O convite

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_ SOPHIIIIIAA eu não vou chamar de novo, ouviu mocinha? Será possível que com quase 18 anos você ainda não acorde sozinha pra ir ao cursinho - a minha mãe de manhã é um doce, eu nunca vi pessoa mais amável do que ela, e olha que eu passo o dia inteiro fora de casa, de manhã faço cursinho de física, química e matemática para o vestibular, à tarde vou para o colégio, onde curso o 3° ano que no meu colégio já é uma preparação pra o vestibular, mas para os meus pais não era suficiente, eu acho que pra mim também não era.

_ Estou pronta senhora estressadinha, ai mãe, eu não sei como não fomos expulsos desse prédio, por causa da sua gritaria todas as manhãs!

_ Não tem como expulsar o subsíndico minha filha, mesmo com a mulher dele gritando mais que uma louca. - Meu pai falou dando uma beijo em minha testa ao passar por mim. Ele é o meu herói, ele é advogado e trabalha muito para dar a mim e a minha mãe o melhor, embora minha mãe também tenha a sua própria fonte de renda, mas como ela é dona do próprio negocio e apesar de ser uma boa administradora, nem sempre sua loja está com uma boa margem de lucro, o que acaba sendo tudo sobre o meu pai, que é o melhor homem do mundo, ele calmo, paciente, generoso e muito trabalhador, se um dia eu me casar, tem que ser com um homem, com essas mesmas qualidades.

_ Bom dia pai! Nossa! Café em família faz um tempinho que não fazemos isso, a ultima vez foi... Acho que meu celular está tocando! - o meu celular não estava tocando mais eu queria uma desculpa pra mudar de assunto, o que não rolou.

_ Bom dia pra você também Sofi, e não, seu celular não está tocando, e a ultima vez que tomamos café todos juntos foi semana passada, e foi para você nos explicar como a sua conta de celular veio tão alta, o que sinceramente eu ainda não entendi, mas, como o seu pai lhe advogou, e ele é um brilhante advogado, eu deixei passar. - eu respirei aliviada, minha mãe não deixava as coisas passarem assim tão facilmente. _ Bom mudando de assunto... Minha filha você vai para o cursinho com essa roupa? Sério Sofi, com esse corpo lindo que você tem, você vai sair assim toda coberta, não te entendo filha, pra que você malha se você se veste igual uma freira! - entre a calça jeans (tudo bem que não é nem uma calça Ri19 que não me deixa respirar é folgada e confortável) e a camiseta que eu estou vestindo, e as vestimentas de uma freira, tem uma enorme diferença. Exagero é o nome do meio da minha mãe, eu a amo muito, ela é minha melhor amiga, meu tudo, eu não sei o que seria de mim sem ela. Ela é a mulher mais forte e corajosa que conheço, para defender a mim e o meu pai, ela vai a lua se for preciso. Mas oh mulherzinha exagerada, eu já cansei de explicar. que eu malho pela minha saúde, mas, isso não entra na cabeça dela, então, o jeito é ignorar esses comentários.

_ O que tem a roupa dela Cristina? Para mim, está muito boa, você está linda filha, só não sei como você aguenta esse calor, com essa roupa preta! No mais, você está linda como sempre foi, até porque eu nunca vi uma princesa feia! - fala sério se meu pai, não é tudo de bom?

_ É realmente você é linda minha filha, só poderia soltar esse cabelo, fazer uma maquiagem mesmo que de leve! Se bem que com essa sua pele, um rímel e um gloss já fariam de você uma rainha... - revirei os olhos e ignorei mais esse comentário. _ E aí como está à ansiedade para o vestibular, muita expectativa?

_ Mãe, para ser mais sincera, eu estou mais aflita, com os testes dessa semana no colégio, do que com o vestibular. - Eu falei. O que era a mais pura verdade, os testes que antecedem as provas de final de ano começavam naquele, e estava uma pilha de nervos, era muita coisa na minha cabeça, tinha seis meses que eu passava o dia estudando não via a hora das ferias chegarem, poder ir a praia pegar uma cor, porque eu estava parecendo um fantasma de tão pálida. Meu pai terminou o seu café e já me olhou daquele jeito, que quer dizer, "eu não quero chegar tarde ao escritório", então eu terminei meu suco, cortei uma fatia de bolo me despedi da minha mãe, e fui embora com meu pai, chegamos ao elevador e ele disse.

Um amor de vizinho.Onde histórias criam vida. Descubra agora