Sera que é namoro?

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... Ele falou com uma voz tão desesperada, que eu não poderia ignorar. Meu pijama era uma baby look rosa e uma calça folgada listrada de rosa e branco. Então não teria problema sair assim, era tão comportado que dava até pra ir para o colégio. Eu calcei uma pantufa e saí do quarto. A casa estava silenciosa, fui até a porta e abri. Ele estava parado na porta vestindo uma regata branca e uma bermuda xadrez e estava descalço. Saí encostando a porta atrás de mim. Assim que fechei a porta ele me pegou pela cintura e me beijou. Não um beijo como foi no elevador, esse beijo parecia meio desesperado, como se eu fosse fugir a qualquer momento. E para mostrar que eu não ia a lugar nenhum enlacei meus braços em seu pescoço. Eu tive que ficar nas pontas dos pés para isso. Ele me apertava pela cintura me trazendo mais ainda para perto dele, como se fosse possível. Ele subiu umas das mãos e a prendeu em minha nuca. O beijo foi ficando mais calmo até parar. Estávamos os dois sem ar, e o meu coração estava tão acelerado que fiquei com medo de passar mal, eu estava com um frio na barriga, pensei que desmaiaria a qualquer momento, e também morrendo de vergonha. Ele pegou meu queixo e levantou minha cabeça para que eu olhasse para ele e disse.

_ Me diz que eu não estou sonhando? - ele disse respirando com dificuldade.

_ Se você estiver sonhando, eu estou tendo o mesmo sonho. - ele pegou meu rosto com carinho, passou o polegar sobre meus lábios, e começou beijar o meu rosto. Primeiro minha testa depois meus olhos, minhas bochechas, chegou até minha boca. Esse beijo foi terno, foi doce, foi perfeito. Depois ele começou a beijar o meu pescoço, eu senti uns calafrios, fiquei toda arrepiada, estremeci e soltei o cabelo dele e disse: _ Tony... E... Eu vou entrar, eu não posso ficar aqui vestida desse jeito, se alguém me vir? Se meu pai souber?...

_ Não vai agora, por favor. - ele disse com a voz tremula. _ Vamos sentar na escada, ninguém usa a escada, então ninguém vai nos ver, e tecnicamente você não saiu do prédio então seu pai não vai brigar. Só um pouquinho, por favor?

_ Certo! Mais só um pouquinho. Nunca fiz isso, se meu pai descobrir, vai me matar. - nos sentamos na escada, ele encostou-se à parede e me puxou para ficar abraçado comigo.

_ Não acredito que seu pijama é rosa, eu estava esperando um monte de caveira e tachinha. Sei lá essas coisas que você usa. - dei uma risada e um selinho nele.

_ Desculpe desaponta-lo, não era a minha intenção. - falei ainda dando selinhos nele. Era muito bom ser abraçada por ele. _ Eu posso saber quem é a menina que você gosta?

_ Você ainda pergunta Sofi? Sério eu achei que você fosse mais inteligente. - ele disse me olhando, com uma das sobrancelhas levantada.

_ Quando foi que isso aconteceu? Você parecia me odiar. Você sempre me achou uma nerd patética. Nunca passou pela minha cabeça, que você se interessaria por mim, você é o garoto mais cobiçado do colégio, todas as meninas querem ficar com você.

_ Pois é! E a única que eu queria, nem sabia que eu existia. - ele disse isso enquanto brincava com uma mecha do meu cabelo.

_ Não era bem assim! Você sempre foi indiferente comigo. Eu tentei me aproximar de você, e por um tempo a gente até foi amigo. Mas, depois você começou se comportar como se nunca tivesse me visto. Então eu desisti. - falei lembrando-se das inúmeras vezes em que tentei ser sua amiga.

_ Você já tem a sua resposta. - olhei para ele confusa. Ele me deu um beijo e continuou. _Você não queria saber, quando aconteceu? Quando eu fiquei indiferente com você, foi porque percebi que eu sentia algo além da amizade por ti, e como você gostava do meu irmão, eu sabia que não teria chance e decidi me afastar. - ele disse isso muito sério. E também sem graça. Eu fiquei chocada. Pois isso já tinha quatro anos. Só fomos amigos no primeiro ano que ele se mudou para cá.

Um amor de vizinho.Onde histórias criam vida. Descubra agora