Meu nome é Grace, eu não sou bem uma mulher atual, minha família possuía costumes mais antigos, pois todas as mulheres que vieram antes de mim tinham de se casarem com quem não queriam. Um dia enquanto saia para fazer as compras da feira para minha mãe eu me encontro com Antônio, um homem que se iludiu por mim a alguns meses atrás, mas eu nunca senti uma paixão mínima por ele, por mais que eu não gostasse dele nunca quis magoa-lo, então sempre que ele se oferecia para me ajudar eu aceitava, quando cheguei na feira percebi que Antônio estava diferente, ele estava muito interessado em livros de terror, até aí tudo bem, contudo todos os livros de terror envolvia rituais de vodoo, eu seu que isso era o gosto dele, mas minha família me educava com a ideia de que esses rituais eram errados e se eu andasse com esse tipo de gente eu estaria envolvida. Logo que voltei para casa meu pai estava muito nervoso comigo por demorar para voltar, tive de escutar uma bela bronca de meu pai ouvindo que eu podia morrer ou ser estuprada e quando ele acabou de resmungar eu só falei que tinha encontrado um amigo a caminho da feira e ele foi me ajudar, meu pai me mandou para meu quarto e enquanto eu ia só pude ouvir a palavra 'casamento'.
Eram quase oito horas da noite e eu estava tensa de tanto ficar no meu quarto, já tinha organizado todo meu armário e escrito vários poemas, e Rosimeri, nossa governanta, bate na porta para me avisar que meu pai queria conversar comigo, ao descer as escada vejo meu pai sentado em sua poltrona de couro preto fumando um charuto cubano.
-Grace, minha filha, venha aqui tenho uma surpresa para você.
-Pai se for algo que envolva casamento por favor não diga o que estou pensando..- ainda não acreditei que falei aquilo sobre a política conservadora de meu pai.
-Você sabe que terá de se casar e é com o moço que eu escolher, então bem eu já escolhi. -ele apontou para a porta da cozinha e de lá sai Antônio.
-Olá Grace
Após muitos sustos e discussões meu pai se estressou e me bateu e ficou agressivo, mais agressivo que o normal, e enquanto ele estava nervoso o rosto de Antônio estava assustado, mas também muito calmo; pois bem já estava óbvio que nos dois nos casamos e nos mudamos para Nova Orleans.
Depois de ter casado por dez anos com Antônio, percebi que as coisas estavam muito estranhas e em uma noite Antônio sai da cama e corre em direção a sala, não sabia o que fazer então fui atrás dele, quando estávamos na sala ele começou a pronunciar palavras estranhas e logo em seguida meu corpo começou a gelar e esbranquiçar, eu comecei a gritar para Antônio, mas parecia que ele estava em transar e para piorar não conseguia me movimentar, depois de um tempo surgiu em volta de mim uma neblina e meu corpo pareceu se tornar um espirito.
Quando a fumaça desapareceu po r completo vi meu marido dentro de um quarto no subsolo trabalhando com vodoo e as bonecas em volta eram eu e meu pai, quando chamei Antônio lembrei que ele não podia me ouvir e logo veio a neblina novamente; surgiu depois um outro quarto no subsolo, mas naquele quarto estava o meu corpo e de repente Antônio apareceu jogou a boneca com a minha aparência no chão tirou de seu bolso agulha e linha e começou a costurar meus lábios, e então eu comecei um choro que se tornava nevoa, mas está névoa os corpos que estavam lá ouviam, logo Antônio sai correndo da quarto e tranca meu corpo lá e em seguida morre, mas antes começa a pronunciar um cântico muito estranho; e depois que a fumaça desaparece pela terceira vez só me aparece o rosto de dois jovens, uma menina de cabelos castanhos e um rapaz loiro.