Diga algo, estou desistindo de você!

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Era noite de natal estávamos na casa da tia Mariana e do tio Alfredo, estavam os meus avós, meus primos e primas a Vic, que o Miguel trouxe para apresentar aos pais. Estava muito bom, apesar do buraco no meu coração. Eu já tinha me divertido muito, mas era impossível não pensar nele... A Ceci veio de novo para passar o Natal aqui com os pais. Embora ela não quisesse vim, por causa do Cadu. Essas duas últimas semanas, eu mal parei em casa ajudando minha mãe na loja. Tínhamos chegado em currais novos naquela tarde e iriamos voltar no dia seguinte de tardinha. Eu estava na varanda sozinha, fugindo da festa agitada e pensando nele, quando o meu celular tocou e não apareceu numero, mas lá no fundo eu já sabia quem era.

_ Alô?

_ Oi Sofi é o Tony! Não desliga, por favor. - eu não iria desligar, eu também queria ouvir a voz dele.

_ Oi Tony... E aí tudo bem? - ele não parecia estar em alguma festa, pois a ligação estava muito silenciosa.

_ Não, não está tudo bem! Estou morrendo de saudades de você. E você como está?

_ Eu... Eu... Estou bem! - também estava com saudades, mas não iria dizer ele não merecia.

_ Certo! Liguei para te desejar feliz natal... - esperei ele falar mais alguma coisa, mas, ele não falou mais nada.

_ Obrigado para você também feliz natal, tchau Tony. - desliguei e ao invés de me sentir melhor, me sentir ainda pior do que eu estava. Porque eu não disse a ele que eu estava morrendo de saudades dele? Porque eu não disse que queria estar com ele? Porque sou tão orgulhosa, e tão estupida? A ligação estragou minha noite e o meu feriado do dia seguinte. Fui dormir cedo, e não aproveitei o dia, e a viagem de volta, eu fiquei em silencio todo o caminho.

Meus pais já sabiam e não perguntava mais nada, minha mãe dizia que sabia como eu estava me sentindo e que ia passar. Já o meu pai falava que tinha certeza que a gente ia voltar e eu não respondia a nenhum dos dois. Chegamos à noite em casa, e eu estava com uma enxaqueca enorme, fui direto para o meu quarto tomei um comprimido e um banho e fui dormir.

Acordei me sentindo tão sozinha, meu pai já tinha ido trabalhar, a minha mãe para a loja, a Neuza estava de folga até o fim do ano e o Miguel só iria voltar no sábado. Eu liguei pra Fabi e ela ainda estava dormindo. Então era definitivo eu estava literalmente sozinha. Fiz café e fui à padaria comprar pão, na volta encontrei o Rafael no hall do elevador, fiquei surpresa.

_ Oi Rafael tudo bom? O que você faz por aqui? - ele também ficou surpreso ao me ver e já veio me dando dois beijinhos no rosto.

_ Oi gatinha, eu estou ótimo e você? - eu disse que também estava bem. _ Eu vim ver o Tony, soube do acidente dele. Eu não vim antes porque estava viajando... - ele parou de falar e me deu uma encarada. _ Nossa! Sophia você está linda! Já faz um tempinho que não nos vemos, mas você continua perfeita. - fiquei encarando o chão sem graça. _ E você terminou o cursinho? E o vestibular nerdizinha passou?- ele falou rindo e ainda me olhando dos pés a cabeça. Eu me arrependi de ter colocado a tal saia jeans na esperança de me encontrar com uma certa pessoa. Eu falei que tinha terminado o cursinho e que tinha passado no vestibular. Nós entramos no elevador conversando. Ele começou dar em cima de mim na maior cara dura. Ele disse que se arrependia de ter terminado comigo, que pensava em mim todos os dias, e mais um monte de coisas que todo cara que é galinha diz quando quer pegar uma menina. Mas, eu tinha que confessar ele estava ainda mais bonito que antes. Ele fazia justiça ao apelido de Zac Efron do cursinho. O elevador chegou ele saiu primeiro me estendendo a mão, eu peguei a mão dele e ele me puxou para fora me abraçou e tentou me beijar, mas eu virei o rosto a tempo de escapar do beijo dele, e então vi o Tony no hall nos observando, meu coração acelerou e minhas pernas deram uma bambeada, eu tive que me segurar no Rafael para não cair. Quando o Rafael viu o Tony saiu em direção a ele. O detalhe é que ele não soltou a minha mão. E o Tony não parava de olhar nossas mãos, ele olhava das nossas mãos para o meu rosto, e sua expressão misturava tristeza e raiva.

Um amor de vizinho.Onde histórias criam vida. Descubra agora