A primeira edição dos jogos vorazes

XI

    Choro ao terminar de ler a carta. Eu já sabia. Mas doía ler suas palavras, ver sua letra, sua caligrafia maravilhosa e agradável para os meus olhos que antes me dava mais entusiasmo para ler, mas agora apenas me trás uma forte dor no peito. Me tranco no quarto. Aperto a carta firmemente contra meu corpo. Consigo sentir a presença de minha mãe perto de mim. Fecho os olhos e me vem uma vaga lembrança de quando eu era pequena. Era verão e minha mãe estava estendendo as roupas no varal, eu,  curiosa como sempre, observa tudo de longe mas sem omitir nenhuma palavra. Meus olhos brilhavam ao ver a minha mãe. Realmente ela era uma bela mulher. Robusta, cabelos negros e longos que chegavam na cintura, algumas sardas em seu rosto causadas pelo sol, seus olhos verdes sempre atentos em mim. Eu devia ter uns 7 anos. Dizia para ela que queria aprender a tocar violão que nem Marie fazia. Ela sempre me repreendia dizendo que era coisa de vagabundo e que eu iria tomar cargo de uma profissão digna. Nunca interrogava. Por que interrogaria? Sempre soube que ela era mais inteligente e tinha mais experiência de vida do que eu. Tudo que eu tinha eu agradecia a meu pai e minha mãe. Mais a minha mãe, pois passava mais tempo com ela.
    Volto ao meu normal e decido tomar um banho. Vou em direção ao banheiro e tomo um banho demorado. Terminando o banho me enrolo na toalha e vou para meu quarto escolher uma roupa. Decido usar uma bermuda jeans Preta e uma blusa branca, juntamente com meu colar. Vou para a sala e encontro Max, ele ainda estava conversando com nosso mentor. "O que eles tanto conversavam? " eu pensava. Caminho até eles. Observando tudo, passo por eles e pego uma maçã na mesa.