Entrei em casa para avisar ao meu pai que eu iria assistir a um filme, na casa do Tony, ele não gostou muito e eu disse que estavam todos em casa, então ele relaxou, e eu fui. O Tony estava me esperando na porta, entramos em sua casa e eu estava sem graça. O pai e a mãe dele estavam assistindo o jornal, ele deitado no colo dela, eu achei a cena tão bonitinha, quando eles me viram se endireitaram à mãe dele veio e falou comigo e foi muito simpática, o pai também. O Cadu estava vindo da cozinha, eu gelei e sem perceber apertei a mão do Tony, ele alisou minha mão com polegar me tranquilizando. Ele avisou que ia para o quarto, e saiu me puxando. Entramos no seu quarto, e como na última vez que estive ali estava tudo impecável. As únicas coisas diferentes eram as cortinas que agora eram listradas de branco e azul marinho assim também como as colchas e almofadas da sua cama. O porta-retratos que tinha em cima do criado mudo não era o mesmo, era bem maior e tinha várias fotos de nós dois e no meio uma só do meu rosto, era lindo. Ele me viu olhando foi no guarda-roupa abriu e me entregou um embrulho. Quando abri era um porta-retratos igual ao dele à diferença era que no meio não tinha nenhuma foto. Ele disse que era para eu escolher a foto do meio. E eu já sabia qual seria uma que eu peguei do notebook dele, ele estava sorrindo descontraído.
_ É lindo obrigado. O que me lembra do outro presente que você me deu, e que eu não deveria ter aceitado. Fico pensando o que os seus pais pensam de mim, que sou uma interesseira. – ele veio tirou o embrulho da minha mão e colocou na bancada, depois me abraçou e me beijou. Eu fiquei apreensiva porque ele não fechou a porta do quarto, ou seja, quem passasse na frente iria ver a gente se beijando. Depois nos deitamos na cama, encostei-me à cabeceira da cama e ele deitou no meu colo, ligou a televisão e disse.
_ Não se preocupe com isso. Eles não estão pensando nada, até porque eles nem sabe. Comprei o brinco com o meu dinheiro. – abaixei a cabeça e o olhei confusa. _ Quando o meu avô faleceu há cinco anos, ele deixou uma poupança para mim e uma para o Cadu. Como o meu pai era filho único e minha vó já tinha falecido ele dividiu o que tinha para nós três, eu, o Cadu e o papai. Só que além da poupança ele deixou para mim a casa dele, que era a onde morávamos, quando a minha avó faleceu fomos morar com ele. Então quando minha mãe decidiu se separar eu vendi a casa para o meu pai e comprei esse apartamento. – ele tinha feito o quê? Ele era dono do apartamento? Eu não estava gostando muito da conversa. _ O meu avô foi, tipo mais pai para mim, que o meu próprio pai. Tudo que aprendi quando criança, como jogar bola, empinar pipa, andar de bicicleta, as tarefas da escola era tudo com o meu avô. Meu pai trabalhava demais, e o meu avô sempre tinha tempo para mim. Engraçado era que ele dizia que era eu quem sempre tinha tempo para ele. – ele estava nostálgico, e com os olhos brilhando. _ Vender a casa foi desolador, mas o que me tranquilizou foi que ela continua na família não é mais minha, mas isso não importa, o importante é que nenhum estranho mora nela. – ele falava com tanto amor do avô que a voz dele saía embargada. _ Pra resumir, no dinheiro do banco eu não poderia mexer até fazer dezoito anos. Mas agora eu posso e com ele posso fazer o que eu quiser. Nem meu pai nem minha mãe podem se meter. Até porque eles não se meteram quando o Cadu usou o dele para comprar uma Range Rover. – não acreditei no que eu estava ouvindo dei um salto da cama e ele se sentou. Comecei andar de um lado para o outro enquanto falava.
_ Cadu usou o dinheiro que o seu avô deixou para ele, para comprar uma Range Rover? – ele assentiu. _ E o seu avô deixou a mesma quantidade para você? – ele assentiu de novo. E eu entrei em surto. _ Acho que estou confusa. Você esta me dizendo, que tem esse valor desse carro no banco, e estava preocupado em não passar na federal? E você me disse que o seu pai não facilitaria as coisas pra você, e você ficou tão feliz quando o seu pai te deu o carro e... Espera aí, foi por isso que você nem ligou quando seu pai tomou as chaves do carro. – ele assentiu de novo. _ Eu não entendo... Porque você queria que o seu pai "facilitasse" as coisas para você? Se com esse dinheiro os seus estudos estão mais que garantidos! Eu não estou me sentindo confortável com essa situação. – ele ficou rindo veio me sentou na cama e disse:
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Um amor de vizinho.
Teen FictionSophia é uma jovem, que está prestes a fazer dezoito anos. É uma menina doce e estudiosa. Apaixonada pelo vizinho desde os treze anos. Porém esse "vizinho" só foi seu vizinho por um ano, mesmo assim, foi o suficiente para ela fantasiar que ele era o...