Eu consegui. Me safei de uma noite de sexo com um homem que mal conheço. E que homem! Daniel é um homem simplesmente incrível. Sua beleza foi algo que me chamou a atenção desde o momento que nossos olhares se encontraram. Cabelos castanhos muito bem aparados, olhos azuis, lábios carnudos, sobrancelhas grossas, barba rala, pele clara, alto, corpo musculoso na medida certa e um charme de dominador que me fez ficar nervosa no pequeno cômodo do quarto.
Uma pena ele ser igual a todos os homens asquerosos que frequentam esse lugar. Será que é casado? Noivo? Tem namorada?. Quando coloquei o líquido do frasco de remédio na bebida de Daniel e entreguei a ele, ele bebeu tudo rapidamente enquanto me encarava com seu olhar penetrante percorrendo o meu corpo. Não vou negar que pensei em me entregar, mais que tipo de mulher eu seria? Uma mulher qualquer! De forma nenhuma, enquanto eu estiver aqui vou fazer o possível e o impossível para não cair nas garras de homem algum.
Durante o dia, as outras meninas e eu ficávamos responsáveis pela limpeza da boate, um trabalho puxado, mais ai de nos se não fizéssemos.
Vejo Lilian se aproximar de mim com um copo de água e me entregar.
-Pega, deve estar com sede.
-Obrigada- Digo e limpo a testa suada do trabalho pesado.
-Como foi lá com seu cliente?- Lilian me pergunta enquanto começa limpar uma das mesas da boate.
-Coloquei o remédio na bebida dele, e ele dormiu rapidinho- Digo com um sorriso.
-Sua sorte não vai durar por muito tempo- Ela diz e abaixa a cabeça.
-Porque diz isso?.
-E se esse cliente perceber e vier reclamar? Será pior pra você, acredite, você não vai querer ver Marta e seus capangas furiosos.
-Eles já fizeram alguma coisa com você?- Pergunto e ela permanece calada -Responde Lilian.
-Já, usei o mesmo truque que você e o cliente logo percebeu, foi correndo reclamar com Marta, quando ela teve que entregar o dinheiro de volta, eu paguei as consequências.
-O que ela fez com você?- Pergunto temerosa.
-Você não vai querer saber, e eu não gosto de tocar nesse assunto.
-Nossa- Digo horrorizada.
-Você teve muita sorte do seu cliente não perceber.
-Na verdade, ele percebeu.
-Droga, Lara! Ele falou com Marta?.
-Não, saiu da boate sem falar nada.
-Ufa, ainda bem.
-Também acho.
-O melhor que tem a fazer é parar de querer evitar o inevitável.
-Está insinuando que devo dormir com esses homens?- A encaro com descrença.
-Será o melhor pra você Lara. Acredite, quando cheguei aqui eu era exatamente como você, uma garota indomável, e sofri muito por isso.
-Sinto muito, mais somos muito diferentes Lilian.
-Não sinta, mais enquanto estiver sobre o domínio da máfia você tem que aprender a aceitar e abaixar a cabeça.
-O que as vagabundas estão conversando aí eim?- Diz um dos capangas. Eric, o mais arrogante de todos.
-Nada- Lilian diz e abaixa a cabeça.
-Voltem ao trabalho!- Ele rosna.
-Estamos cansadas e já deixamos esse salão brilhando, tudo está limpo!- Me queixo e recebo como resposta um tapa forte de Eric no meu rosto.
-Você não se manda garota!- Rosna.
Eric estava segurando um copo com bebida na mão e de propósito ele derrama o suco no chão que estava limpo.
-Está vendo? Agora está sujo. Limpa, agora!- Ele grita.
-Seu filho da...-Tento terminar a frase mais Lilian cala minha boca com sua mão.
-O que disse vadia?!.
-Nada, ela não disse nada- Lilian diz e é empurrada para longe por Eric.
-Escuta aqui sua vadia- Ele diz e aperta e me prensa forte na parede prendendo forte meu pescoço com uma das suas mãos.
-Você não é ninguém aqui, e se eu quiser matá-la agora mesmo, ninguém vai sentir falta de uma prostituta qualquer como você- Ele cospe.
-Você é um porco imundo!- Digo e recebo outro tapa.
Não satisfeito Eric sufoca mais meu pescoço e eu começo a sentir o ar faltar e começo a debater meus braços.
-Solta ela Eric!- Lilian grita e tenta vir na nossa direção mais é segurada por outro capanga.
-Uma vadia tentando defender a outra. Que coisa patética- Ele diz.
-O que está acontecendo aqui?- Marta diz surgindo no recinto.-Estou punindo essa prostituta aqui por desobediência.
-Solte-a Eric- Ela diz calmamente.
-Mais...-Ele tenta debater.-Não me ouviu? Mandei soltar a garota- Ela diz e arqueia a sobrancelha para o capanga. Eric me solta e eu tento recuperar meu ar.
-Como a senhora quiser patroinha- Ele diz e pisca o olho para ela.
-Eric, Jace, tirem ela daqui- Ela diz e encara Lilian.
-Sim senhora- O capanga chamado Jace diz e tira Lilian do recinto, com Eric indo logo atrás dele.
-Que coisa feia Evans, eu esperava mais de você- Ela diz me olhando de cima a baixo.
-Vá se ferrar.
-Você não me tratava assim antes- Ela diz e sorri.
-Você era um excelente mentirosa- Rosno.
-Bom, como não têm se comportado muito bem ultimamente, ficará sem falar com sua família- Ela diz e dá as costas.
-Não! Por favor, não, preciso falar com eles, saber se estão bem.
-Você é bem melhor assim Evans, uma perfeita submissa- Ela diz e eu abaixo a cabeça - Pra você ver como não sou uma mulher tão má assim, você terá direito a um telefonema.
-Obrigada.
-Já sabe, se tentar alguma gracinha, meus capangas que estão no Brasil terão muito trabalho a fazer.
-Eu não vou falar nada.
-Ótimo, me acompanhe.
***
-Alô?- Minha mãe diz do outro lado da linha e lágrimas caem dos meus olhos rapidamente.
-Mãe, sou eu, Lara- Digo entre soluços.
-Já era hora de você aparecer Lara- Ela diz com arrogância.
-É..desculpa mãe, o trabalho aqui é muito pesado, não tenho muito tempo vago.
-E quando vai começar a mandar o dinheiro?.
-Em breve.
-Oh..você está bem?.
-Sim, e a senhora? Papai e Erika, onde estão?.
-Aqui está tudo na mesma, seu pai saiu pra beber como sempre e Erika está no curso de pintura.
-Erika deveria arrumar um trabalho para ajudar a sustentar a casa.
Não sei se vou conseguir mandar dinheiro para ajudá-los. Ainda não vi nem a cor dos vinte e cinco mil dolares.
-Essa é sua obrigação e não de Erika- Ela diz duramente e meu coração se aperta.
-Tenho que desligar- Digo ríspida.
-Lara..-Ela diz e desligo o telefone.
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EMBOSCADA
عشوائيLara Evans é mais uma vítima do tráfico internacional de mulheres. Ao chegar nos Estados Unidos, descobre que caiu em uma armadilha. Tendo que se submeter a se transformar em uma garota de programa e aguentar os maiores absurdos para sua sobrevivên...