Um amor de vizinho.

Visitante inesperado!

Quando chegamos em casa a Vic desabou na minha cama do jeito que estava, Miguel me deu boa noite e foi para o seu quarto. Tomei um banho coloquei um moletom, peguei meu travesseiro e lençol, e fui para o sofá, na sala e lá chorei ate adormecer. O fato de o Tony ter quase me beijado, e em seguida ter ficado com outra, me afetou mais do que eu gostaria de admitir. Em algum momento daquela conversa eu achei que eu fosse especial para ele. Ainda bem que não tinha acontecido nada entre a gente, porque seria um arrependimento eterno para mim. Quando eu acordei a Vic já tinha ido embora, ela disse que tinha alguma coisa para fazer não sei onde. Eu não entendi o que ela falou, pois eu estava dormindo ainda quando ela me avisou. Os meus pais tinham indo almoçar na casa de alguns amigos. Estávamos em casa apenas eu e Miguel, então nós decidimos ir para a praia e almoçar por lá mesmo. Estávamos cada um numa espreguiçadeira tomando sol, quando ele tocou no assunto.

_ Sô... Você sabe por que ele ficou com a garota lá né? O fato de você ter recusado o beijo dele, o fez pensar que não tem nenhuma chance com você, e o fato de você ter ido pedir desculpas fez ele se sentir humilhado. Tipo ele achou que você foi pedir desculpa porque estava com pena dele. - ele falou isso, porque não aguentava mais me ouvir chamar o Tony de galinha miserável de uma figa. _ Você sabe que errou, se você queria beijar ele porque não beijou? Olha para ser sincero! A paixão que a Vic tem por ele é igual a que você tinha pelo irmão do Tony. Você lembra isso, senhora Cadu Sampaio? - ele disse isso gargalhando tanto que senti vontade de matar ele. Eu vivia dizendo que ia casar com o Cadu. Que ele voltaria não resistiria a mim, e eu seria a senhora Cadu Sampaio _ Olha só eu acho que ela só acha ele bonitão e tal, o que ela sente por ele nada mais é que atração, eles nem se conhece direito pelo que eu percebi. E você perdeu a oportunidade de dar um amasso no seu Love! - peguei a garrafa de agua que eu estava na mão e derramei na cabeça dele.

_ Acho que o sol já fritou o seu cérebro Miguel, você deveria ficar debaixo do guarda sol agora. Já chega de sol por hoje é sério! - ele levantou e começou a correr atrás de mim ate que cheguei ao mar e dei um mergulho. O resto da tarde foi muito agradável falamos sobre os nossos planos futuros, sobre vestibular, sobre ele ter o sonho de ser promotor de justiça, e eu o sonho de ser uma boa psicóloga. Ele falou que psicologia não dava dinheiro, mas eu disse que não me importava. Eu queria ser por amor a psicologia e não pelo dinheiro.

Fomos embora a tardinha, quando chegamos ao estacionamento do prédio, estava uma movimentação. Descemos do carro e entre as pessoas que estavam lá, eu reconheci o pai do Tony, a mãe, ele próprio, AI MEU SENHOR AQUELE ERA O CADU? Meu coração começou acelerar. Era ele sim com certeza, ele estava mais velho com barba rasa mais era ele sim e UAU! Achei que era impossível ele ficar mais gato, mais vejo que eu estava enganada, eles estavam ao redor de um carro HB20 branco, que pelo sorriso do Tony deveria ter ganhado do pai. Eu acho que atraído pelo meu olhar ele me viu e veio em minha direção.

_ Sophia eu ganhei um carro do meu pai! Ele me fez uma surpresa. - E dizendo isso ele simplesmente me pegou pela cintura e me rodou. Eu fique sem reação, apenas pedi a ele que me colocasse no chão. Ele me colocou no chão, muito sem graça. _ Me desculpe Sofi, foi um impulso, eu vou me controlar, não vai acontecer de novo eu prometo. - fiquei constrangida por ter sido meio grossa com ele.

_ Sem problemas. Parabéns seu carro é lindo. - ele abriu um sorriso tão grande olhando o carro, que parecia uma criança olhando o brinquedo novo.

_ Sophia? Sophia nossa vizinha sério? - o Cadu veio para perto de nós. Eu tive que fazer força para não cair, por causa da tremedeira em minhas pernas. _ Menina como você cresceu, e NOSSA! Você esta linda! Quem diria que aquela menina magricela, de aparelhos nos dentes, fosse virar um mulherão. - eu fiquei morta de vergonha, porque o Cadu e o pai me olhavam de cima a baixo. Eu estava horrível, com o cabelo todo duro da água do mar, e cheia de areia, da praia.