem! - Kaya sorriu antes de desligar a chamada.
Depois da curta conversa ter sido dada por encerrada, Jason comentou:
-Eles são fixes.
-Eu só tenho amigos fixes -brinquei, enquanto tentava soprar uma madeixa de cabelo da minha testa.
-Tu merece-los - o loiro puxou a tal madeixa teimosa para trás da minha orelha e olhou-me fixamente. Eu não sei quanto tempo ficámos ali, em silêncio, apenas a olhar um para o outro com os cotovelos a suportar o nosso peso, antes de fazermos algo.
E eu juro que não fui eu, eu juro que sou inocente e que não forcei a barra nem nada do tipo! Jason apoiou a mão na parte de trás do meu pescoço e puxou-me para perto dele, colando os nossos lábios sem hesitar.Era um beijo calmo, daqueles que se dá quando se tem medo no início, mas Jason não parecia ter medo de que eu me recusasse a beijá-lo visto que a mão dele no meu pescoço dava a entender que não me queria longe.
Os nossos lábios moviam-se em conjunto e uma sensação de fogo como o de uma lareira que se acende quando toda a família está reunida despertou dentro de mim. Jason cheirava a canela e a casa.
-Parabéns, Brendson - soltei uma gargalhada anasalada quando parámos o beijo devido à falta de ar - Ultrapassaste as minhas expectativas.
-Não brinques, Mia, isto é sério! - ele encarou-me com um monte de questões escondidas por trás de um olhar. Também eu me perguntava muitas coisas ao mesmo tempo: ter-se-ia ele arrependido?, por exemplo, mas o que saiu foi:
-O que é que nós somos agora, Jason? - a minha expressão indiferente alterou-se, como se o meu lado imaturo e idiota se quebrasse. Eu sabia que Jason era a pessoa que me faria feliz, era com ele que eu queria ficar. Mas será que ele sentia o mesmo?
-Eu não sei, Mia - sussurrou-me ao ouvido e puxou-me para os seus braços. Deixi-me ficar ali, encolhida no seu abraço quente.
-É isso que sentes? - murmurei, fechando os olhos com força para não chorar - Fizeste-o com intenção? Beijaste-me porque sabias que gostas de mim?
-Sim - respondeu - É essa a resposta a todas essas perguntas. Eu não sei se tu sentes o mesmo, mas eu já não aguento ser mais o melhor amigo! Está a destruir-me! Por favor, diz alguma coisa.
Hesitei, ficando encolhida nos seus braços por alguns segundos. Mas depois disse as únicas palavras que me vieram à mente, palavras sentidas e ditas de verdade:
- Ik hou van je, Jason.
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Inconscientes
Roman pour AdolescentsQuando alguém se encontra no estado de inconsciência, não tem consciência do que se passa à sua volta. Está desacordada e não tem qualquer contacto com o mundo em que vive. Mia Mortmier era assim. Inconscientemente apaixonada por um estranho que apa...