Love Of My Life

582 39 8
                                    

Meu nono mês de gravidez finalmente chegou. 36 semanas de gestação, estou hiperansiosa para ver o rostinho do meu Vitaly. Está tudo pronto para quando ele quiser vir ao mundo. Já tenho tudo preparado no hospital para nos receber e a malinha dele está prontinha.

Optei pelo parto normal, sou jovem, não tenho nenhum problema de saúde, sou perfeitamente capaz de fazer o meu filho nascer dessa forma. Sei que não posso imaginar a dor que vou sentir, mas sei também que minha recuperação será questão de minutos, ao contrário de uma cesariana, demoraria semanas para eu estar 100%. Meu coração bate forte só de pensar na hora do parto, tenho medo, mas não por mim, eu só quero que Vitaly nasça perfeito.

Nessa hora seria bom ter alguém ao meu lado para segurar a mão. No entanto, vou me agarrar na convicção que eu só preciso de mim e de mais ninguém, e tudo dará certo.

É isso, contagem regressiva para você ter seu filho em seus braços, Alexandra!

Tem uma coisa que está me corroendo por dentro. Meu subconsciente, meu consciente, minha consciência, gritam para que eu pare de esconder a verdade de Tais, e também de Pedro, até porque aceitei fazer o teste de paternidade. Eles me crucificariam se soubesse que venho guardando a verdade comigo. Uma verdade, de dantesca importância na vida de Vitaly. Eles não vão me entender se eu disser o porque fiz isso.

(...)

- AHH! - gritei quando senti uma dor aguda em minha barriga.

Me levantei da cama e senti um líquido escorrer por minhas pernas. Ao mesmo tempo lágrimas surgiram.

Chegou a hora. Estou sozinha como sempre, só preciso respirar!

Respirei fundo uma vez e desisti de manter a calma. A dor das contrações eram horríveis. Minha bolsa tinha se rompido, e eu só queria chorar de medo e felicidade.

Caminhei até o berço e peguei a mala de Vitaly e minha bolsa que estava ao lado. Caminhei com muita dificuldade até a sala. Usei o interfone para pedir ao porteiro que ligasse para uma ambulância urgente. MEU FILHO VAI NASCER!. A cada contração eu tinha a mais absoluta certeza disso.

Sai do meu apartamento e esperei pelo elevador. Minha testa pingava suor. Respira, respira! Na portaria, o porteiro e uma vizinha correram até mim quando notaram meu estado. Me fizeram sentar para esperar a ambulância.

- Você tem que ficar calma, querida. - a senhora disse segurada a minha mão. - Respira direitinho!

- Eu... eu, estou tentando! - disse apertando sua mão. - Ahh, isso dói! - meus olhos se submergiram em lágrimas novamente.

Logo uma ambulância parou em frente ao prédio. Fui conduzida até a mesma sentindo a dor ficar ainda mais forte e maior. Os enfermeiros me instruiram em algumas coisas, mas eu praticamente não os ouvi. No hospital fui colocada em uma maca e levada para a sala do parto.

Fiquei um tempo na cama sentindo as contrações aumentarem cada vez mais. Queria muito alguém para agarrar e chorar com a dor que sentia. Queria Jared, Pedro, Tais até mesmo o papa, eu só queria alguém. Minha mãe...

- Alexandra, não se esqueça de respirar. - a enfermeira disse enquanto o médico não chegava.

De repente meus pensamentos foram invadidos pelo tempo que passei em Los Angeles. Foi uma aventura de muito prazer. De traição e mentira. Cada toque, cada beijo, eu me sentia no paraíso, ou queimando no enxofre, depende do ponto de vista. E agora, estou prestes a dar a luz a...

- Alexandra? - o médico me chamou - Você está preparada para isso?

- Estou.

- Então vamos trazer o seu filho ao mundo. - sorriu gentilmente. - De zero a dez, qual o número representa sua dor?

Up In The Air 》LustOnde histórias criam vida. Descubra agora