Moicano estava nos computadores quando a campainha tocou. Ele olhou as horas, se levantou para atender. Trancou a porta da sua sala super equipada com os computadores e aparelhos de espionagem mais modernos da atualidade. Na sua sala de estar havia um notebook com informações do sistema de uma empresa fake apenas para esse tipo de situação. Como se ele realmente trabalhasse como analista de sistemas.
Ele atendeu a porta. Um homem alto, com uniforme do departamento de saneamento básico da prefeitura segurava uma prancheta com um tipo de papel de pesquisa preso à ela.
-Bom dia senhor. Sou do departamento de controle de pragas da prefeitura e estou aqui para uma checagem rápida pelo interior da sua casa.
-Controle de pragas?
-Sim. Esta região apresentou infestação de ratos e preciso entrar para fazer uma sondagem de saneamento.
-Não há ratos na minha casa.
-Não importa. Preciso preencher os relatórios de cada casa desse bairro mesmo assim.
Sem esperar maiores discussões, Ramon entrou na casa fingindo observar lugares onde os ratos se escondiam. Moicano estava na linha de investigação dos SKULLS há cinco anos já e tinha experiência demais para se deixar enganar. Saneamento básico o escambau. Aquele cara estava ali para sondá-lo. Cruzando os braços, ele esperou com paciência, mas sua mente já estava preocupada com sua namorada. Ela estava em alguma enrascada, do contrário aquele guarda-roupas humano não estaria ali averiguando tudo.
Rox era inexperiente ainda e poderia ter se deixado revelar em algum momento dentro da agência de eventos. Observando o homem que estava inspecionando tudo ali, Moicano viu quando ele colocou a mão na moldura de um quadro e grudou algo quase invisível. Filho da puta. Havia discretamente colocado uma câmera-espiã. Ele próprio já tinha trabalhado com esse tipo de equipamento e reconheceu por ser um agente treinado, mas se não fosse, jamais descobriria que aquele pontinho preto tinha a capacidade de dez pixels de imagem com som.
Definitivamente, Rox estava em apuros. Merda e dez vezes merda.
Disfarçando para não deixar que o homem percebesse o que tinha feito, Moicano se sentou de frente com seu laptop e começou a mexer nas planilhas. O tal do agente se aproximou.
-Preciso do seu nome completo.
-Robert Moore.
-Mora sozinho?
-Não. Sou casado.
-Nome da esposa.
-Rox Moore.
-E onde ela está?
Se virando para olhar para o homem, Moicano se fez de desentendido.
-Essa informação é necessária para caçar ratos?
Ramon sorriu discretamente.
-Claro que não. Mas preciso ter essa ficha completa. Você entende, burocracia e tals.
Moicano ergueu a sobrancelha fingindo indignação.
-Ela trabalha em uma agência de eventos. Não está em casa agora.
Anotando tudo como se realmente fosse precisar daquilo, Ramon destacou um número de protocolo e entregou ao homem.
-Desculpe incomodá-lo senhor.
Assim que Ramon saiu, Moicano voltou sua atenção ao notebook. Estava sendo filmado e tinha que convencer seja lá quem fosse que era apenas um homem trabalhador, como outro qualquer.
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Os agentes do BSS - Livro V "A Armadilha"
RomanceJason olhou para Justine com raiva contida. Menina dos infernos, dezesseis anos de pura audácia e irresponsabilidade. Se ela pensava que iria ficar com algum daqueles imbecis bem embaixo do nariz dele, estava muito enganada. Ele caminhou...