Capítulo 47

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-Desculpe.

O pedido de desculpas vinda da voz cansada de Justine surpreendeu Jason.

-Porque está se desculpando?

-Não fui forte o suficiente e olha só que confusão. Richard me pegou de jeito.

Bufando de indignação, Jay se sentou na beirada da cama do hospital onde a moça estava em observação.

-Foi sequestrada, enfrentou praticamente sozinha um lunático traficante de garotas com dois seguranças do tamanho de montanhas, libertou as meninas encarceradas e ainda acha que não fez o suficiente?

-Sei que colaborei, mas... houve tantas mortes... eu pensei que seria diferente.

-Amor, presta atenção. Essa coisa toda de salvar o mundo sozinho, sem armas, sem mortes, com bombas explodindo na sua cara e você saindo ileso disso tudo, só acontece nos filmes de Hollywood. Isso que você viu é a porra da realidade de quem trabalha na segurança de um país. Há vítimas, há mortes, há consequências e dentro de uma estatística real, acredite...Você foi espetacular.

Ela entrelaçou os dedos com os dele e respirou fundo. Sim, essa era a vida dela, dos SKULLs, dos agentes do BSS e todos os outros que viviam abraçados com o perigo. Justine pensou que talvez tivesse fantasiado um pouco sobre o desfecho final e por ser sua primeira missão concluída ainda não estava acostumada com as perdas.

Adivinhando seu pensamento Jason continuou.

-Foi sua primeira vez dentro de uma ação policial, vai ficar uns dias atordoada, mas com o tempo vai se acostumar e aprender que qualquer vida salva já faz valer todas as outras perdidas. É assim que funciona Juju.

Ele beijou a mão dela e eles sorriram um para o outro. Uma batida singela na porta e Jason ficou imediatamente carrancudo.

-O que faz aqui?

-Preciso falar com ela.

-Uma merda se acha que...

-Jay...

A voz de Justine interrompeu o protesto de Jason e então ela olhou para Lionel.

-Claro que podemos conversar.

Irritado, Jason se levantou e apontou para o magnata.

-Cinco minutos.

Revirando os olhos Justine disse suavemente.

-Ficaremos bem Jay.

Resmungando um palavrão Jason saiu e Lionel se aproximou da cama.

-Você está bem?

-Vou ficar.

Um pouco sem jeito, o homem pegou na mão dela.

-Sabe que eu não tive nada a ver com isso, não sabe?

-Sempre soube.

-Sempre?

-Minha intuição me dizia que você não era como seu irmão. Eu queria acreditar que era diferente e segui meu coração. Foi uma boa escolha. 

Sorrindo tristemente ele se sentou onde Jason estivera sentado antes.

-Então... é uma policial. Que surpresa. Quando disse que você era uma armadilha para mim, não pensei que estava sendo tão  literal.

Justine ergueu a mão e tocou o rosto cansado dele.

-Desculpe se não correspondi ao que esperava de mim, mas saiba que meu afeto por você foi...eu digo, é verdadeiro. Pode não ser o que você gostaria que fosse, mas com certeza tenho um carinho e um respeito enorme pelo homem que você é. Não sabe como fiquei feliz quando soube que não fazia parte dos esquemas de Lincoln.

Os agentes do BSS - Livro V "A Armadilha"Onde histórias criam vida. Descubra agora