O fim! Parte um...

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   Minha mãe veio e me abraçou me mandando ter calma. Disse que estava tudo bem que o acidente tinha realmente sido com ele, mas que ele só tinha quebrado o braço e sofrido escoriações leves, e que eles vieram me buscar com medo de outra pessoa me contar do acidente e eu me desesperar e acabar fazendo besteiras. Enquanto ela me falava eu só chorava, eu não conseguia controlar o choro. A Vic e a Fabi estavam chorando também sem saber o que me dizer. Falei que queria ir para o hospital, mas, minha mãe disse que primeiro eu iria pra casa tomar um banho trocar de roupa, comer alguma coisa e só depois eu iria ao hospital. Pois, não adiantaria nada eu ir naquela hora. Comecei a dizer que eu ia sim, e pedi para o Miguel me levar. Mas, o meu pai olhou para mim sério e disse que eu ia primeiro para casa. Eu fiquei com medo dele e entrei no carro. O Miguel foi deixar as meninas em casa. Quando chegamos em casa, a Neuza já veio me abraçando, e dizendo que estava tudo bem, que pelo menos ele estava vivo, e que ela estaria comigo para o que eu precisasse. Eu a gradeci e fui para o meu quarto.

    Tomei um banho em tempo recorde, não consegui comer nada. Meu pai me levou ao hospital que ele estava, quando cheguei lá estavam os seus pais, o Cadu e a Ceci, todo mundo com cara de choro, a mãe dele tadinha estava desolada. Quando ela me viu perguntou o que eu estava fazendo ali, eu fiquei confusa com a pergunta, mas, o Cadu chegou e disse para a mãe se acalmar, que eu tinha o direito de ver o Tony, o que foi ainda mais estranho que a pergunta da mãe dele. A Ceci chegou onde eu estava e disse que era melhor eu ir para casa e que depois ela conversaria comigo. Entrei em pânico, o que porra estava acontecendo ali? Falei que não sairia sem antes ver o Tony, ver com os meus próprios olhos que ele estava bem. O medico chegou dizendo que ele já tinha feito a todos os exames necessários, que ele já estava no quarto e já tinha acordado. Eu deixei os pais verem ele primeiro. Meu pai foi tomar um café. Esperei cerca de dez minutos e entrei no quarto, ele estava todo arranhado com o braço esquerdo enfaixado junto ao seu tronco, tinha vários cortes no rosto e um corte bem maior em sua testa. Deu-me um aperto no coração vê-lo daquele jeito, quando ele me viu sua expressão era de desprezo meu coração gelou!

_ O que você está fazendo aqui? – olhei para ele confusa e comecei a dizer que queria saber se ele estava bem, que eu estava preocupada. Mas, antes que eu dissesse mais alguma coisa ele falou: _ Some daqui Sophia, some daqui, da minha vida, não quero nunca mais olhar na sua cara. – comecei a chorar e perguntar o que estava acontecendo, o que eu tinha feito. Todos no quarto me olhando, o pai e a mãe me olhavam com desprezo, a Ceci com pena, e o Cadu com satisfação. _ Não se faça de sonsa, você e uma dissimulada, que se faz de santa, mãe tira essa menina daqui, por favor, chame a enfermeira, o medico, o vigia, não importa, só não quero ver cara dela nunca mais. – a Ceci veio e me arrastou para fora do quarto e disse:

_ Sofi vai para casa e olha as mensagens do seu celular, que quando eu for para casa eu converso com você. Por favor, vá para casa minha linda, não fique aqui, só vai piorar as coisas. – assenti e ela voltou para o quarto dele. Meu pai chegou onde eu estava e eu pedi para ele me tirar de lá. Cheguei em casa me tranquei no quarto, mesmo com todo mundo batendo na porta querendo saber o que tinha acontecido. Eu não abria nem respondia nada para ninguém, peguei meu celular que estava em cima da cama e abri a caixa de mensagens e quando li não acreditei.

"Você estava certa docinho, o Tony caiu direitinho no nosso teatro. Depois dessa de hoje ele tem certeza que você me odeia. Não vejo a hora de poder ter um tempo só com você, estou com saudades. Não entendo meu doce porque você não terminou ainda esse namoro, eu já terminei o noivado como tinha prometido. Eu já disse a você que o Tony é forte e que ele vai superar, não da para ficar com o cara por pena pra sempre né? Amo-te... Cadu".

      Minha mente estava girando mais que carrossel. Como o Cadu teve coragem de fazer uma coisa desta com o próprio irmão, e como ele conseguiu que o Tony lesse essa mensagem, porque tenho certeza que ele leu se não, não estaria com tanto ódio de mim. O Cadu tinha conseguido o que queria e eu sem duvida paguei o preço. Comecei a chorar de novo lembrando as palavras do Tony. Como ele pôde fazer isso comigo? Falar comigo daquele jeito na frente de todo mundo, sem me dar a chance de me defender. Isso foi tão injusto, até o pior criminoso do mundo, tinha direito a defesa, mas, ele já tinha me condenado, sem nem dar a chance de eu me explicar. Ou pelo menos tentar provar minha inocência.

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