capitulo 13

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Ja faz um mês que não vejo ou falo com ninguém daquela casa além de Sophie.Me doeu quando a vi no primeiro dia e a mesma me disse que sentia minha falta,além de claro me perguntar o que aconteceu,o por que não havia ido mais a visitar.É claro que não disse a verdade a ela mas como explicar,a uma criança,que não iria mais poder vê-la naquela casa?
Apartir daquele dia eu a vejo todos os dias ao fim de suas aulas,ou então a levo para dormir em minha casa.

Apesar de nunca ter tido uma "família de verdade",não vou mentir,é estranho não falar com nenhum deles por tanto tempo.De meu pai não há surpresas,mas confesso que esperava mais de mamãe.

Quando lhe contei que havia terminado meu noivado,a mais de um ano atrás,ela me abraçou e me confortou dizendo que tudo ficaria bem.Adoraria receber esse abraço agora.

-Então fechamos o acordo?-a voz que mais amo neste mundo disse me fazendo voltar a realidade.Só pra variar eu estou viajando quando não deveria,no meio de uma reunião.

-Com certeza Danilo,fechado.-Felipe Sarros,o dono de uma das maiores madeireiras do Brasil,e muito gato por sinal,disse estendendo a mão para meu lindo chefinho,como forma de selar o contrato.

Depois de vários cumprimentos e todos terem saido da sala de reuniões, enquanto terminava de guardar os papéis e ajeitar a sala meu celular tocou.

-Alô?-disse sem olhar no identificador

-Ola minha gatinha delícia.Como vai?

-Vou ótima meu gatinho.O que deseja?-Alan deu uma risada antes de responder.

-Então gatinha,tenho um jantar hoje a noite e queria que fosse comigo.Topa?

-Jantar?Depende, aonde?

-Na casa dos meus pais.

-Espera.Porque você quer que eu vá em um jantar na casa dos seus pais Alan?

-Dalila vai estar .-disse baixinho,quase como um sussurro- Nina!Não ria!-impossível

-Desculpa,eles ainda não desencanaram né?-Dalila é filha de uma amiga dos pais de Alan e eles acham que os dois juntos seriam "perfeitos" e então vivem empurrando um para o outro.O problema é que Dalila também acha que é o par perfeito de meu amigo.

-Não. E você sabe que ela acha que temos algo, comigo por favor!

-E aguentar ela falando a noite toda sem parar com aquela voz irritante,enquanto poderia estar em casa comendo no meu sofá?

-Nina!

-É claro que eu topo.-ouvi seu suspiro de alívio ao fundo-Mas você terá que me recompensar depois.

-O que quiser minha gatinha.Te pego no trabalho?

-Sim claro.Posso te fazer uma pergunta?

-Claro.

-Porque em meu lugar não leva a Camilla?

-Ah Nina! se catar!-disse bravo e desligou em minha cara.Desabei em risos.

-O que tem a Camilla?-a voz de Danilo se fez presente interrompendo meus risos,me virei assustada.

-Que susto Danilo!-disse pondo a mão em meu peito-Você tem uma mania estranha de me assustar sabia?-ele riu.-Não ha nada com a Camilla.

-Sei.-disse com um leve sorriso-Bom nosso expediente acabou e estou morrendo de fome.Aceita tomar um lanche comigo na lanchonete aqui ao lado?

-Sabe que pergunta pra mim se eu quero comer é a mesma coisa que perguntar se o papa é católico.

-Ótimo porque com a fome que eu to eu posso comer uma ceia inteira sozinho!Vamos?

*****

Enquanto Danilo pegava nossos lanches mandei uma mensagem para Alan avisando sobre a mudança.

"Para:Gatinho
Hey gatinho!Mudança de planos.Ainda vou com você ao jantar mas não estou na empresa.Me encontre na lanchonete que tem na esquina.Te espero aqui."

-Aconteceu algo?-diz enquanto coloca nossos sanduíches na
mesa

-Não.Porque?

-É que esses últimos dias você tem estado meio pra baixo,desanimada.Eu sei que não tem mais falado com seus pais,é isso?

-Sabe Dan,eu nunca tive um pai como a Mari teve.Para mim o senhor todo poderoso Pedro Moreira nunca teve tempo para ser um pai de verdade.Ele sempre estava trancado no escritório em casa ou na empresa,e eu nunca tive um pai presente.Por isso minha mãe é tão importante pra mim,pois ela foi todo o carinho que eu tive algum dia.Mas desde aquele almoço, ela não falou mais comigo e eu sinto a falta dela, extremamente.-disse a última parte em um sussurro,acho que dizer isso em voz alta dói mais ainda.

-Como você sabe Nina minha mãe morreu eu tinha apenas quatro anos e tenho apenas uma vaga lembrança dela. Fui criado por babas minha vida toda,alias uma delas ainda trabalha pra mim,e apesar de nossas historias serem diferentes eu posso imaginar oque você esta passando.-pegou minha mão em cima da mesa e entrelaçou nossos dedos-E espero que saiba que possa contar comigo.

-Claro que eu sei,e te agradeço por tudo.-digo tentando esconder o nervosismo que sinto por ter sua mão na minha.

O namorado da minha irmãOnde histórias criam vida. Descubra agora