A Thousand Times That I Have Said

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Agora estou me dedicando muito ao trabalho. Meus honorários passam de oito horas por dia. Quero dar uma vida confortável ao bebê então enquanto eu puder trabalhar eu vou fazer.

Já tenho uma obstetra que sempre me aconselha e também já faço ginástica para grávidas, apesar da minha barriga não ter nem uma pontinha ainda. Estou muito afobada, porém tudo o que faço é pensando na criança.

Não quero mais saber de relacionamentos amorosos por um bom tempo. Não dou a mínima para Pedro, que já está namorando novamente e não me importo com nada mais que envolva Jared Leto. Até Up In The Air eu não escuto mais, porquê essa faixa foi a trilha sonora da loucura que foi a minha vida em LA. A única coisa que eu fiz lá e me orgulho é o meu bebê de três meses, sou 100% desse ser que me conquista a cada ultrassonografia.

|Quarto mês de gestação|

Estou me preparando para viver solitária, Tais voltará para o Nova York e posso prever a solidão que enfrentarei.

Alexandra, não se esqueça do seu filho!

Me vesti com um vestido vermelho, justo ao corpo e coloquei um blazer branco por cima. MINHA BARRIGA JÁ ESTÁ EVIDENTE!

Estou amando isso, me sinto linda, e já posso acariciar ela e alguém perguntar: "Você está grávida?". Me sinto muito orgulhosa em responder: " Sim, de dezesseis semanas".

Uma coisa que estava me machucando um pouco, era quando alguém perguntava quem era o pai, e eu respondia: "Eu sou o pai". Isso era um pouco constrangedor, hoje tiro de letra, e fico muito confiante quando digo.

Peguei minha bolsa e fui para a sala onde a Tais me esperava. Iríamos jantar juntas para nos despedir.

- Ui, que gata! - disse analisando minha roupa.

- Você também está! - caminhei em sua direção e a abracei forte - Vou sentir sua falta.

- Eu também vou sentir muito a sua falta, Ale. Não queria de forma alguma deixar você sozinha nesse momento...

- Tah, você tem que trabalhar! - a cortei e olhei em seus olhos me desvencilhando do abraço. - Eu entendo, e não estou nenhum pouco brava, já conversamos sobre isso.

- Queria ver esse bebê lindo crescendo aqui dentro. - disse com a voz chorosa e colocou a mão na minha barriga.

- Não chora! Se não eu vou chorar também. Você sabe que meus hormônios estão malucos. - rimos e depois coloquei minha mãe sob a sua.

Foi incontrolável e inevitável, acabamos chorando um pouco. Após esse draminha pegamos um táxi e fomos para um restaurante de preferência dela. Comida italiana!

Nos sentamos em uma mesa fizemos os nossos pedido e começamos conversar. Ela ainda me cobrava dizendo que eu tinha que descobrir quem era o pai do meu bebê, mas eu já disse que não vou atrás de nenhuma das possibilidades, quero e vou cuidar do meu serzinho sozinha.

Encerramos o jantar com um brinde. Sem álcool para mim é claro, se bem que antes eu já não bebia. Pagamos a conta e saimos de mãos dadas. A amizade dela me conforta.

Enquanto esperávamos o táxi que pedimos, vi Pedro descendo do carro acompanhado por uma loira vulgar, que a dois meses atrás era a secretária dele. Nunca mais tinha visto ele. Me virei de costas para que não ser reconhecida.

- Ele já te viu Ale... - Tais me avisou olhando na direção de Pedro.

Fechei os olhos e torci para que não tivesse notado a minha barriga.

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