Fritz foi seguindo a moto de Leona com alguma distância. O trânsito não ajudava e em certo momento ele se deu conta de que não sabia bem porquê estava fazendo aquilo. Ok, tinha sido um babaca e tudo o mais, mas de fato o que esperava fazer? Poderia se desculpar quando tivesse uma oportunidade e pronto.Entretanto, nem que quisesse não poderia voltar agora. Ela pegou uma saída para um bairro classe média e seguiu adiante como quem sabe exatamente onde estava indo. Minutos depois ela estacionou a moto, prendeu o capacete e com as mãos no bolso da jaqueta começou a caminhar a passos largos.
O alemão continuou seguindo a moça com discrição e agora estava curioso. As ruas estavam vazias, então porque diabos ela tinha seguido à pé?
De repente, Leona diminuiu o ritmo e espera um pouco... ela estava meio que se escondendo atrás de uma árvore e tinha os olhos fixos em uma casa do outro lado da rua.
Para Fritz ficou claro que a mulher queria ver alguém, mas que não tinha liberdade, ou talvez, coragem para ir até lá. A SKULL estava tão focada na residência a sua frente que nem percebeu que o agente estacionou relativamente perto dela e ficou observando-a.
Uma criança veio correndo da parte de trás da casa brincando com uma bola de futebol e Leona se endireitou, o corpo tenso e ereto, inconscientemente sua mão esfregou o meio do seu peito como se a visão do garoto tivesse lhe causado dor.
Atento e muito concentrado na cena, Fritz se remexeu no carro incomodado com a expressão angustiada da moça. Antes que pudesse formular uma idéia sobre as possibilidades ali, o menino que tinha por volta dos seis anos, inesperadamente correu na direção dela ainda perseguindo o cachorro brincalhão, mas então ele a viu.
A respiração de Leona estava presa na garganta. Os olhos do menino se arregalaram por uns segundos e ele estava muito surpreso. E então algo muito inesperado aconteceu. Correndo até ela, o pequeno gritou eufórico.
-Mamãe, você voltou... você voltou.
O pequeno se jogou em cima dela que se abaixou para receber o abraço forte e mãe e filho choraram nos braços um do outro. Lentamente, Leona desenroscou o menino do seu pescoço e limpou as lágrimas dele com extremo carinho.
-Você cresceu tanto.
-Desculpa por isso. Não sou um maricas chorão...é que...é que..
-Eu sei meu amor... eu sei.
-Eu já sou um homem agora.
Rindo do jeito orgulhoso do seu filho falar, Leona concordou. Entusiasmado, o garoto a puxou pela mão.
-Vem mãe...Vamos entrar, eu vou falar com o meu pai e ele vai deixar você ficar com a gente...
Com o coração quebrado, Leona puxou o menino de volta e tomando cuidado com as palavras, ela tentou explicar.
-Leone, não acho que seja uma boa idéia.
-Mas mamãe...
-Escuta, eu sei que não nos vemos há muito tempo e eu estou morta de saudades de você, mas...
A voz de Domenico, o pai do pequeno Leone, congelou o sangue nas veias de Leona.
-Leo, o que você tá fazendo ai?
Quando o homem viu com quem o menino estava, saiu correndo em direção ao filho e num rompante de fúria chegou próximo à eles em segundos. O menino tentou falar mas o pai o interrompeu.
-Pai, minha mãe voltou, ela pode...
-Não acredito que ousou se aproximar do meu filho.
Puxando o menino para trás de si, Domenico apontou o dedo ameaçador para Leona, que estava estática e pálida.
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Os agentes do BSS - Livro V "A Armadilha"
RomanceJason olhou para Justine com raiva contida. Menina dos infernos, dezesseis anos de pura audácia e irresponsabilidade. Se ela pensava que iria ficar com algum daqueles imbecis bem embaixo do nariz dele, estava muito enganada. Ele caminhou...