Capítulo 10

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-Será que vai ficar a cicatriz como o outro lado?- Perguntei baixo.

-Não, isso nem se compara ao que aconteceu do outro lado- respondeu. Segurei minha curiosidade em perguntar como foi que tudo aconteceu.

Terminei o curativo ali e fui para o lábio que eu só podia limpar, mas ele não se assustou de novo com a ardência e eu ri novamente, dessa vez ele percebeu o motivo e me acompanhou no riso.

-Os pombinhos vão compartilhar a piada?- Luke disse brincalhão. Eu tinha que explicar que a gente definitivamente não era um casal.

-Não somos pombinhos- rebati em um tom leve, eu não queria ser grosseria.

-Gatinhos, então!- Sophie que até então estava dormindo, falou com a voz embargada e todo mundo deu risada.

-E com as garras bem afiadas- Noah entrou na brincadeira.

Esfreguei mais forte o algodão em seus dedos.

-Ai, mulher!- Esbravejou com a voz grossa e isso foi a deixa para ondas de risadas de todo mundo.

Com todo mundo devidamente cuidado, lá mesmo, começamos a comer o que tinha comprado na farmácia, nada de bebida, só refrigerantes,energéticos e batatas fritas ruffles.

-Eu acho que a gente deveria sair amanhã, como nos velhos tempos- Greg deu a idéia.

-Você nos deve cara, está intimado a ir- Jack falou para Noah.

-Kate, você também não escapa, amanhã de manhã estaremos na porta da sua casa- Luke avisou.

-Tudo bem, eu vou!- Afirmei. Seria interessante passar um tempo com esse pessoal tão legal.

Decidimos por fim voltar para casa. Todos estávamos cansados, eu dirigi. Greg, Luke e Fábio foram deixados em casa mas Jack insistiu que iria conosco até em casa e depois iria embora.

-Chegamos- Avisei.

Sophie dormia no colo de Jack e Noah estava na frente comigo.

Saímos do carro sem fazer barulho, já passava das duas da manhã e eu não queria acordar ninguém em casa.

Jack tentou acordar Sophie que estava grogue por causa do sono pós porre.

-Eu levo ela pra cima!- Estendi meu braço para que ele a entregasse pra mim.

-Naaao- Ela reclamou com voz de bêbada e abraçou Jack pelo pescoço.

Ele ficou vermelho e deu uma risadinha amarela.

A solução foi Jack subir e colocá-la na cama e depois desceu para se despedir de nós.

-Amanhã cedo, Kate- Ele me avisou depois de me abraçar.

Noah decidiu emprestar a moto para que Jack fosse em segurança para casa e eu fiquei mais aliviada.

Depois de um banho quente eu me preparei para dormir.

Ouvi o toque do meu próprio celular e atendi rapidamente enquanto trancava a porta do quarto.

-Alô- falei no automático.

-Gatinha! Finalmente você me atendeu!- A voz do outro lado da linha era familiar e indesejada.

Eu pensei no que fazer, eu poderia desligar, claro, mas ele voltaria e me importunar, ou podia continuar falando e deixar claro que eu não queria mais vê-lo nem pintado de ouro, cravado de diamantes azul.

-Fred, o que você quer?-Perguntei com a voz áspera.

-Gatinha, você sumiu, eu precisava falar com você, me explicar....- interrompi.

Um amigo profissional (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora